Você sabia? O verdadeiro motivo pelo qual as sacolas de supermercado agora mudaram de cor e como isso pode afetar o seu dia a dia mais do que você imagina

Quem nunca foi ao supermercado, pegou suas compras e notou algo diferente nas sacolas? De repente, a tradicional sacola branca desapareceu e deu lugar a versões verdes, cinzas, azuis, marrons… Parece até uma decisão estética, mas acredite: tem um motivo bem mais sério por trás dessa mudança de cor.

E não, não é para combinar com a decoração do supermercado nem para deixar as prateleiras mais bonitas nas fotos. A mudança está ligada a leis ambientais, reciclagem e até ao destino que você dá para o seu lixo em casa. Sim, a cor da sacola agora tem um papel importante nessa história.

O início da confusão: por que as sacolas ficaram coloridas?

Tudo começou quando diferentes estados e cidades do Brasil passaram a criar leis para reduzir o uso de plásticos e incentivar a separação correta do lixo. Antes, as sacolas eram todas iguais e acabavam indo parar no lixo comum, sem nenhuma distinção.

Agora, a ideia é simples: as cores ajudam a identificar para onde vai o lixo. Isso facilita a reciclagem e evita que materiais que poderiam ser reaproveitados acabem indo para aterros.

Por exemplo:

  • Sacolas verdes costumam ser para lixo reciclável;

  • Sacolas cinzas ou pretas ficam para o lixo comum;

  • Algumas redes até adotam azul para papel e amarelo para metais, seguindo o padrão de reciclagem.

Mas atenção: nem todo estado segue o mesmo padrão, o que gera certa confusão para quem viaja ou mora em regiões diferentes.

E por que não continuaram com as sacolas brancas?

As antigas sacolas brancas eram feitas de um plástico chamado polietileno de baixa densidade, que é reciclável, mas tinha dois grandes problemas:

  1. Elas eram usadas para tudo, sem nenhuma distinção de lixo;

  2. A produção não levava em conta o uso de material reciclado.

Com a mudança de cor, as novas sacolas passaram a ter percentuais obrigatórios de plástico reciclado na fabricação. Além disso, muitas são oxibiodegradáveis, ou seja, se decompõem mais rápido no meio ambiente.

Então, quando você vê uma sacola cinza ou verde, ela não é só diferente na cor — a composição também mudou.

A lei por trás da novidade

Cada município e estado pode criar suas próprias regras, mas muitas leis se baseiam em um ponto em comum: reduzir o impacto ambiental do plástico.

Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte já têm legislações que obrigam os supermercados a fornecer sacolas reutilizáveis ou biodegradáveis, além de incentivar o uso de cores diferentes para a separação do lixo.

Em São Paulo, por exemplo, a lei municipal exige que os estabelecimentos disponibilizem sacolas verdes para recicláveis e cinzas para resíduos comuns, sempre com informação impressa sobre o uso correto.

O impacto no bolso e no hábito do consumidor

Se você costuma fazer compras, já deve ter percebido que muitos supermercados não oferecem mais sacolas gratuitamente.

Com a chegada das sacolas coloridas e reutilizáveis, a ideia é que as pessoas trazem de casa suas próprias ecobags ou paguem por cada unidade, reduzindo o consumo desnecessário.

E isso realmente funciona: estudos mostram que quando a sacola é paga, as pessoas passam a pensar duas vezes antes de usar várias ao mesmo tempo.

Sacolas reutilizáveis: moda ou necessidade?

Com as novas regras, surgiram as famosas sacolas retornáveis, aquelas feitas de tecido ou material mais resistente. A ideia é simples: você compra uma vez e usa por meses, até anos.

Além de serem mais sustentáveis, elas suportam mais peso e evitam aquele clássico momento em que a sacola plástica rasga no meio da rua, espalhando suas compras para todo lado.

Mas, claro, nem todo mundo se adapta. Muita gente ainda prefere as sacolas plásticas para usar como saco de lixo em casa — e é justamente aí que entra a confusão com as cores.

Afinal, preciso mesmo seguir a cor das sacolas para o lixo?

Tecnicamente, sim. A proposta das cores é facilitar a vida de quem faz a coleta seletiva.

Se a sua cidade recolhe recicláveis separadamente, usar a sacola correta ajuda muito no processo. Mas se a coleta não faz distinção, as cores acabam servindo mais como educação ambiental do que como obrigação prática.

De qualquer forma, criar o hábito de separar o lixo corretamente em casa é um passo importante, independentemente da cor da sacola.

E o meio ambiente agradece?

A ideia das sacolas coloridas não resolve sozinha o problema do plástico no mundo, mas ajuda a reduzir o impacto ambiental de várias maneiras:

  • Incentiva a reciclagem;

  • Diminui a quantidade de plástico produzido a partir de petróleo;

  • Estimula o uso consciente, já que muitas cidades cobram pelas sacolas.

Além disso, com mais pessoas levando ecobags, menos plástico vai parar nos oceanos e em áreas de preservação.

Curiosidades sobre as sacolas de supermercado

  1. No Japão, as pessoas levam suas próprias sacolas há décadas — e não por obrigação, mas por costume.

  2. Na Europa, a cobrança pelas sacolas é algo comum desde os anos 90.

  3. Algumas cidades brasileiras estudam substituir o plástico por sacolas de papel ou bioplástico feito de cana-de-açúcar.

Ou seja, a mudança de cor pode ser só o começo de uma transformação ainda maior nos hábitos de consumo.

E se eu não quiser usar sacolas plásticas?

Existem várias alternativas para quem quer reduzir o uso de plástico:

  • Ecobags de tecido: resistentes e fáceis de lavar;

  • Caixas dobráveis: muito usadas na Europa, cabem no porta-malas e evitam dezenas de sacolas;

  • Sacolas de papel: já presentes em algumas redes e totalmente recicláveis.

O importante é lembrar que cada sacola plástica leva até 400 anos para se decompor no meio ambiente. Então, qualquer redução já faz diferença.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.