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Lula dá canetada e INSS toma decisão de corte de R$10 bilhões atingindo aposentados e idosos de 60,61,62,63,64 anos pra cima

Uma das principais estratégias da equipe econômica para equilibrar o orçamento público, a revisão de gastos com programas governamentais avança lentamente este ano, aumentando a dificuldade de alcançar a meta fiscal zero em 2025.

Essa incerteza soma-se às dúvidas sobre a capacidade do governo de obter R$ 166 bilhões em receitas adicionais para fechar as contas no próximo ano.

Para 2024, espera-se economizar R$ 10 bilhões, principalmente com gastos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). No entanto, a quatro meses do fim do ano, a economia alcançada com os benefícios previdenciários é de cerca de 40% do total.

Lula dá canetada e INSS toma decisão de corte de R$10 bilhões atingindo aposentados e idosos de 60,61,62,63,64 anos pra cima
Lula dá canetada e INSS toma decisão de corte de R$10 bilhões atingindo aposentados e idosos de 60,61,62,63,64 anos pra cima – Imagem: Reprodução.

Já para o ano seguinte, o governo prevê uma redução de R$ 25,9 bilhões em gastos obrigatórios com a iniciativa, novamente focada no INSS. Especialistas em contas públicas questionam se essas medidas serão suficientes.

Eles argumentam que o combate a irregularidades é parte da rotina dos ministérios, não sendo uma ação adicional para lidar com o aumento dos gastos públicos.

De acordo com esses especialistas, para garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal, será necessário avançar na desindexação do Orçamento e em mudanças estruturais que reduzam o tamanho dos programas. O governo, contudo, decidiu adiar essa discussão para o próximo ano devido às eleições municipais.

Auxílio-doença e BPC do INSS

A revisão detalhada vem sendo realizada desde o ano passado, visando combater fraudes e irregularidades na concessão de benefícios. Diante de indícios de pagamentos indevidos no final do governo Jair Bolsonaro, o primeiro foco foi o Bolsa Família.

Este ano, as principais estratégias são o uso do Atestmed, que concede auxílio-doença sem perícia (R$ 5,6 bilhões), e a reavaliação desses benefícios já concedidos (R$ 2,973 bilhões). Com o Atestmed, a economia foi de 35% do previsto.

A reavaliação do auxílio-doença começou em julho, com meta de analisar 800 mil benefícios. Até agora, 258 mil foram avaliados, resultando no cancelamento de 133 mil, gerando economia de R$ 1,3 bilhão até o fim de 2024.

Felipe Salto, economista-chefe da Warren Rena e ex-secretário da Fazenda de São Paulo, considera o pente-fino positivo e necessário para combater fraudes inaceitáveis. Porém, ressalta que essa ação é contínua e ficou abaixo do esperado este ano.

Da economia prevista para o próximo ano, a maior parte (R$ 6,4 bilhões) virá da revisão do BPC, pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. No governo, esse número é visto como incerto, pois novos beneficiários podem ser incluídos, e a revisão só começa no ano que vem.

Outros R$ 10,5 bilhões focam novamente no auxílio-doença (Atestmed, reavaliação e medidas cautelares). Há previsões para o Bolsa Família (R$ 2,3 bilhões), gastos com pessoal (R$ 2 bilhões), Proagro (R$ 3,7 bilhões) e seguro-defeso (R$ 1,1 bilhão). Este último depende de aprovação do Congresso.

Necessidade de Reforma da Previdência

Manoel Pires, coordenador do Centro de Política Fiscal da FGV, afirma que o governo dificilmente cumprirá o arcabouço sem incluir reformas estruturantes. Ele alerta que nem todos os benefícios revisados são irregulares, e contar com arrecadação não recorrente sem margem de segurança é arriscado.

Defendo a combinação de aumento na arrecadação, controle de gastos e uma reforma estrutural. Essas três ações, trabalhando em conjunto, podem resolver o problema de forma equilibrada e justa, trazendo benefícios imediatos e alívio a longo prazo.

Um exemplo das dificuldades enfrentadas pelo governo Lula pode ser visto na gestão anterior. Entre 2016 e 2018, o governo Temer economizou R$ 14,5 bilhões revisando auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. No entanto, especialistas do INSS afirmam que metade dos benefícios cancelados foi reativada judicialmente.

Vilma Pinto, diretora da Instituição Fiscal Independente (IFI), acredita que o governo alcançará a meta em 2025, considerando que o arcabouço permite um déficit de até 0,25% do PIB.

Porém, ela ressalta que a proposta apresenta riscos significativos, podendo forçar o governo a fazer bloqueios e contingenciamentos, pressionando ainda mais as despesas discricionárias.

A questão, segundo ela, é determinar por quanto tempo o governo poderá manter essa situação sem implementar reformas estruturais nas despesas.

Consultando o extrato do benefício do INSS

Outra informação importante é o extrato do seu benefício do INSS. Você pode acessá-lo diretamente no Meu INSS, seguindo estes passos:

  1. Faça login no site ou aplicativo com seu CPF e senha da conta gov.br;
  2. Clique na opção “Extrato de Pagamento”;
  3. Selecione o benefício que deseja consultar;
  4. Visualize os detalhes do seu extrato, como dados de pagamento, valor recebido, entre outras informações.

Caso prefira, também é possível solicitar o extrato por telefone, ligando para a Central 135.

Carolina Ramos Farias

Redatora do Revista dos Benefícios, é Graduada pela Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Especialista em redação sobre Direitos do Trabalhador e Benefícios Sociais