O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, anunciou que o Open Finance, um sistema que permitirá o compartilhamento de informações financeiras dos clientes, deve acabar com a necessidade de os usuários terem aplicativos de diferentes bancos brasileiros.
Segundo ele, em um prazo de um ano e meio a dois anos, não haverá mais a necessidade de baixar aplicativos específicos do Bradesco, Itaú e outros bancos. Em vez disso, haverá um único aplicativo agregador que, por meio do Open Finance, dará acesso a todas as contas bancárias dos usuários.
A rápida adoção do Open Finance pelos brasileiros
Campos Neto destacou a rápida aceitação dos brasileiros em relação ao Open Finance. Mesmo antes de terem acesso aos benefícios dessa inovação, aproximadamente 50 a 60 milhões de pessoas já aderiram ao sistema. Isso mostra o potencial do Open Finance em gerar portabilidade e comparabilidade em tempo real. Segundo o presidente do BC, o Open Finance brasileiro é o mais amplo e programável do mundo.
O Banco Central tem planos de expandir o Open Finance para outros produtos financeiros, como seguros. Segundo Campos Neto, o mercado de seguros no Brasil tem bastante espaço para crescer, e o Open Finance pode ser uma ferramenta para impulsionar esse crescimento. Além disso, ele observou que, no futuro, haverá competição não apenas pelo produto em si, mas também pelos canais de acesso aos serviços financeiros. O presidente do BC ressaltou que há uma aceleração na importação de dados, o que indica um cenário favorável para a inovação no setor financeiro.
O sucesso do Pix e sua relevância além das transferências eletrônicas
Campos Neto também comentou sobre o sucesso do Pix, o sistema de pagamentos instantâneos do Brasil. Ele destacou que, se o Pix tivesse sido apenas uma substituição das tradicionais transferências eletrônicas como TED e DOC, o sistema “teria falhado”. O Banco Central entendeu a relevância do Pix durante a pandemia e trabalhou para convencer os bancos e o governo sobre as vantagens desse sistema. Segundo Campos Neto, os bancos não perderam dinheiro com o Pix, e agora estão entusiasmados em explorar novas possibilidades oferecidas por essa inovação. A adesão dos bancos ao Pix foi surpreendente, o que demonstra o reconhecimento da inovação por trás dessa ferramenta de pagamento.
A agenda da inovação do Banco Central
Campos Neto ressaltou que a agenda da inovação do Banco Central é um trabalho contínuo, que vai além do seu mandato. Ele mencionou que apenas uma pequena parte do que foi planejado já foi implementada, e o programa de inovação continuará mesmo após o fim do seu mandato. O presidente do BC explicou que a estrutura da inovação abrange quatro blocos interligados, que visam criar uma intermediação financeira mais moderna. O Pix, por exemplo, será conectado com o Drex, a moeda digital brasileira. Essa integração permitirá a criação de novas funcionalidades e serviços financeiros.
O Open Finance promete revolucionar o mercado financeiro brasileiro, eliminando a necessidade de utilizar aplicativos de diversos bancos. Com um único aplicativo agregador, os usuários terão acesso a todas as suas contas bancárias, proporcionando facilidade e comodidade. Além disso, o sucesso do Pix mostra que o Brasil está no caminho certo para a inovação no setor financeiro. O Banco Central continuará trabalhando para impulsionar a agenda da inovação, buscando criar uma intermediação financeira mais moderna e oferecendo novas opções e serviços aos brasileiros. O futuro do Open Finance é promissor, e os benefícios dessa inovação serão sentidos por todos.