O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) lançou uma ferramenta digital que vem ajudando milhões de brasileiros a planejarem a aposentadoria de forma prática e gratuita. O recurso “Simular Aposentadoria” permite descobrir, em poucos minutos, quanto tempo ainda falta para se aposentar e qual será o valor estimado do benefício.
O serviço está disponível pelo site e aplicativo Meu INSS, compatível com Android e iOS, e é acessível a qualquer cidadão com login gov.br. A proposta é dar mais transparência ao sistema e reduzir erros nos pedidos de aposentadoria, que representam grande parte da fila do INSS.
Em um cenário de envelhecimento populacional e de regras previdenciárias cada vez mais complexas, planejar a aposentadoria se tornou essencial — especialmente para quem pretende se aposentar entre 2026 e 2028.
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Crescimento do número de aposentados e fila de espera
O Brasil vive um processo acelerado de envelhecimento da população, e isso se reflete diretamente nos números do INSS. Em fevereiro de 2025, o país já contava com mais de 25 milhões de aposentados, segundo dados oficiais.
No início do mesmo ano, eram cerca de 23 milhões de beneficiários. A tendência é de crescimento constante, o que reforça a importância de usar ferramentas de simulação e evitar atrasos nos pedidos.
A fila de espera também continua alta. Em agosto de 2025, o INSS registrava 2,6 milhões de solicitações pendentes. Boa parte desses pedidos diz respeito à análise de tempo de contribuição e documentação incompleta, pontos que o simulador ajuda a esclarecer antecipadamente.
Como funciona o simulador de aposentadoria do INSS
O recurso “Simular Aposentadoria” foi desenvolvido para calcular automaticamente o tempo de contribuição e indicar a regra mais vantajosa para o segurado.
Ao acessar o serviço, o sistema recupera as informações registradas no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), como:
Tempo de contribuição em cada vínculo empregatício;
Idade atual;
Salários de contribuição;
Dados de vínculos ativos e encerrados.
Além disso, o usuário pode inserir manualmente vínculos que ainda não constem no sistema, garantindo uma estimativa mais precisa.
Com base nesses dados, a plataforma mostra:
Em qual regra de aposentadoria o segurado se enquadra;
Quanto tempo falta para atingir os requisitos mínimos;
Valor estimado do benefício, com base nas regras de cálculo vigentes.
Como acessar a calculadora do INSS
O acesso é simples e totalmente gratuito. Veja o passo a passo:
Faça login com CPF e senha gov.br (ou crie um cadastro);
No campo de busca, digite “Simular Aposentadoria”;
Confira seus dados pessoais e profissionais;
Corrija ou adicione vínculos, caso necessário;
Clique em “Simular” para ver o resultado.
Após o cálculo, o sistema exibirá as sete modalidades de aposentadoria possíveis, mostrando qual é a mais próxima e qual oferece o melhor valor. Se todos os requisitos já forem cumpridos, o trabalhador pode solicitar a aposentadoria imediatamente sem sair da plataforma.
Quem pode usar o simulador do INSS
O serviço está disponível para todos os segurados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), incluindo:
Trabalhadores com carteira assinada (CLT);
Contribuintes individuais (autônomos);
Empregados domésticos;
Segurados facultativos;
Trabalhadores rurais em alguns casos.
Servidores públicos federais não podem usar a ferramenta, pois seguem regimes próprios de previdência (RPPS), com regras diferentes.
Sete regras disponíveis para simulação
O simulador apresenta as principais modalidades de aposentadoria previstas nas leis vigentes. São elas:
Aposentadoria por idade urbana – exige idade mínima e tempo mínimo de contribuição;
Aposentadoria por tempo de contribuição – válida para quem completou os requisitos antes da Reforma de 2019;
Sistema de pontos – soma da idade com o tempo de contribuição;
Idade mínima progressiva – aumenta gradualmente até 2031 (mulheres) e 2033 (homens);
Pedágio de 50% – para quem estava a até 2 anos de se aposentar em 2019;
Pedágio de 100% – exige o dobro do tempo que faltava em 2019;
Aposentadoria especial para professores ou pessoas com deficiência.
Cada uma dessas regras tem critérios próprios de tempo e idade, que o sistema explica detalhadamente na tela de resultados.
Reforma da Previdência e o impacto até 2028
A Reforma da Previdência (EC nº 103/2019) alterou de forma profunda as regras de aposentadoria. Desde então, a idade mínima e os pontos exigidos aumentam ano a ano.
