Nova identidade nacional começa a valer e expõe o prazo final para o fim definitivo do antigo RG no país
Durante décadas, o Registro Geral (RG) foi o principal documento de identificação dos brasileiros. No entanto, o país passa agora por uma das maiores mudanças na sua forma de identificação civil. O governo federal já deu início à transição definitiva para a Carteira de Identidade Nacional (CIN), que se tornará o único modelo aceito em todo o território nacional.
Embora a substituição não seja imediata, o antigo RG tem data marcada para perder validade: 28 de fevereiro de 2032, conforme determina o Decreto nº 10.977/2022. Isso significa que, até lá, o cidadão ainda pode utilizar o documento antigo, mas o ideal é realizar a troca o quanto antes.
Por que o RG antigo deixará de valer
O RG tradicional sempre teve uma limitação que o novo documento resolve de forma definitiva: ele podia ser emitido com números diferentes em cada estado. Assim, uma mesma pessoa poderia ter múltiplas identidades, o que abria brechas para fraudes.
Com a nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), o CPF passa a ser o número único de identificação de cada brasileiro. Ou seja, independentemente do estado onde o documento for emitido, a numeração será a mesma em todo o país.
O objetivo da mudança é padronizar o sistema de identificação, fortalecer a segurança e facilitar o cruzamento de dados entre os órgãos públicos.
Principais novidades da nova Carteira de Identidade Nacional
A CIN traz avanços tecnológicos que vão muito além da simples substituição do número do RG. O documento adota recursos de segurança digital e integração com plataformas do governo. Confira as principais características:
CPF único: elimina a multiplicidade de números por estado.
Formato físico e digital: após a emissão da via física, o cidadão pode acessar a versão digital no aplicativo Gov.br.
QR Code de validação: garante a autenticidade do documento e pode ser lido por qualquer smartphone.
Padrão internacional (MRZ): o mesmo dos passaportes, permitindo o uso da CIN como documento de viagem dentro do Mercosul.
Inclusão de dados extras: é possível adicionar informações como título de eleitor, CNH, tipo sanguíneo, cartão do SUS e até contatos de emergência.
Esses avanços aproximam o Brasil do modelo de identificação usado em países com sistemas digitais consolidados, como Estônia e Portugal.

Como emitir a nova identidade nacional
O processo de emissão é simples, mas varia de acordo com o estado. Em geral, é necessário apresentar:
Certidão de nascimento ou casamento (original ou cópia autenticada);
Número do CPF;
Comprovante de endereço (em alguns estados).
A solicitação é feita em órgãos estaduais de identificação — como o Instituto de Identificação, o Poupatempo (em São Paulo) ou os Vapt-Vupts (em Goiás).
Depois de agendar o atendimento, o cidadão passa pela coleta biométrica e aguarda a entrega da via física.
A primeira via é gratuita
A primeira emissão da CIN é gratuita em todos os estados e no Distrito Federal. Em caso de perda ou dano, pode haver cobrança pela segunda via, cujo valor depende das normas locais.
Alguns estados oferecem a opção de emitir o documento em policarbonato, material mais resistente e semelhante ao usado em passaportes, com taxa adicional opcional.
Validade conforme a faixa etária
Um dos pontos importantes da nova carteira é que a validade depende da idade do titular no momento da emissão:
De 0 a 12 anos incompletos: validade de 5 anos;
De 12 a 60 anos incompletos: validade de 10 anos;
A partir de 60 anos: validade indeterminada.
Assim, idosos não precisam mais renovar o documento periodicamente.
O RG antigo ainda é aceito?
Sim, até fevereiro de 2032 o RG tradicional continuará sendo aceito em todo o Brasil. No entanto, é importante destacar que instituições financeiras, concursos públicos e empresas podem recusar documentos muito antigos ou com fotos desatualizadas antes desse prazo.
O governo recomenda que cidadãos com RG emitido há mais de 10 anos considerem atualizar a identidade, especialmente para evitar problemas em viagens, exames, matrículas e demais serviços que exigem foto recente.
Mais de 30 milhões de brasileiros já possuem a nova CIN
Segundo dados divulgados pelo governo federal em julho de 2025, mais de 30 milhões de brasileiros já emitiram a nova Carteira de Identidade Nacional. O dado revela o avanço da digitalização e o esforço de padronização dos sistemas estaduais.
Entre os que já fizeram a emissão, 34% são jovens com até 19 anos, muitos tirando o primeiro documento da vida.
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos destacou que a adesão tem sido crescente e que todos os estados já oferecem a emissão da CIN em pelo menos uma unidade oficial.
Documentos complementares integrados ao Gov.br
Um dos diferenciais da nova carteira é a integração ao aplicativo Gov.br, que concentra diferentes serviços públicos digitais. A CIN aparece automaticamente no app após a emissão e pode ser acessada mesmo sem o documento físico em mãos.
Além disso, o cidadão pode incluir dados adicionais, como:
CNH (Carteira Nacional de Habilitação);
Cartão Nacional de Saúde (SUS);
Título de eleitor;
Certificados de vacinação;
Tipo sanguíneo e informações médicas de emergência.
Essa centralização visa simplificar o dia a dia dos brasileiros, reduzindo a necessidade de carregar diversos documentos físicos.
Segurança reforçada e combate à fraude
A adoção do CPF como número único é considerada um avanço estratégico no combate a fraudes de identidade. A antiga multiplicidade de RGs por estado dificultava o rastreamento de informações e permitia falsificações.
Com a CIN, todos os dados do cidadão ficam vinculados a um único número e a uma base integrada nacionalmente, administrada pelo gov.br e validada por órgãos de segurança pública.
O QR Code presente no documento permite verificar, em tempo real, se ele é autêntico, reduzindo drasticamente o risco de falsificação ou uso indevido.
Por que emitir o novo documento o quanto antes
Apesar do prazo estendido até 2032, o governo incentiva que a substituição seja feita gradualmente. Emitir a nova CIN antecipadamente evita filas, garante gratuidade e assegura que o cidadão já esteja adaptado ao novo formato.
Além disso, muitos serviços públicos e privados já estão integrando seus sistemas à CIN, tornando o RG antigo menos prático a cada ano.
Com o avanço da digitalização, a nova Carteira de Identidade Nacional não é apenas um documento físico, mas uma ferramenta de cidadania digital, que conecta o brasileiro a uma série de serviços com mais rapidez e segurança.
