Milhares de brasileiros estão se preparando para um momento decisivo em 2026. A expectativa de uma aposentadoria tranquila, com renda acima dos R$ 3 mil mensais, tem motivado muitos trabalhadores a revisarem seus históricos de contribuição ao INSS.
Mas alcançar esse valor exige mais do que tempo de serviço, é necessário planejamento, estratégia e conhecimento sobre as regras que estarão em vigor.
O que poucos sabem é que, com ajustes simples e algumas decisões certeiras, é possível transformar um benefício básico em uma aposentadoria valorizada. A seguir, veja os passos essenciais para atingir esse objetivo.
Como funciona o cálculo da aposentadoria do INSS
O valor da aposentadoria é definido com base na média de todas as contribuições realizadas desde julho de 1994, corrigidas pela inflação.
Diferente das regras antigas, que consideravam apenas as 80% maiores contribuições, o cálculo atual engloba 100% dos salários de contribuição.
A fórmula geral considera 60% dessa média, acrescidos de 2% para cada ano que ultrapassar o tempo mínimo de contribuição:
- Mulheres: 15 anos mínimos;
- Homens: 20 anos mínimos.
Ou seja, quanto mais tempo de contribuição, maior será o percentual aplicado sobre a média salarial. Para atingir um valor acima de R$ 3 mil, o trabalhador deve ter médias salariais superiores a R$ 5 mil, considerando os descontos e percentuais.
Estratégias para aumentar o valor do benefício
Garantir uma aposentadoria robusta depende de algumas escolhas inteligentes durante a vida profissional. Veja as principais estratégias:
1. Contribua sobre valores mais altos
Quem deseja receber um benefício acima do salário mínimo precisa contribuir sobre valores maiores. Para autônomos e MEIs, a dica é ajustar a contribuição de acordo com o valor pretendido. A alíquota do INSS é de 20% sobre o valor declarado, portanto, quanto maior o valor-base, maior o benefício futuro.
2. Aumente o tempo de contribuição
Cada ano adicional além do mínimo exigido acrescenta 2% no cálculo final da aposentadoria. Esse percentual faz diferença significativa — por exemplo, uma mulher com 25 anos de contribuição já soma 80% da média salarial.
3. Descarte os menores salários
Uma das mudanças mais vantajosas da reforma é o descarte de contribuições menores. Essa estratégia pode ser usada por quem já tem tempo suficiente e quer eliminar períodos com salários baixos, elevando a média geral.
4. Faça um planejamento previdenciário
Um planejador previdenciário ou advogado especializado pode analisar o histórico completo de contribuições, identificar erros no CNIS e indicar a regra mais vantajosa de aposentadoria. Muitas vezes, um simples ajuste no tempo de contribuição ou a inclusão de períodos esquecidos pode elevar o valor final em até 30%.
5. Inclua períodos “esquecidos”
Serviço militar, atividade rural e trabalhos informais podem ser incluídos no cálculo, desde que devidamente comprovados. Esses períodos aumentam o tempo de contribuição e podem antecipar a data de aposentadoria.
Regras de aposentadoria em 2026
Em 2026, o INSS aplicará regras atualizadas para quem começou a contribuir antes e depois da reforma da Previdência. Entenda cada uma:
Regra por Pontos
Essa regra soma idade + tempo de contribuição.
- Mulheres: 93 pontos em 2026;
- Homens: 103 pontos.
Exemplo: uma mulher de 58 anos com 35 anos de contribuição alcança 93 pontos e já pode se aposentar nessa modalidade.
Regra da Idade Progressiva
Nessa opção, a idade mínima aumenta gradualmente a cada ano. Em 2026:
- Mulheres: 59 anos e 6 meses;
- Homens: 64 anos e 6 meses.
O tempo mínimo de contribuição continua sendo de 30 anos para mulheres e 35 para homens. Essa regra é ideal para quem já estava perto de se aposentar antes da reforma.
Nova Regra Permanente
Aplica-se a quem começou a contribuir após novembro de 2019.
- Mulheres: 62 anos e 15 anos de contribuição;
- Homens: 65 anos e 15 anos de contribuição.
Nessa modalidade, o valor do benefício segue integralmente a fórmula de 60% + 2% por ano adicional.
Como simular sua aposentadoria
A ferramenta Meu INSS, disponível via aplicativo ou site, permite consultar o tempo total de contribuição, a data provável de aposentadoria e o valor estimado do benefício.
No entanto, o simulador apresenta apenas uma estimativa automática, que pode desconsiderar períodos de trabalho informal, vínculos antigos não registrados ou contribuições em atraso.
Por isso, especialistas recomendam fazer uma simulação detalhada com um profissional, especialmente para quem busca um benefício acima dos R$ 3 mil.
Planejamento é a chave do benefício alto
A grande diferença entre quem recebe o mínimo e quem conquista uma renda maior na aposentadoria está no planejamento previdenciário antecipado. Pequenas decisões — como aumentar a base de contribuição, eliminar períodos baixos e revisar o CNIS — podem resultar em milhares de reais a mais todos os meses.
Outro ponto crucial é evitar lacunas nas contribuições. Cada mês sem contribuição reduz o tempo total e pode empurrar o trabalhador para uma regra menos vantajosa.
Além disso, quem trabalha como autônomo deve verificar se suas contribuições estão sendo recolhidas corretamente pelo código correto. Erros nessa etapa são comuns e podem comprometer o cálculo final.
Por que o descarte de salários baixos faz diferença
Suponha que um trabalhador tenha 35 anos de contribuição, mas vários períodos com salários baixos no início da carreira. Se ele optar por descartar os 5 anos com menores contribuições, a média salarial pode aumentar consideravelmente — e o benefício ultrapassar a faixa de R$ 3 mil.
Essa decisão, porém, deve ser tomada com análise técnica, pois o descarte reduz o tempo total de contribuição e pode impedir o cumprimento de certas regras de transição.
Como conseguir se aposentar em 2026
Para quem deseja se aposentar em 2026 com um valor confortável, o momento é agora. Organizar documentos, revisar o histórico de contribuições e procurar orientação especializada são passos fundamentais.
A boa notícia é que as regras de transição ainda permitem que muitos trabalhadores melhorem o benefício sem precisar esperar até a idade mínima da regra permanente.
Com o planejamento certo, alcançar uma aposentadoria acima dos R$ 3 mil é totalmente possível — mesmo para quem ganha pouco hoje. A diferença está em entender o sistema e agir antes que o tempo corra contra o seu direito.
