Teto do Minha Casa Minha Vida sobe: famílias já podem financiar imóveis de até R$ 275 mil; veja regras do FGTS, faixas e passo a passo

O Governo Federal decidiu ampliar o teto do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), permitindo que famílias de baixa renda financiem imóveis de até R$ 275 mil, conforme o tamanho do município. O Conselho Curador do FGTS aprovou a medida por unanimidade na terça-feira (11).

A princípio, essa atualização corrige a defasagem dos valores frente à alta da construção civil e facilita o acesso à moradia popular. Com isso, famílias que antes não conseguiam encontrar imóveis dentro do limite agora passam a ter mais opções.

Em primeiro lugar, veja como ficaram os novos limites:

  • Cidades grandes (acima de 750 mil habitantes): de R$ 264 mil para R$ 275 mil (+4%);

  • Capitais regionais: de R$ 220 mil para R$ 235 mil (+7%);

  • Cidades de médio porte (100 mil a 300 mil habitantes): de R$ 225 mil para R$ 240 mil (+7%).

Ou seja, o reajuste amplia o número de imóveis elegíveis e aumenta as chances de aprovação de crédito, especialmente em áreas urbanas mais valorizadas.

Quem se beneficia: veja se sua renda se enquadra

O novo teto favorece diretamente as faixas 1 e 2 do Minha Casa, Minha Vida, destinadas a famílias de baixa renda, a saber:

  • Faixa 1 (urbana): renda mensal de até R$ 4,7 mil;

  • Faixa 2 (urbana): renda até R$ 4,7 mil, com pequenas variações conforme o município;

  • Faixa rural: renda anual de até R$ 66 mil.

Antes de mais nada, vale destacar que esse reajuste corrige uma defasagem provocada pela inflação no setor de construção. Em outras palavras, os preços dos materiais subiram, e o valor limite do programa precisava acompanhar essa realidade.

Por fim, famílias que estavam prestes a ultrapassar o teto agora voltam a se enquadrar no programa, sem precisar complementar o valor fora das regras do MCMV.

Regulamentação do novo teto do FGTS ainda depende de aprovação

Durante a mesma reunião, o Conselho Curador adiou a votação sobre o uso do FGTS em imóveis de até R$ 2,25 milhões. Essa mudança depende de uma nova regulamentação, que deve ser retomada nas próximas reuniões.

Em outubro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) já havia aprovado a elevação do limite do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Agora, falta apenas o FGTS ajustar suas próprias regras internas para que os trabalhadores possam usar o saldo das contas vinculadas dentro desse novo teto.

Enquanto isso, já está valendo a ampliação do teto de R$ 275 mil no Minha Casa, Minha Vida, voltado para as faixas de menor renda.

Como usar o FGTS no Minha Casa, Minha Vida

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pode ser utilizado no MCMV de três formas principais, que ajudam a reduzir o valor final do financiamento:

  1. Como entrada: o saldo do FGTS serve para pagar parte do valor do imóvel;

  2. Como amortização: o trabalhador pode diminuir o saldo devedor durante o contrato;

  3. Como complemento de parcelas: em casos específicos e temporários, o FGTS pode ajudar no pagamento das prestações.

Em resumo, essas modalidades facilitam a compra e o pagamento, especialmente para quem tem renda mais baixa e precisa diminuir o valor das parcelas.

Regras para o trabalhador: quem pode usar o FGTS

A seguir, veja os principais requisitos para o comprador:

  • Ter mínimo de 3 anos de trabalho com carteira assinada sob o regime do FGTS, ainda que de forma não consecutiva;

  • Ter conta ativa e saldo disponível no FGTS;

  • Não possuir outro imóvel residencial na cidade onde mora ou trabalha, nem em municípios limítrofes;

  • Não ter outro financiamento ativo pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH);

  • O imóvel deve estar localizado onde o comprador mora ou trabalha há pelo menos um ano.

Ou seja, o FGTS é reservado para quem ainda não possui casa própria e pretende comprar o primeiro imóvel para moradia.

