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Decisão oficial tomada hoje (16/10) por Simone Tebet vai atingir em cheio seguro-desemprego e na multa do FGTS

Segundo Simone Tebet, o governo Lula (PT) está considerando alterar as multas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o seguro-desemprego como parte do pacote de revisão de despesas.

Oficialmente, o governo ainda não especificou as propostas, mas já demonstrou que tais mudanças estão em consideração.

De acordo com a ministra Simone Tebet (MDB), mais de 30 medidas estão sendo analisadas, algumas das quais podem ser apresentadas apenas em 2025 ou 2026.

Decisão oficial tomada hoje (16/10) por Simone Tebet vai atingir em cheio seguro-desemprego e na multa do FGTS
Decisão oficial tomada hoje por Simone Tebet vai atingir em cheio seguro-desemprego e na multa do FGTS

Simone Tebet confirma que mudança vai atingir em cheio seguro-desemprego e na multa do FGTS

Após o segundo turno das eleições municipais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ser informado sobre um conjunto de medidas de contenção de despesas. Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, anunciou hoje (16/10).

De acordo com a matéria do O Globo, uma das alternativas consideradas é utilizar uma parte da multa do FGTS paga pelo empregador para “financiar” o seguro-desemprego.

Assim, o governo teria uma redução nos gastos com o auxílio aos desempregados. A verba orçamentária para o benefício passou de R$ 47,7 bilhões em 2023 para R$ 52,1 bilhões na revisão do orçamento de 2024 realizada em agosto, mesmo com a taxa de desemprego atualmente em declínio.

Ademais, o governo considera transformar a penalidade para o empregado em um tributo para a empresa, punindo a atitude do empregador que demite frequentemente. Portanto, as empresas ou setores com maior taxa de demissões seriam obrigadas a pagar uma taxa de imposto mais elevada, além de prevenir que o empregado “provoque” sua própria demissão.

Na terça-feira (15), os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, reuniram-se para discutir a próxima fase do programa de revisão de gastos, com foco nas ações estruturais para a redução das despesas compulsórias. No entanto, após o encontro, Tebet não quis revelar os planos em detalhes.

“Chegou a hora para levar a sério a revisão de gastos. Não é possível mais apenas pelo lado da receita resolver o fiscal. Arcabouço está de pé. Sem perspectiva de alteração”, disse a ministra.

De acordo com a Agência Brasil, a ministra não anunciou nenhuma ação antecipadamente, contudo, esclareceu que a maioria das medidas depende do Congresso Nacional e que caberá ao presidente Lula decidir quais ações o governo enviará ao Legislativo.

“Não é possível mais resolver o problema fiscal pela receita”, disse Tebet.

De acordo com ela, apenas uma das medidas, caso seja aprovada pelo Congresso, pode resultar numa economia anual de R$ 20 bilhões. No entanto, não especificou qual seria essa medida de revisão de despesas.

A ministra assegurou que atingirá as metas de déficit zero em 2024 e 2025, além de um superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os produtos e serviços gerados no país) em 2026. Tebet afirmou que o plano de revisão de despesas é crucial para atingir os objetivos.

“O arcabouço fiscal está de pé e se manterá de pé. Não há nenhuma sinalização de fazer qualquer tipo de alteração. Consequentemente, é preciso que o Brasil caiba dentro do arcabouço fiscal”, afirmou Tebet.

Redução de gastos no Governo

Tebet também afirmou que, ainda em 2024, o grupo econômico enviará a maior quantidade possível de medidas de revisão de gastos com maior probabilidade de aprovação ou, pelo menos, de iniciar as discussões.

Segundo a ministra, as ações serão focadas em projetos de leis ordinárias e complementares, além de propostas de emenda à Constituição (PECs). Em relação às Propostas de Emenda à Constituição, a ministra não descartou a possibilidade de o governo “aproveitar-se” de alguma emenda em tramitação no Congresso.

— A revisão de gastos não vai tirar um direito sequer. Não estamos fechando conta de R$ 100 bilhões, R$ 50 bilhões ou R$ 80 bilhões — justificou.

No final de agosto, as pastas da Fazenda e Planejamento anunciaram um plano para reduzir R$ 26 bilhões de despesas do Orçamento de 2025. Essas medidas não necessitam de aprovação do Congresso e focam no aprimoramento da gestão e na diminuição de fraudes.

De acordo com a ministra, o plano marca um novo passo no empenho do governo em aprimorar a qualidade dos gastos governamentais.

Entenda p que pode mudar na multa do FGTS e no seguro-desemprego de quem for demitido

Uma das principais propostas em discussão é a possibilidade de abater o valor da multa do FGTS do montante a ser recebido a título de seguro-desemprego. Essa medida visa reduzir o custo total do benefício, o que poderia resultar em uma diminuição do número de parcelas pagas aos trabalhadores. Isso implicaria em:

  • Menor Valor Total Recebido: Caso a proposta seja aprovada, os trabalhadores podem receber um valor menor no seguro-desemprego.
  • Incentivo à Permanência no Emprego: A mudança pode incentivar os trabalhadores a permanecerem em seus empregos, ao invés de buscar demissões estratégicas para receber o seguro.

Limitação do Reajuste do Salário Mínimo

Outra proposta em análise é a limitação do reajuste do salário mínimo, atualmente vinculado ao seguro-desemprego. A ideia é que o aumento seja calculado apenas com base na inflação, sem considerar ganhos reais.

Efeitos Potenciais

  • Estabilidade Econômica: Essa medida pode ajudar a conter a inflação, mas pode também afetar o poder de compra dos trabalhadores.
  • Impacto no Seguro-Desemprego: Um salário mínimo mais baixo resultaria em um seguro-desemprego reduzido, impactando a vida de muitos brasileiros.

Aumento da Alíquota para Empresas que Demitem

A equipe econômica está considerando aumentar a alíquota de contribuições para empresas que apresentam altas taxas de demissão. O objetivo é desestimular desligamentos em massa e aumentar a arrecadação do governo.

Vantagens e Desvantagens

  • Vantagens:
    • Redução da Rotatividade: Pode incentivar as empresas a manterem seus funcionários.
    • Aumento da Arrecadação: Com mais contribuições, a arrecadação do governo pode aumentar.
  • Desvantagens:
    • Carga Tributária: O aumento da alíquota pode sobrecarregar as empresas, especialmente as pequenas e médias.
    • Possível Aumento de Demissões: Algumas empresas podem optar por demitir em massa para evitar o aumento de custos.

Nos últimos anos, as despesas com seguro-desemprego cresceram significativamente, passando de R$ 47,6 bilhões para R$ 52,4 bilhões em um ano. Essa tendência de crescimento tem gerado preocupações sobre a sustentabilidade do programa.

Saulo Moreira

Saulo Moreira, do Revista dos Benefícios, é graduado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Possui 16 anos em experiência textual e 30 mil textos publicados. Tem a responsabilidade por toda a apuração e compartilhamento de informações aqui no Revista dos Benefícios, sempre… Mais »
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