De cair da cadeira, 12 Estados têm mais Bolsa Família do que empregados com carteira assinada; veja lista
O total de pessoas que recebem o Bolsa Família ainda supera o número de trabalhadores formais em 12 dos 27 estados brasileiros, excluindo o setor público.
Contudo, dados recentes apontam um aumento no emprego formal em relação aos beneficiários do programa. Essa mudança vem ocorrendo desde o início de 2023, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu a presidência.
No começo de 2023, os beneficiários do programa representavam quase metade de todos os empregos formais no Brasil. Essa proporção caiu para 44% em agosto de 2024.
Isso indica um crescimento significativo do mercado de trabalho, enquanto o número de beneficiários do Bolsa Família diminuiu, devido à revisão de cadastros iniciada pelo governo federal.
Mais beneficiários do Bolsa Família que empregos formais
O número de beneficiários do Bolsa Família ainda é maior que o de trabalhadores com carteira assinada (excluindo o setor público) em 12 dos 27 estados brasileiros.
Antes da pandemia, eram 8 estados nessa situação. O número subiu para 10 em 2020, chegou a 12 em 2022 com o Auxílio Brasil e alcançou 13 em 2023. No início de 2024, permaneceu em 13, mas agora voltou a 12 estados.
A mudança mais recente ocorreu no Rio Grande do Norte, que passou a ter mais empregos formais do que benefícios concedidos.
Assim, tornou-se o único estado do Nordeste com mais carteiras de trabalho do que beneficiários. Na região Norte, 4 estados ainda têm mais beneficiários do que trabalhadores formais.
O Maranhão é o estado onde a dependência do benefício é mais forte. Há 659 mil empregos formais e 1,2 milhão de famílias maranhenses recebendo Bolsa Família. Isso significa que existem quase duas famílias recebendo o benefício para cada trabalhador formal no estado.
Em contraste, Santa Catarina apresenta a menor proporção, com 10 trabalhadores no mercado formal para cada beneficiário do Bolsa Família.
Esse indicador tem melhorado de forma constante. Em 23 estados, o aumento de empregos formais superou o de beneficiários do Bolsa Família nos últimos 12 meses.
O crescimento do Bolsa Família
Antes da pandemia, em janeiro de 2020, o Brasil contava com 39,6 milhões de trabalhadores formais e 13,2 milhões de beneficiários do Bolsa Família. Em dezembro de 2021, com a recuperação parcial do mercado de trabalho, o número de beneficiários subiu para 14,5 milhões.
No ano eleitoral de 2022, o governo Bolsonaro elevou esse número para 21,6 milhões, com 3 milhões de novos beneficiários incluídos nos 3 meses antes das eleições.
O aumento repentino de 49% nas famílias beneficiadas em 2022 gerou preocupações entre economistas sobre a eficácia do programa devido ao cadastro apressado.
O valor do benefício também aumentou temporariamente para R$ 600 em 2022, tornando-se permanente após as eleições. Em 2023, uma nova ampliação elevou o valor médio para R$ 681.
Esse rápido crescimento do Bolsa Família coincidiu com um enfraquecimento do trabalho formal, com muitos trabalhadores migrando para a informalidade. Como resultado, em janeiro de 2023, havia 1 beneficiário do Bolsa Família para cada 2 empregos formais.
Por fim, desde o início do governo Lula, observa-se uma tendência de aumento no emprego formal e redução nos benefícios através de revisões cadastrais.