Minha Casa Minha Vida libera Faixa 4 para brasileiros com renda de R$8 mil a R$12 mil
O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) passa por mais uma reformulação em 2025.
Em decisão recente, o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aprovou a criação da Faixa 4, uma nova categoria dentro do programa destinada a famílias com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil.
Essa nova etapa marca a ampliação do público-alvo do MCMV, incluindo famílias de classe média que antes estavam fora do alcance das faixas anteriores.
A Faixa 4 foi desenhada para atender uma demanda reprimida da classe média urbana, com condições mais acessíveis de financiamento, embora sem subsídios.
Os interessados poderão financiar imóveis novos ou usados de até R$ 500 mil, com juros de 10,5% ao ano, abaixo da média do mercado, que varia entre 11,5% e 12%.
O prazo máximo para pagamento será de 420 meses (35 anos), com financiamento de até 80% do valor total do imóvel.
Financiamento facilitado para a classe média
A proposta da Faixa 4 é reduzir o custo do crédito imobiliário para famílias que ganham mais do que o limite anterior da Faixa 3, mas que ainda enfrentam dificuldades para financiar a casa própria pelos meios tradicionais de mercado.
Segundo o Ministério das Cidades, responsável pela execução do MCMV, a expectativa é que a nova faixa permita o financiamento de cerca de 120 mil unidades habitacionais até 2026.
Isso deve contribuir significativamente para a meta do governo federal, que busca contratar 3 milhões de moradias no período.
Além disso, a entrada da classe média no programa promete estimular o setor da construção civil, gerar empregos e movimentar a economia nacional, sobretudo em centros urbanos com alto déficit habitacional.
Novas faixas do Minha Casa Minha Vida em 2025
Com a reformulação, os limites de renda de todas as faixas do programa foram atualizados. Veja como ficam as novas categorias do Minha Casa, Minha Vida:
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Faixa 1: renda familiar de até R$ 2.850, com subsídios de até 95% do valor do imóvel.
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Faixa 2: renda entre R$ 2.850,01 e R$ 4.700, com subsídio de até R$ 55 mil e juros reduzidos.
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Faixa 3: renda entre R$ 4.700,01 e R$ 8.600, sem subsídio, mas com condições de financiamento facilitadas.
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Faixa 4: renda entre R$ 8.000 e R$ 12.000, sem subsídios, mas com juros de 10,5% ao ano e imóveis de até R$ 500 mil.
Anteriormente, os limites de renda estavam fixados em R$ 2.640 (Faixa 1), R$ 4.400 (Faixa 2) e R$ 8.000 (Faixa 3). A atualização dos valores acompanha o aumento da inflação e da renda média da população brasileira.
Fontes de recursos e regras da Faixa 4
A Faixa 4 será viabilizada com aporte de R$ 30 bilhões, vindos de múltiplas fontes:
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Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
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Cadernetas de poupança
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Letras de Crédito Imobiliário (LCI)
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Fundo Social do Pré-Sal
Um detalhe importante: como se trata de uma linha de crédito vinculada ao FGTS, somente será possível financiar o primeiro imóvel do comprador.
No entanto, não é necessário ter saldo no FGTS para contratar o crédito — apenas que a pessoa não seja proprietária de outro imóvel no município ou região metropolitana onde pretende adquirir o bem.
Quem não possui saldo no FGTS, poderá contratar normalmente, mas com juros ligeiramente superiores aos praticados para os cotistas. Ou seja, o acesso continua sendo facilitado, com taxas ainda mais atrativas que as do mercado convencional.
Reajuste nos valores de imóveis para municípios menores
O Conselho Curador também aprovou novos tetos para o valor dos imóveis em cidades com até 100 mil habitantes.
Nessas localidades, o valor máximo de imóveis elegíveis para o MCMV subiu para R$ 210 mil a R$ 230 mil, representando um reajuste de 11% a 16%.
Essa atualização visa acompanhar o encarecimento dos imóveis mesmo em cidades menores, ampliando a viabilidade do financiamento em regiões do interior e promovendo a interiorização da política habitacional.
Famílias da Faixa 1 e 2 poderão financiar imóveis da Faixa 3
Outra novidade relevante é a flexibilização das regras de financiamento para famílias das Faixas 1 e 2.
A partir de agora, famílias com renda de até R$ 4.700 poderão financiar imóveis com valor de até R$ 350 mil, desde que aceitem as condições da Faixa 3 — ou seja, sem subsídios e com juros entre 7,66% e 8,16% ao ano.
Essa medida é voltada principalmente para regiões metropolitanas, onde os imóveis mais baratos são escassos, e permite que famílias com renda limitada possam adquirir imóveis de maior valor.
Como simular o financiamento da Faixa 4
Interessados em saber quanto pagarão de entrada, parcelas mensais e prazo de financiamento podem fazer simulações gratuitas no site da Caixa Econômica Federal. O processo é simples:
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Acesse o site oficial da Caixa Habitação.
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Escolha a opção “Simular financiamento”.
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Informe seus dados de renda, valor do imóvel desejado, localização e tipo de imóvel.
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O sistema irá calcular as condições do financiamento conforme a faixa em que o interessado se enquadra.
Vale lembrar que os interessados devem estar com o CPF regularizado, não possuir outro financiamento ativo pelo MCMV e não ter restrições em órgãos de crédito, como SPC ou Serasa.
Impacto esperado no mercado imobiliário
A expectativa do governo e do setor é que a inclusão da Faixa 4 represente um impulso significativo para o mercado imobiliário em 2025 e 2026.
Isso porque há um grande número de brasileiros com renda acima de R$ 8 mil que não conseguem boas condições de crédito nos bancos tradicionais.
Além disso, a medida ajuda a reduzir o déficit habitacional, que ainda é um desafio estrutural no Brasil, especialmente nas grandes cidades.
Estima-se que o déficit habitacional ultrapasse 6 milhões de moradias, segundo dados da Fundação João Pinheiro.
