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Vai faltar churrasco? Entenda por que o aquecimento global pode deixar a carne mais cara no Brasil

Saulo Moreira Por Saulo Moreira
28/08/2025
em Economia
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Vai faltar churrasco? Entenda por que o aquecimento global pode deixar a carne mais cara no Brasil

Churrasco // Créditos: depositphotos.com / stevemc

A carne bovina é um dos alimentos mais presentes na mesa do brasileiro, mas também um dos mais sensíveis às oscilações do clima e da economia. O que muita gente ainda não percebeu é que o aquecimento global não está afetando apenas o meio ambiente: ele também ameaça o preço da carne, podendo torná-la cada vez mais cara no futuro.

Segundo especialistas em economia e meio ambiente, os efeitos do aumento da temperatura, da alteração do regime de chuvas e da maior ocorrência de eventos climáticos extremos já são sentidos no campo. Isso significa que os impactos podem chegar rapidamente ao bolso do consumidor.

O que acontece com o gado quando o clima esquenta demais

O gado criado no Brasil, em sua maioria, vive solto em pastagens. Isso significa que o clima tem influência direta sobre sua alimentação, hidratação e até sobre sua capacidade de engordar.

De acordo com André Braz, coordenador de Índices de Preços na Fundação Getulio Vargas (FGV), a equação é clara:

“O gado no Brasil é criado solto no pasto. As condições das pastagens dependem das chuvas. Se não chove, não há alimento para o gado, e criar esses animais fica mais caro. Esse aumento de custo acaba refletindo no preço da carne”.

Três fatores principais explicam por que a carne pode ficar mais cara com o aquecimento global:

  1. Qualidade do pasto
    O aumento da temperatura e a irregularidade das chuvas prejudicam o crescimento da pastagem, principal alimento do gado. Sem pasto de qualidade, os pecuaristas precisam investir mais em ração, elevando os custos de produção.

  2. Bois expostos ao sol
    Em dias mais quentes, o gado precisa caminhar distâncias maiores em busca de sombra e água, gastando mais energia. Esse esforço reduz o ganho de peso e torna a engorda menos eficiente.

  3. Estresse térmico
    Assim como os humanos sofrem em ondas de calor, os bois também sentem. O calor excessivo causa estresse térmico, o que impacta não apenas o ganho de peso, mas também a produção de leite.

Quando o clima extremo mata o gado

Se os efeitos do calor parecem distantes, basta olhar para o que aconteceu recentemente na Amazônia.

Em outubro de 2023, uma seca histórica castigou a região, secando rios e reservatórios. O resultado foi devastador: o pasto sumiu, o acesso à água foi comprometido e centenas de bois morreram de fome e sede.

Esse episódio mostrou de forma trágica como os eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes por conta do aquecimento global, podem afetar diretamente a pecuária brasileira.

Quando o gado morre ou perde peso em massa, a oferta de carne diminui. Com menor oferta, o preço sobe. É a lógica básica do mercado, mas impulsionada por fatores climáticos.

O impacto no consumidor brasileiro

Para o consumidor, tudo isso se traduz em uma pergunta simples: quanto vai custar o churrasco?

Nos últimos anos, os preços da carne já oscilaram bastante, principalmente por conta da inflação e do aumento das exportações. Mas agora, a pressão climática entra como um elemento adicional nessa conta.

Se as secas se intensificarem, se as ondas de calor se tornarem mais frequentes e se as pastagens perderem qualidade, os pecuaristas terão custos cada vez mais altos. E dificilmente esses custos ficarão só no campo — acabam chegando às prateleiras dos supermercados.

Isso pode significar que cortes populares, como o acém, a paleta e a carne moída, fiquem mais caros e menos acessíveis para famílias de baixa renda.

Carne mais cara não é só culpa do clima

É importante destacar que o preço da carne não depende apenas das mudanças climáticas. Existem outros fatores que influenciam diretamente o valor pago pelo consumidor:

  • Inflação: eleva custos de transporte, energia e insumos.

  • Dólar: como o Brasil exporta muita carne, a valorização da moeda americana incentiva a venda para fora do país, reduzindo a oferta interna.

  • Exportações: a alta demanda da China, por exemplo, puxa os preços para cima.

  • Custos de produção: ração, fertilizantes e logística também pesam.

Ou seja, o clima é mais um elemento que se soma a uma lista já longa de pressões sobre o preço da carne.

Um futuro de carne mais cara e menor consumo?

Pesquisadores alertam que, se nada mudar, o futuro pode reservar uma carne cada vez mais cara e menos acessível para os brasileiros.

Algumas projeções indicam que o consumo interno pode cair, enquanto a carne se torna um produto de luxo para parte da população. Já para os produtores, o desafio será encontrar maneiras de adaptar a pecuária às novas condições climáticas.

Entre as alternativas em discussão estão:

  • Investimento em tecnologias de irrigação para manter as pastagens verdes mesmo em períodos de seca.

  • Criação de sistemas de sombrite artificial para reduzir o estresse térmico do gado.

  • Adoção de raças mais resistentes ao calor.

  • Uso de ração suplementar em períodos críticos.

Todas essas medidas, no entanto, exigem investimento — e mais uma vez, o custo tende a ser repassado ao consumidor.

O papel da sustentabilidade na carne do futuro

O aquecimento global coloca em evidência também um debate maior: o impacto da própria pecuária nas mudanças climáticas.

O setor é responsável por uma parcela significativa da emissão de gases de efeito estufa, especialmente o metano, liberado pela digestão dos bois. Ou seja, a pecuária sofre com o aquecimento global, mas também contribui para ele.

Esse círculo vicioso levanta a necessidade de repensar o modelo de produção de carne no Brasil. Especialistas defendem práticas mais sustentáveis, como:

  • Recuperação de áreas de pasto degradado.

  • Integração entre lavoura, pecuária e floresta.

  • Redução do desmatamento para abertura de novas áreas.

Essas estratégias podem ajudar a reduzir os impactos climáticos e garantir a produção de carne de forma mais estável.

O consumidor também pode sentir a mudança no prato

Se a carne ficar mais cara e menos acessível, é possível que o consumo de proteínas alternativas aumente. Já existem movimentos no Brasil e no mundo em direção a uma dieta com mais frango, peixe, ovos e proteínas vegetais.

Além disso, empresas de tecnologia alimentar desenvolvem carnes cultivadas em laboratório e hambúrgueres vegetaiscada vez mais próximos do sabor da carne tradicional.

Embora ainda sejam produtos caros, esses alimentos podem ganhar espaço à medida que o preço da carne bovina subir.

O churrasco está em risco?

A resposta curta é: sim, a carne pode ficar mais cara por causa do aquecimento global. O impacto do clima na pecuária já é visível e tende a se intensificar nos próximos anos.

Mas não é apenas o clima que define o preço da carne: fatores econômicos e de mercado também têm grande peso. O que parece certo é que o consumidor brasileiro terá de conviver com oscilações mais frequentes — e, possivelmente, com uma carne cada vez menos acessível.

Seja por meio de adaptações no campo, políticas de sustentabilidade ou mudanças nos hábitos alimentares, a relação entre carne e aquecimento global será um dos grandes desafios da próxima década.

Tags: aquecimento global carnecarne mais cara supermercadocarne vai ficar mais caraestresse térmico gadofuturo da carne Brasilmudança climática pecuáriapreço da carne Brasilseca Amazônia gado
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