Novo benefício limitado a R$5.000,00 vai agraciar 3,4 milhões de aposentados e pensionistas do INSS

A partir de 2026, aposentados e pensionistas do INSS passam a contar com uma mudança histórica: a isenção total do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000 por mês. A nova regra, aprovada pelo Senado e aguardando apenas sanção presidencial, promete aliviar o orçamento de milhões de famílias. Antes de mais nada, vale destacar que esse novo limite representa um salto expressivo em relação ao valor atual, que é de R$ 3.076 mensais.

A ampliação da faixa isenta não apenas corrige uma defasagem antiga, como também amplia o alcance do benefício. Em primeiro lugar, ela libera do IR outros 3,4 milhões de segurados, que hoje não se enquadram na isenção. Ao todo, a partir de 2026, 39,4 milhões de beneficiários do INSS ficarão totalmente livres do imposto — o equivalente a 95% do total de segurados.

Afinal, quem será beneficiado com a nova faixa de isenção?

A princípio, todos os aposentados e pensionistas do INSS que recebem até R$ 5.000 mensais estarão automaticamente isentos do IR. Além disso, quem ganha entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350 também não ficou de fora: terá direito a uma redução parcial e progressiva na cobrança.

Hoje, o cenário é o seguinte:

  • Até R$ 3.076 mensais: 36.045.433 segurados

  • De R$ 3.076,01 a R$ 5.000: 3.428.210 segurados

  • De R$ 5.000,01 a R$ 7.350: 1.429.671 segurados

  • Acima de R$ 7.350: 200.391 segurados

Com a nova lei, a mudança mais sentida ocorrerá no grupo intermediário — aposentados e pensionistas com renda entre R$ 3.076 e R$ 5.000. Antes, eles pagavam imposto. Agora, pagarão zero.

Como ficam os descontos progressivos acima dos R$ 5.000?

A seguir, veja como funcionará o desconto parcial, que amplia o benefício para quem ganha um pouco mais:

  • Renda até R$ 5.000: isento (desconto de 100%)

  • Renda de R$ 5.500: desconto de 75%

  • Renda de R$ 6.000: desconto de 50%

  • Renda de R$ 6.500: desconto de 25%

  • Renda acima de R$ 7.350: sem desconto

Ou seja, quanto mais próxima a renda estiver dos R$ 5 mil, maior será o abatimento no Imposto de Renda. Por fim, apenas quem ultrapassa o teto de R$ 7.350 continuará pagando normalmente.

O advogado previdenciário João Badari considera a mudança positiva, afirmando que a decisão “alivia o orçamento doméstico de famílias que já enfrentam forte pressão financeira”. A princípio, ele reforça que a ampliação deve vir acompanhada de responsabilidade fiscal. Segundo o especialista, o governo só avançou com a proposta após estudos técnicos sobre o impacto financeiro da renúncia de receita.

Já o especialista Washington Barbosa destaca que a correção da tabela está atrasada. “Veio tarde, mas veio”, afirma. Para ele, assim como ocorre com as tabelas de contribuição do INSS, a atualização deveria ser anual e automática.

Economia pode chegar ao equivalente a um “14º salário”

Antes de mais nada, é importante compreender que a isenção ampliada tem impacto direto no bolso. De acordo com cálculos do governo federal, as reduções no Imposto de Renda podem gerar economias equivalentes, em alguns casos, a um “salário extra” no ano.

Veja alguns exemplos:

  • Aposentado que recebe R$ 3.650,66 poderá economizar R$ 1.058,72 por ano.

  • Quem recebe R$ 4.867,77 terá economia anual de R$ 3.970,07.

  • Beneficiário com renda mensal de R$ 6.260,00 poderá economizar R$ 1.821,95 por ano.

Isso significa que, além de aliviar o pagamento mensal, a nova tabela aumenta o poder de compra dos aposentados ao longo do ano, especialmente em um cenário de inflação ainda elevada.

Outras isenções que continuam valendo para aposentados e pensionistas

Além da nova faixa geral de isenção, existem outras hipóteses que permitem que segurados do INSS deixem de pagar Imposto de Renda — mesmo quando os valores superam os R$ 5 mil.

A saber: aposentados e pensionistas com doenças graves têm direito à isenção total do IR, independentemente da renda.

Entre as doenças incluídas estão:

  • Neoplasia maligna (câncer);

  • Cardiopatia grave;

  • Mal de Parkinson;

  • Esclerose múltipla;

  • Nefropatia grave;

  • Hepatopatia grave;

  • Alienação mental;

  • Paralisia irreversível e incapacitante;

  • Hanseníase;

  • Tuberculose ativa;

  • Osteíte deformante (doença de Paget);

  • Contaminação por radiação;

  • Síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids);

  • Entre outras moléstias profissionais.

Antes de mais nada, para obter essa isenção, o segurado precisa apresentar um laudo médico com CID e data de início da doença. Além disso, é recomendável consultar um advogado especializado para garantir a concessão do direito e a devolução de valores pagos indevidamente.

Isenção extra ao completar 65 anos

Além das regras já citadas, o aposentado ou pensionista ganha um benefício adicional ao completar 65 anos de idade. Por fim, ele passa a ter direito a mais uma parcela de isenção, no valor de R$ 1.903,98 mensais, equivalente a R$ 24.751,74 por ano.

Essa isenção extra, porém, vale apenas para rendimentos de aposentadoria e pensão. Ou seja, não inclui:

  • salários de quem continua trabalhando;

  • aluguéis;

  • pró-labore;

  • pensão alimentícia;

  • rendimentos de aplicações financeiras.

Para essas outras fontes de renda, o imposto continua sendo calculado normalmente.

Como pedir a isenção?

O pedido deve ser realizado pela internet, diretamente no site ou aplicativo Meu INSS. O segurado precisa apresentar:

  • documentos pessoais;

  • laudo médico (para isenção por doença grave);

  • comprovantes de renda, quando necessário.

Depois disso, basta acompanhar o andamento digitalmente.

Com a nova regra, milhões de segurados do INSS terão um reforço significativo no orçamento familiar a partir de 2026. A ampliação histórica da faixa de isenção do Imposto de Renda promete reduzir desigualdades e devolver parte da renda que vinha sendo comprometida pela defasagem da tabela.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.