O Pix já é parte do dia a dia dos brasileiros. Com quase 170 milhões de usuários registrados no país e mais de 41 bilhões de transações em 2023, o sistema é visto como simples e conveniente.
Contudo, o crescente número de vazamentos de dados de chaves Pix tem gerado preocupação entre as autoridades brasileiras.
Dados vazados do Pix são usados em fraudes
De acordo com o Banco Central, cerca de 126 mil dados pessoais ligados a chaves Pix foram vazados entre janeiro e setembro de 2024. Isso representa um aumento de 44% em comparação com todo o ano de 2023.
A Lei Geral de Proteção de Dados considera as informações usadas na chave Pix – como CPF, e-mail e celular – e outras associadas a essas chaves – nome, conta e agência bancária – como dados pessoais. Eles só podem ser compartilhados com a permissão do titular.
O uso não autorizado ou inadequado de informações pessoais pode ter sérias consequências. Essas bases de dados vazadas acabam sendo utilizadas por criminosos para realizar diversos tipos de golpes.
Apesar dos vazamentos, a operação é considerada segura
O Banco Central do Brasil informou que está trabalhando para detectar falhas na operação dos participantes do Pix. A instituição enfatizou que a segurança é essencial e que, quando necessário, novas medidas serão adotadas.
Além disso, ressaltou que os vazamentos representam menos de 1% das mais de 800 milhões de chaves registradas, demonstrando que o sistema é muito seguro.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que o setor bancário possui sistemas robustos de monitoramento e expressou confiança nas medidas de segurança do BC para o Pix.
Especialistas sugerem que uma maneira de usar o Pix com ainda mais segurança é optar por uma chave aleatória, uma sequência de letras e números gerada automaticamente no app do banco.
Assim, não é necessário usar informações pessoais.
Como evitar cair no golpe do Pix?
Nos dias de hoje, saber se proteger desse tipo de fraude é essencial para não perder dinheiro para criminosos.
Confira estas dicas importantes:
- Faça transferências via Pix apenas no app ou internet banking do seu banco. Esses são os únicos ambientes seguros para pagamentos com esse sistema.
- Verifique os dados do destinatário da transferência ou depósito. Se necessário, peça novamente a chave Pix ao recebedor.
- Não faça transações sem confirmar por telefone que é realmente a pessoa em questão. Lembre-se que o WhatsApp pode ter sido clonado.
- Desconfie de bancos que pedem seus dados por contato. Instituições financeiras nunca solicitam essas informações por telefone ou e-mail.
- Nunca clique em links recebidos por e-mail, WhatsApp, redes sociais ou SMS para cadastrar o Pix. Para confirmar se uma comunicação do banco é autêntica, use os canais oficiais no site ou app.
O que fazer se cair no golpe do Pix?
Se você for vítima de fraude por descuido, como fornecer dados em canais não oficiais do banco, dificilmente haverá ressarcimento do prejuízo.
Mesmo assim, você pode registrar um boletim de ocorrência na polícia para documentar o crime. É importante ter o máximo de informações sobre a transação, como data, hora, chave Pix e nome do destinatário.
Também é possível fazer uma reclamação no banco para onde o dinheiro foi enviado, ajudando a prevenir novos golpes.
Em novembro de 2021, o Banco Central implementou duas medidas de segurança para facilitar o bloqueio e recuperação de fundos em casos de fraude no Pix:
- Bloqueio Preventivo: permite que o banco bloqueie recursos e analise outras transações se suspeitar de fraude em compras online. Se confirmada a suspeita, o dinheiro é devolvido ao pagador.
- Mecanismo Especial de Devolução: pode ser acionado pela vítima, que deve apresentar boletim de ocorrência e contatar o SAC do banco. A vítima deve solicitar o bloqueio dos recursos ao banco usado pelo fraudador.
Essas medidas visam proteger os usuários do Pix contra golpes e fraudes, tornando mais fácil a recuperação de fundos em casos suspeitos.
