14º salário do INSS 2025: Governo confirma decisão final e expõe verdade sobre pagamento extra

Em meio à constante onda de boatos e especulações nas redes sociais, o Governo Federal e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) voltaram a negar a possibilidade de pagamento de um 14º salário a aposentados e pensionistas em 2025.

Segundo o órgão, não há base legal, previsão orçamentária ou qualquer programa oficial que autorize o pagamento de um abono adicional além do tradicional 13º salário.

Nos últimos meses, vídeos e publicações em redes sociais voltaram a mencionar supostos calendários e valores do “14º salário”, levando milhares de beneficiários a acreditar que o bônus seria pago ainda neste ano. No entanto, o governo foi categórico em desmentir a informação.

Projeto de Lei paralisado desde 2022

A ideia de um 14º salário para aposentados e pensionistas do INSS surgiu durante a pandemia da Covid-19. Na época, o deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS) apresentou o Projeto de Lei nº 4.367/2020, que previa a criação do benefício em caráter excepcional, como uma forma de compensar a antecipação do 13º salário nos anos de 2020 e 2021.

O projeto chegou a avançar nas comissões de Finanças e Tributação e de Seguridade Social e Família, mas está paralisado desde 2022, aguardando parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

Desde então, nenhum avanço concreto foi registrado, e o texto permanece fora das pautas de votação da Câmara dos Deputados.

O obstáculo fiscal que impede o benefício

Mesmo que o projeto tivesse respaldo político, o principal entrave é de natureza fiscal. De acordo com estimativas da equipe econômica, o pagamento do 14º salário exigiria mais de R$ 50 bilhões dos cofres públicos.

Com o teto do INSS atingindo R$ 8.157,41 em 2025, o custo total do programa seria ainda maior, tornando impossível encaixar o benefício dentro do atual arcabouço fiscal.

Por isso, o governo não demonstra interesse em reabrir a discussão, mantendo como prioridade o equilíbrio das contas públicas e o cumprimento das metas de responsabilidade fiscal.

INSS. Foto: Montagem/Revista dos Benefícios

O único abono garantido: o 13º salário

Diante da inviabilidade do 14º, o único pagamento extra confirmado aos beneficiários do INSS é o tradicional 13º salário.

Historicamente, o abono é pago em duas parcelas, nos meses de agosto e novembro.

Porém, em anos recentes, o Governo Federal tem optado por antecipar o benefício para o primeiro semestre — prática adotada novamente em 2025, com pagamentos realizados entre abril e maio.

A antecipação serve como medida de estímulo à economia, injetando bilhões de reais em circulação e oferecendo alívio financeiro aos aposentados e pensionistas.

Atenção aos golpes e fake news sobre o 14º salário

A popularidade do tema tem sido terreno fértil para golpistas.

O INSS e o Senado Federal alertam que circulam mensagens falsas prometendo o pagamento imediato do 14º salário mediante cadastro ou atualização de dados bancários.

Essas mensagens geralmente utilizam nomes de órgãos oficiais e fotos de autoridades para gerar credibilidade.

As vítimas são induzidas a clicar em links ou fornecer dados pessoais, CPF e senhas bancárias, resultando em roubo de informações e valores.
O INSS reforça que não solicita informações pessoais por telefone, e-mail ou redes sociais. Todas as comunicações oficiais são feitas pelo aplicativo ou site “Meu INSS” (meu.inss.gov.br) e pelos canais do Gov.br.

Quem teria direito ao 14º salário (se aprovado)

Se o projeto de lei fosse aprovado conforme o texto original, o 14º salário seria pago aos mesmos segurados que já têm direito ao 13º salário do INSS.
A lista incluiria:

  • Aposentados por idade, tempo de contribuição ou invalidez.

  • Pensionistas por morte.

  • Beneficiários de auxílio-doença.

  • Beneficiários de auxílio-acidente.

  • Beneficiários de auxílio-reclusão.

  • Trabalhadoras que recebem salário-maternidade (proporcionalmente).

Quem ficaria de fora

O projeto deixava claro que benefícios de caráter assistencial não seriam contemplados.
Isso inclui:

  • Beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS).

  • Pessoas que recebem a Renda Mensal Vitalícia (RMV).

Esses grupos não têm direito ao 13º salário e, por consequência, também não receberiam o 14º.

Como seria o cálculo do benefício

A proposta estabelecia que o valor do 14º salário não poderia ultrapassar dois salários mínimos.
Em 2025, com o piso em R$ 1.518,00, o valor máximo do abono seria R$ 3.036,00.

O cálculo funcionaria assim:

  • Quem recebe até um salário mínimo ganharia um 14º salário equivalente ao mínimo vigente.

  • Quem recebe acima do mínimo teria direito a um valor proporcional, limitado a dois salários mínimos.

O objetivo era injetar recursos na economia sem comprometer o orçamento da União, especialmente em um momento de crise econômica.

Por que o 14º salário não deve sair do papel

Mesmo com grande apoio popular — há petições com milhões de assinaturas —, o 14º salário não deve avançar tão cedo.

Além do impacto orçamentário, há resistência política dentro do governo e entre os líderes do Congresso, que priorizam projetos de impacto social mais amplo, como o Bolsa Família e o Pé-de-Meia.

Além disso, o atual arcabouço fiscal limita a criação de novos gastos sem contrapartidas ou aumento de receitas.

Assim, qualquer tentativa de reativar o projeto exigiria uma fonte permanente de custeio, o que o governo não pretende propor neste momento.

Entenda a diferença entre o 13º e o 14º salário

O 13º salário é um direito garantido por lei a aposentados, pensionistas e trabalhadores com carteira assinada, pago todos os anos.

Já o 14º salário nunca foi aprovado e, portanto, não tem validade legal.

Enquanto o 13º é pago automaticamente, o 14º dependeria de aprovação legislativa, sanção presidencial e previsão no orçamento da União.

Sem isso, qualquer promessa de pagamento é considerada notícia falsa.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.