O programa Desenrola, criado pelo governo federal, tem sido uma importante iniciativa para ajudar a população a renegociar suas dívidas e aliviar sua situação financeira. Com o objetivo de estender o programa, que originalmente terminaria no final deste ano, o Ministério da Fazenda planeja prolongar a sua duração por mais três meses, até março de 2024. A proposta de extensão visa atender às necessidades de um grande número de pessoas que ainda não utilizaram a plataforma do Desenrola e se beneficiariam com a renegociação de suas dívidas.
De acordo com Marcos Barbosa Pinto, secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, a população tem demonstrado interesse em renegociar suas dívidas, e ainda há uma grande oportunidade a ser explorada. O número de pessoas que ainda não acessaram a plataforma e não conhecem os benefícios oferecidos pelo programa é significativo. Portanto, a extensão do prazo permitirá que mais pessoas tenham a chance de resolver suas pendências financeiras.
Para manter a plataforma de renegociação disponível mesmo após o término do programa Desenrola, o Ministério da Fazenda pretende implementar algumas mudanças. Uma delas é a exigência de cadastro na conta gov.br para continuar a renegociar as dívidas. No entanto, ao contrário do que era solicitado anteriormente os níveis “prata” ou “ouro”, agora será necessário apenas o nível “bronze”. Essa alteração visa simplificar o processo e facilitar o acesso dos cidadãos à plataforma.
Além disso, a equipe econômica trabalhará em conjunto com os bancos e a B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) para garantir a segurança nas renegociações. A parceria com instituições financeiras e o mercado de capitais é fundamental para garantir a eficácia e a transparência do processo de renegociação de dívidas.
Permanência da plataforma de renegociação
Uma das principais novidades anunciadas por Marcos Pinto é a intenção de manter a plataforma de renegociação disponível de forma permanente mesmo após o fim do programa Desenrola. O objetivo é facilitar futuras renegociações entre credores e devedores. A plataforma tem se mostrado uma ferramenta eficiente para promover o encontro entre as partes interessadas em renegociar suas dívidas.
Após o término do programa, no entanto, algumas mudanças serão implementadas. Não haverá mais limite para a taxa de juros nas renegociações, o que significa que cada negociação poderá ter suas próprias condições. Além disso, não será mais oferecido um fundo garantidor para cobrir eventuais inadimplências que possam ocorrer. Essas alterações visam dar mais liberdade às partes envolvidas na renegociação, mas também exigirão maior responsabilidade e cautela na hora de negociar os termos.
Dados do Programa Desenrola
Durante a sua vigência, o programa Desenrola obteve resultados expressivos. Na primeira fase, que se destinava a dívidas de até R$ 100 com bancos, cerca de 7 milhões de pessoas foram atendidas. Além disso, outras 2,7 milhões de pessoas foram beneficiadas com a renegociação de dívidas de outros valores.
Na segunda fase, que englobava dívidas bancárias e não bancárias, como contas de luz, água, varejo e educação, o programa atendeu aproximadamente 1 milhão de pessoas e renegociou um total de R$ 5 bilhões em dívidas. O ticket médio de renegociação do Desenrola foi de R$ 248 à vista e R$ 791 parcelado. Os descontos médios oferecidos foram de 90% à vista e 85% parcelado, com juros médios de 1,8% ao mês e uma média de 11 parcelas por renegociação.
Setores com mais renegociações
Durante a implementação do programa Desenrola, alguns setores se destacaram nas renegociações de dívidas. Entre eles, estão os serviços financeiros, que tiveram um total de R$ 3,3 bilhões renegociados. As securitizadoras também tiveram um papel importante, com R$ 513 milhões em dívidas renegociadas.
Outros setores que se beneficiaram do programa foram as contas de luz, com R$ 143 milhões em dívidas renegociadas, o comércio, com R$ 213 milhões, e as construtoras, locadoras de veículos e cooperativas, com R$ 43 milhões. O setor de educação também teve significativa participação, com R$ 53 milhões em dívidas renegociadas. Contas de telefone, água e empresas de pequeno porte/microempresas também encontraram soluções para suas dívidas por meio do programa Desenrola.
O programa Desenrola tem sido uma importante iniciativa do governo federal para auxiliar a população na renegociação de dívidas. Com a proposta de estender o programa por mais três meses e manter a plataforma de renegociação disponível de forma permanente, o governo busca atender às necessidades dos cidadãos que ainda não buscaram a renegociação de suas dívidas.
É fundamental que a equipe econômica, os bancos e a B3 trabalhem em conjunto para garantir a segurança e a transparência nas renegociações. Além disso, as mudanças propostas, como a exigência de cadastro na conta gov.br e a flexibilização dos limites de taxa de juros, devem contribuir para facilitar o acesso à renegociação e promover acordos mais personalizados.
O programa Desenrola já demonstrou resultados expressivos, beneficiando milhões de pessoas e renegociando bilhões de reais em dívidas. Os setores mais envolvidos nas renegociações foram os serviços financeiros, as securitizadoras, as contas de luz, o comércio e a educação. Essa diversidade de setores mostra a abrangência e a importância do programa para a população brasileira.
Por fim, o programa Desenrola tem se mostrado uma ferramenta eficaz para promover a renegociação de dívidas e aliviar a situação financeira dos cidadãos. Com a extensão do programa e a permanência da plataforma de renegociação, espera-se que mais pessoas sejam beneficiadas e possam resolver suas pendências de forma mais acessível e flexível.
