Em um movimento que reforça a transformação digital do setor bancário, o Santander anunciou o fechamento de diversas agências físicas ainda em 2025, como parte de uma ampla reestruturação que acompanha a mudança no comportamento dos clientes.
A decisão segue uma tendência já consolidada: a migração crescente para os canais digitais e a consequente queda na procura por atendimento presencial nas agências.
Segundo dados do setor, desde 2019, as transações digitais cresceram 63%, enquanto as operações realizadas presencialmente em agências caíram 61%.
O Santander, assim como outros grandes bancos, está ajustando sua infraestrutura para responder a essa nova realidade — mais conectada, mais ágil e menos dependente de espaços físicos tradicionais.
📉 Por que o Santander está fechando agências em 2025?
O principal motivo por trás da decisão é a mudança no perfil de consumo bancário. Hoje, a maioria dos clientes prefere resolver questões financeiras por meio de aplicativos móveis, internet banking e caixas eletrônicos inteligentes.
Com isso, manter estruturas físicas onerosas em locais com baixa movimentação tornou-se financeiramente inviável. A reestruturação prevê a manutenção de 349 agências, das quais:
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290 serão de serviço completo, com todas as funcionalidades tradicionais;
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5 funcionarão como “work cafés”, conceito que une ambiente de trabalho colaborativo e atendimento bancário;
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18 agências serão convertidas em locais sem balcão, mas com colaboradores disponíveis para oferecer suporte e orientações presenciais.
Além disso, outras unidades devem ser desativadas até o segundo semestre de 2025, consolidando uma estratégia de modernização e redução de custos operacionais.
🧑💼 Impactos para funcionários e sindicatos
O fechamento das agências poderá afetar até 750 funcionários, o que representa cerca de 4% da força de trabalho do banco no Reino Unido, onde boa parte das mudanças será concentrada.
Segundo nota oficial do Santander, consultas com sindicatos estão em andamento para reduzir os impactos sobre os trabalhadores.
A instituição promete oferecer recolocação interna, treinamentos e pacotes de apoio para os profissionais que forem impactados.
A medida, apesar de estratégica, reacende discussões sobre a segurança no emprego bancário em meio à digitalização.
Sindicatos pressionam para que o banco crie oportunidades em outras áreas, como atendimento digital, suporte remoto e serviços de inovação.
📱 Investimentos em canais digitais para compensar cortes
Mesmo com o enxugamento da rede física, o Santander reforçou seu compromisso com o bom atendimento ao cliente por meio de canais alternativos. Estão previstas melhorias em:
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Aplicativo de banco móvel com novas funcionalidades;
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Chat ao vivo com inteligência artificial para tirar dúvidas rapidamente;
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Central de atendimento telefônico ampliada, inclusive com suporte em horários estendidos.
Essa modernização visa garantir que os clientes possam acessar serviços bancários essenciais sem depender de uma agência física, como abertura de contas, transferências, renegociação de dívidas e investimentos.
🕒 Mudança nos horários de funcionamento das agências
Além dos fechamentos, o Santander anunciou que a maioria das agências com horário reduzido passará a funcionar apenas três dias por semana, a partir de 30 de junho de 2025. A medida tem como objetivo otimizar os recursos humanos e adaptar o banco às demandas reais de cada localidade.
As agências em funcionamento seguirão um modelo híbrido, em que clientes poderão agendar atendimento presencial apenas quando necessário, priorizando sempre as plataformas digitais para operações rotineiras.
🏦 Alternativas presenciais: hubs bancários comunitários
Como forma de manter a presença física em regiões onde as agências foram fechadas, o Santander participará da implantação de 18 novos hubs bancários no Reino Unido, em parceria com a iniciativa Cash Access UK.
Esses hubs funcionarão como espaços comunitários com atendimento multibanco, ou seja, clientes de diferentes instituições poderão realizar operações básicas, como:
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Saques;
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Depósitos;
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Pagamentos de contas;
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Atendimento ao cliente com auxílio de funcionários treinados.
A proposta é preencher o vazio deixado pelas agências e garantir que mesmo comunidades afastadas ou com menor digitalização tenham acesso ao sistema financeiro nacional.
🔍 O que os clientes precisam saber para se adaptar
Para os correntistas do Santander, a palavra de ordem é adaptação. Com a redução de agências, é fundamental conhecer e utilizar os recursos digitais oferecidos pelo banco. Entre as orientações estão:
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Atualizar o aplicativo Santander na App Store ou Google Play;
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Cadastrar-se para receber alertas e notificações sobre a conta;
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Utilizar o chat no aplicativo para suporte e informações;
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Explorar funcionalidades como pagamento por QR Code, investimentos e cartão virtual.
Clientes que preferem atendimento presencial devem se informar sobre a agência mais próxima com funcionamento mantido ou transformada em hub bancário.
📊 O fechamento de agências e o futuro do setor bancário
A decisão do Santander não é isolada. Outros grandes bancos — como Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal — também vêm reduzindo suas redes de agências físicas e apostando em transformação digital e serviços personalizados por meio de apps.
Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), mais de 70% das operações bancárias no Brasil já são realizadas por meio de dispositivos móveis. No mundo todo, a tendência é clara: menos agências, mais aplicativos.
Essa mudança traz benefícios importantes, como agilidade, economia de tempo e acesso a serviços 24 horas. No entanto, ela também levanta desafios sociais, como:
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A inclusão digital de pessoas mais velhas ou de baixa renda;
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O acesso a serviços bancários em áreas rurais ou remotas;
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A proteção contra fraudes no ambiente online.
🧭 Compromisso com acessibilidade financeira
O fechamento das agências físicas tem gerado pressão sobre o governo britânico e autoridades reguladoras, que exigem garantias de que o sistema bancário continuará acessível e democrático.
Até 2029, está previsto o lançamento de pelo menos 350 hubs bancários no Reino Unido, com participação ativa do Santander e de outras instituições. Essa medida visa preservar o direito ao dinheiro em espécie, ao atendimento presencial e à educação financeira.
O sucesso dessa transição dependerá do equilíbrio entre tecnologia, inclusão e responsabilidade social por parte das instituições financeiras.