A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulgou um aumento na tarifa para setembro. Com a bandeira vermelha patamar 2, a mais alta, a conta ficará R$ 7,877 mais cara a cada 100 kWh.
Mas como isso afeta o orçamento mensal de uma família brasileira? Ahmed El Khatib, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fecap, explica que o impacto será considerável.
Quanto vai subir a conta de luz
O especialista aponta que uma família de quatro pessoas no Brasil consome em média 152,2 kWh por mês. Isso resulta em cerca de R$ 106, sem taxas extras.
Com o acréscimo de R$ 0,07877 por kWh, a conta média aumenta R$ 11,99, quase R$ 12. Desse total, a geladeira representa cerca de 31% do consumo. O chuveiro elétrico pode chegar a 45%. Em regiões mais quentes, o ar-condicionado também pesa na conta.
Para uma família comum, o impacto mensal é significativo. Uma geladeira de duas portas, por exemplo, consome cerca de 55 kWh por mês, o que significa um gasto extra de R$ 4,33 só com esse aparelho.
Efeito da inflação na conta de luz
“Essa nova bandeira pode ter um impacto de 0,4 ponto percentual na inflação oficial do país, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)”, diz El Khatib.
O especialista ressalta que o sistema de bandeiras, adotado em 2015, se mostrou mais eficaz que o anterior. Até 2014, os custos eram repassados apenas nos reajustes anuais.
“O modelo de bandeiras tarifárias permite que os custos extras sejam repassados mensalmente às distribuidoras de energia, evitando o acúmulo de dívidas e a necessidade de reajustes tarifários mais altos no futuro. Embora a ativação da bandeira tarifária vermelha patamar 2 represente um aumento significativo nos custos de energia para as famílias, o modelo é considerado mais efetivo para lidar com esses aumentos”, completou.
Como reduzir a conta
Ao mudar da bandeira verde para as outras, a Aneel busca incentivar um uso mais consciente da energia. Assim, reduzindo o consumo mensal, o brasileiro sentiria menos o aumento da tarifa.
“Adotando medidas de eficiência energética e conscientização do consumo, as famílias podem minimizar o impacto no orçamento e contribuir para a sustentabilidade do setor elétrico brasileiro”, reforçou Khatib, que deu algumas dicas para reduzir o impacto.
- Usar a capacidade total das máquinas de lavar e secar;
- Dosar bem o sabão nas lavadoras, evitando repetir o enxágue;
- Desligar ou tirar da tomada os aparelhos quando não estiverem em uso;
- Evitar deixar eletrônicos em stand-by, pois continuam gastando energia;
- Trocar lâmpadas antigas por opções mais econômicas, como LED;
- Usar a luz natural sempre que possível;
- Apagar as luzes ao sair dos cômodos;
- Ligar o ar-condicionado só quando necessário e ajustar para 23°C;
- Manter portas e janelas fechadas com o ar-condicionado ligado;
- Evitar o uso excessivo do chuveiro elétrico e tomar banhos mais curtos;
- Ensinar todos da família sobre a importância de economizar energia;
- Acompanhar regularmente o consumo de energia e ajustar hábitos conforme necessário;
- Compartilhar dicas de economia de energia com amigos e parentes.
A economia de energia é fundamental por diversas razões. Primeiramente, ela representa uma economia significativa no seu orçamento mensal, liberando recursos para outros gastos importantes.
Além disso, o uso racional de eletricidade contribui diretamente para a sustentabilidade ambiental, preservando recursos naturais valiosos como a água utilizada nas hidrelétricas.
Com as mudanças climáticas e a escassez hídrica cada vez mais evidentes, é crucial que todos nós façamos a nossa parte para reduzir o consumo de energia.