Até 2031, as mulheres precisarão ter 62 anos de idade mínima e os homens 65 anos, com as pontuações exigidas também crescendo progressivamente até 2033.
Isso significa que quem planeja se aposentar entre 2026 e 2028 deve acompanhar de perto essas transições. A calculadora do INSS já aplica essas projeções automaticamente, considerando a evolução anual das exigências.
Por exemplo:
Em 2026, uma mulher precisará de 61 anos de idade e 30 de contribuição;
Em 2028, o requisito sobe para 61 anos e meio;
Para homens, a idade mínima em 2026 será 64 anos e meio, chegando a 65 em 2028.
Essas pequenas variações anuais são cruciais para o planejamento previdenciário.
Valor estimado da aposentadoria
O simulador também apresenta uma estimativa de valor mensal, com base na média dos salários de contribuição após julho de 1994.
A projeção leva em conta:
Média de 100% dos salários (sem descartar os menores, como antes da Reforma);
Aplicação do fator previdenciário, quando cabível;
Percentual conforme o tempo de contribuição.
Por exemplo, um trabalhador que contribuiu por 35 anos e tem média salarial de R$ 3.500 pode ter uma aposentadoria estimada de R$ 2.800, mas esse valor pode variar de acordo com as regras aplicadas e a documentação oficial.
É importante lembrar que o valor exibido é apenas uma simulação, e o benefício final será definido após a análise do INSS.
Regras de transição até 2033
As regras de transição foram criadas para não prejudicar quem já estava no mercado antes da Reforma. Elas estabelecem critérios híbridos de idade e tempo, ajustando gradualmente o sistema.
As principais mudanças previstas até 2033 incluem:
Aumento anual da idade mínima;
Crescimento da pontuação exigida;
Mudanças nos cálculos do pedágio de 50% e 100%;
Redução gradual de vantagens antigas, como o descarte de salários menores.
A ferramenta do INSS já considera essas mudanças automáticas, o que evita erros de cálculo e permite planejar melhor a aposentadoria, seja para 2026, 2027 ou 2028.
Simulação não garante direito automático
Mesmo que o simulador mostre que o trabalhador já atingiu os requisitos, a simulação não gera direito adquirido. O resultado é apenas informativo e serve para planejamento.
Ao formalizar o pedido, o INSS faz uma análise técnica dos dados e pode solicitar documentos comprobatórios, como:
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS);
Carnês de contribuição;
Declarações de empregadores;
Contratos ou comprovantes de recolhimento.
Se houver divergências, o benefício pode ser indeferido até que a documentação seja corrigida.
Possibilidade de ajustar dados manualmente
Um dos grandes diferenciais do simulador é permitir ajustes manuais. O usuário pode corrigir vínculos de trabalho, datas de admissão ou demissão, e adicionar períodos não reconhecidos automaticamente.
Esses ajustes não alteram o cadastro oficial, mas ajudam a gerar uma estimativa mais realista. No pedido oficial, o INSS fará a checagem completa e validará as informações.
Isso é essencial para quem trabalhou como autônomo, intermitente, doméstico ou contribuiu por períodos curtos — situações em que o sistema pode falhar ao contabilizar.
Benefícios do uso da calculadora do INSS
Além de agilizar o planejamento, o simulador oferece vantagens como:
Evitar erros no pedido de aposentadoria, que podem atrasar a concessão;
Economizar tempo, ao centralizar todas as informações previdenciárias;
Acompanhar a evolução anual dos requisitos, conforme as regras de transição;
Projeção de valor para planejar o futuro financeiro;
Acesso 100% online, sem necessidade de agendamento presencial.
Segundo especialistas em Previdência, o uso da ferramenta também ajuda o governo a reduzir a fila de espera, já que o cidadão entra com o pedido somente quando está realmente apto.
Planejamento é essencial para garantir o melhor benefício
Com as novas regras e o aumento gradual da idade mínima, o planejamento previdenciário passou a ser fundamental. Pequenas decisões, como continuar contribuindo por mais tempo ou corrigir períodos faltantes, podem elevar o valor final da aposentadoria em até 20%.
Quem pretende se aposentar em 2026, 2027 ou 2028 deve começar agora a:
Conferir todos os vínculos no CNIS;
Simular periodicamente as condições no Meu INSS;
Regularizar contribuições em atraso, se houver;
Avaliar a melhor regra de transição.
Com esses cuidados, o segurado evita surpresas e garante um benefício mais justo.