Regras para o imóvel: o que precisa estar dentro das normas

Em contrapartida, o imóvel também deve atender a critérios específicos para o uso do FGTS:

  • Deve ser residencial e urbano;

  • Precisa ser destinado à moradia do comprador;

  • Deve respeitar o limite de valor de avaliação, que em 2025 varia de R$ 190 mil a R$ 350 mil, conforme a região;

  • Precisa estar regularizado e matriculado no Cartório de Registro de Imóveis;

  • Não pode ter sido adquirido com FGTS nos últimos três anos, mesmo que por outro proprietário.

Em conclusão, apenas imóveis regularizados e dentro do teto do MCMV podem ser financiados com uso do FGTS.

Passo a passo: como solicitar o financiamento com FGTS

Antes de mais nada, é essencial seguir o passo a passo corretamente para evitar atrasos e aumentar as chances de aprovação.

1. Simulação e enquadramento:
Em primeiro lugar, faça uma simulação junto à Caixa Econômica Federal ou à construtora parceira. Assim, você descobre se sua renda e o imóvel se enquadram nas regras do MCMV e do FGTS.

2. Reúna os documentos:
Em seguida, organize seus documentos — RG, CPF, carteira de trabalho, comprovante de residência e comprovante de renda. Essa etapa evita pendências e acelera a análise de crédito.

3. Apresente a documentação na Caixa:
Depois disso, vá até uma agência da Caixa Econômica Federal, principal operadora do programa. O banco fará a análise de crédito e validará as informações sobre o imóvel e o comprador.

4. Autorize o uso do FGTS:
Se a análise for aprovada, o comprador assina a autorização de uso do FGTS. O valor é então transferido diretamente para o vendedor ou abatido do saldo devedor do financiamento.

5. Assine o contrato e registre o imóvel:
Por fim, o contrato deve ser registrado em cartório, o que formaliza a propriedade e garante segurança jurídica.

Dúvidas frequentes: veja o que ainda gera confusão

Posso usar o FGTS para comprar terreno e construir?
Não. O FGTS só pode ser usado na compra de imóvel pronto ou na planta, dentro das regras do MCMV.

Tenho imóvel em outra cidade. Posso usar o FGTS?
Não. O programa proíbe o uso do FGTS por quem já possui outro imóvel residencial na cidade onde mora ou trabalha.

Estou com o nome negativado. Isso impede o financiamento?
Depende. A Caixa analisa caso a caso, mas é importante regularizar dívidas antes de solicitar o crédito.

Posso juntar renda com outra pessoa?
Sim. É possível somar a renda de cônjuges ou companheiros para ampliar o valor do financiamento.

Quando o FGTS de até R$ 2,25 milhões entra em vigor?
O novo limite do SFH já foi aprovado, mas o uso do FGTS nesse valor ainda aguarda regulamentação.

Erros que mais atrasam a aprovação do financiamento

Antes de prosseguir, é importante saber o que evitar durante o processo:

  • Documentos desatualizados (como endereço antigo ou carteira de trabalho incompleta);

  • Renda informal sem comprovação;

  • Imóvel irregular no cartório;

  • Proposta acima do teto da sua cidade.

Esses erros são os que mais causam indeferimento de propostas, segundo dados da própria Caixa.

Checklist rápido para quem vai à Caixa

Em primeiro lugar, leve:

  • Comprovante de renda (holerite, extrato bancário, declaração MEI, IR);

  • RG e CPF de todos os participantes;

  • Comprovante de residência atualizado;

  • Carteira de trabalho com tempo mínimo de 3 anos sob FGTS;

  • Documentação do imóvel fornecida pela construtora.

Em seguida, simule diferentes cenários: com e sem uso do FGTS na entrada. Assim, você consegue avaliar qual opção tem menor impacto nas parcelas mensais.

Impacto no mercado e nas famílias

O aumento do teto deve impulsionar o mercado imobiliário e gerar novos empregos na construção civil. Ao mesmo tempo, mais famílias terão acesso a imóveis melhores, em localizações mais valorizadas.

Em suma, a atualização do limite traz equilíbrio entre o custo real da moradia e a renda das famílias, tornando o programa mais justo e acessível.

Por fim, quem se organizar desde já — reunindo documentos e simulando cenários — aumentará significativamente as chances de aprovação e poderá assinar o contrato ainda em 2025.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.