O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na última quarta-feira (4) que a estratégia de ajuste fiscal mirou os contribuintes que não pagavam impostos no Brasil, o que ajudou o crescimento da economia.
“Por dez anos, vários grupos econômicos se beneficiaram do ajuste fiscal”, falou em entrevista ao Em Ponto, da GloboNews.
O que aconteceu
Haddad ressaltou o ajuste fiscal voltado para os “campeões nacionais”. O ministro relata que o assunto gerou debates no governo.
“Não adotamos nem uma visão nem outra. Nossa visão foi que o ajuste fiscal era importante, mas precisava ser, pela primeira vez na história do Brasil, feito sobre quem não pagava impostos”, explicou.
Reforma da Previdência
Haddad descarta a ideia de uma mudança geral no sistema de aposentadorias. O debate, que ganha força com o envelhecimento da população, é rejeitado pelo ministro da Fazenda.
“O que tem no Congresso Nacional, já aprovado pelo Senado, é uma reforma que estende a reforma dos regimes especiais para estados e municípios”, afirma. Para ele, é uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que organiza as contas municipais.
Juros
Evitou falar sobre possível aumento da taxa básica de juros. Haddad disse que o governo já nomeou quatro dos nove diretores do Copom (Comitê de Política Monetária) e falou que “não seria apropriado” avaliar os próximos passos da política monetária. “Confio muito na capacidade técnica das pessoas que estão à frente do Banco Central”. Temos que cada vez mais alinhar a política fiscal e monetária para continuar crescendo com inflação baixa.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Haddad diz que nomeação de Galipolo para o BC foi “uma boa escolha”. Ele comenta que o atual diretor de política monetária está “muito preparado” para assumir a presidência do Banco Central no lugar de Roberto Campos Neto após um ano na instituição. “Ele passou pela política, pela área técnica dentro do Banco Central, pelo ministério da Fazenda, veio do mercado financeiro e conhece os participantes”, avaliou Haddad.