A partir de 1º de julho, os brasileiros com dívidas no cartão de crédito rotativo podem transferir gratuitamente o saldo devedor entre instituições financeiras. Esta medida, determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), visa oferecer melhores condições de pagamento.
Para realizar a portabilidade, o consumidor deve solicitar informações sobre sua dívida na instituição financeira original e negociar uma nova operação de crédito com outra instituição que ofereça condições mais vantajosas. A seguir, veremos em detalhes como esse procedimento funciona!
Passos para solicitar a portabilidade de crédito
- Solicitação de Informações: O cliente deve obter dados sobre sua dívida na instituição original, incluindo saldo devedor, parcelas restantes e taxas de juros.
- Negociação com a Nova Instituição: Com as informações em mãos, o cliente negocia uma nova operação de crédito com outra instituição.
- Quitação da Dívida Original: Os recursos da nova operação são usados para quitar o saldo devedor na instituição original. A transferência de dinheiro é feita diretamente entre as instituições, sem custos adicionais para o cliente.
- Contraproposta da Instituição Original: A instituição original pode oferecer uma contraproposta, que deve ter, no mínimo, o mesmo prazo da nova operação para que o cliente possa comparar os custos.
Cuidados com a portabilidade de crédito
Ao considerar a portabilidade de crédito, é importante entender que tanto consumidores quanto bancos farão avaliações detalhadas. Segundo o educador financeiro Raul Sena, instituições financeiras avaliarão o risco de crédito do cliente antes de aceitar a portabilidade. Portanto, se o risco de inadimplência for alto, pode ser difícil encontrar uma instituição que ofereça melhores condições.
“Os bancos e financeiras vão continuar fazendo as contas também, do lado deles, para saber se aceitam o risco daquele cliente não pagar. Então, acredito que não seja tão fácil assim trocar de credor e conseguir reduzir os juros, se o risco de crédito da pessoa for alto demais”, afirma Raul.
Já Ione Amorim, do Idec, destaca a importância de entender os termos e juros envolvidos na portabilidade, especialmente em casos de dívidas acumuladas com altos juros. Comparar propostas de forma criteriosa é essencial para evitar condições desfavoráveis.
Ela exemplifica com uma pessoa que possui um cartão de loja com uma taxa de juros anual de 700% e decide fazer a portabilidade para uma instituição que oferece uma taxa de 300% ao ano. Ione aponta que é provável que as multas já aplicadas não sejam reconsideradas.
“Essa pessoa vai levar a dívida cheia da instituição? Falta clareza e transparência para o consumidor entender que está sendo assistido por uma política de juros que traga essa redução”, diz.
Transparência nas faturas do CARTÃO DE CRÉDITO
O CMN também estabeleceu novas regras para garantir maior transparência nas faturas de cartão de crédito. As faturas agora devem conter três áreas distintas:
- Área de Destaque: com informações essenciais como valor total e data de vencimento.
- Área para Alternativas de Pagamento: com detalhes sobre pagamento mínimo, encargos, opções de financiamento e taxas de juros.
- Área com Informações Complementares: com lançamentos na conta, juros cobrados, tarifas e limites individuais.