Economia

Salário mínimo terá novo valor em 2026! Veja quanto será o aumento confirmado pelo governo, quando começa a valer, como afeta trabalhadores, aposentados, benefícios do INSS, Bolsa Família, BPC e as contas públicas com o reajuste de R$ 113 sobre os atuais R$ 1.518

O governo federal apresentou nesta sexta-feira (29) a proposta de Orçamento para 2026 e, junto dela, o valor previsto para o novo salário mínimo. A estimativa é de R$ 1.631, o que representa um aumento de R$ 113 em relação ao piso atual de R$ 1.518.

O reajuste, se confirmado, passará a valer a partir de janeiro de 2026 — ou seja, será percebido no pagamento de fevereiro de 2026.

A alta é de 7,44% e ultrapassa até mesmo a previsão feita pelo próprio governo em abril, quando a estimativa era de R$ 1.630.

Valor ainda pode mudar até dezembro

Apesar de já estar no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), o valor definitivo do salário mínimo de 2026 só será conhecido em dezembro deste ano. Isso porque o cálculo depende do resultado oficial do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), referente aos 12 meses até novembro.

A fórmula de reajuste do salário mínimo foi retomada em 2023 e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O modelo garante ganhos reais, ou seja, acima da inflação, combinando dois fatores:

  1. Inflação acumulada (INPC) – para garantir a recomposição do poder de compra.

  2. Crescimento do PIB de dois anos antes – no caso de 2026, vale o PIB de 2024, que cresceu 3,4%.

Com esse formato, o salário mínimo deixa de ser apenas uma correção inflacionária e volta a ter papel de valorização do rendimento dos brasileiros.


👥 Quem será beneficiado com o novo salário mínimo?

De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), cerca de 59,9 milhões de pessoas no Brasil têm sua renda diretamente ou indiretamente atrelada ao salário mínimo.

Principais beneficiados:

  • Trabalhadores formais e informais que recebem o mínimo ou múltiplos dele.

  • Aposentados e pensionistas do INSS, que não podem receber menos que o piso.

  • Beneficiários do BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

  • Programas como o seguro-desemprego e o abono salarial PIS/Pasep, que também usam o mínimo como referência.

Isso significa que o impacto vai muito além dos trabalhadores assalariados — atinge aposentados, pessoas em situação de vulnerabilidade e diversas políticas públicas de assistência social.


📈 Impacto nas contas públicas

O reajuste do salário mínimo não é apenas uma boa notícia para os trabalhadores: também representa um desafio fiscal para o governo.

Segundo estimativas do Ministério da Fazenda, cada R$ 1 de aumento no salário mínimo gera um impacto de cerca de R$ 430 milhões nas despesas públicas.

Dessa forma, o reajuste de R$ 113 deve elevar as despesas obrigatórias em dezenas de bilhões de reais em 2026.

Entre os principais gastos afetados estão:

  • Aposentadorias e pensões do INSS.

  • BPC (Benefício de Prestação Continuada).

  • Seguro-desemprego.

  • Abono salarial.

Esse crescimento nas despesas obrigatórias reduz a margem para os chamados gastos discricionários, que são aqueles que o governo pode destinar livremente a investimentos e políticas públicas — como saúde, educação e infraestrutura.

O peso na economia

Apesar do desafio fiscal, economistas destacam que a valorização do salário mínimo traz efeitos positivos para a economia.

  1. Aumento do poder de compra – trabalhadores e aposentados passam a ter mais renda disponível, o que aquece o consumo.

  2. Crescimento da arrecadação – ao movimentar a economia, há reflexos positivos também na arrecadação de impostos.

  3. Redução das desigualdades – como boa parte da população mais pobre recebe o mínimo, o aumento contribui para reduzir a concentração de renda.

O Dieese reforça que o salário mínimo é a principal referência de renda no Brasil, sendo determinante para medir o nível de bem-estar da população.

Comparação com anos anteriores

Nos últimos anos, o salário mínimo vinha sendo reajustado quase exclusivamente pela inflação. Somente em 2023 o governo retomou a política de valorização real.

  • 2024: R$ 1.412

  • 2025: R$ 1.518

  • 2026 (previsto): R$ 1.631

Essa retomada busca resgatar a política de valorização implementada entre 2007 e 2019, período em que o mínimo acumulou forte ganho real e ajudou a impulsionar o consumo das famílias.

Quando começa a valer?

Se aprovado sem mudanças, o novo salário mínimo de R$ 1.631 passa a valer a partir de 1º de janeiro de 2026.

Na prática, isso significa que os trabalhadores só sentirão o impacto no pagamento de fevereiro de 2026, já com o reajuste aplicado.

Para aposentados, pensionistas e beneficiários do BPC, o valor reajustado também começa a ser pago em fevereiro.

O que esperar até dezembro?

Até dezembro, o governo e o Congresso ainda debaterão a proposta do Orçamento e poderão ajustar as estimativas.

Se o INPC vier acima ou abaixo do esperado, o valor final pode sofrer pequena alteração. Ainda assim, a previsão de R$ 1.631 já serve como base para negociações sindicais e cálculos de impacto no mercado de trabalho.

O que significa o reajuste de R$ 113 no bolso do trabalhador?

Para quem recebe um salário mínimo, o ganho de R$ 113 por mês pode parecer pequeno, mas representa:

  • R$ 1.469 a mais por ano.

  • Possibilidade de aliviar gastos com alimentação, transporte ou contas básicas.

  • Melhoria no poder de compra, principalmente em um cenário de inflação elevada em itens essenciais, como energia e alimentos.

Considerações finais

O anúncio de que o salário mínimo poderá chegar a R$ 1.631 em 2026 é uma notícia aguardada por milhões de brasileiros.

De um lado, significa mais renda para trabalhadores e aposentados, com impacto direto em programas sociais e benefícios do INSS. De outro, coloca pressão nas contas públicas, exigindo equilíbrio do governo para lidar com as despesas adicionais.

Até dezembro, o valor poderá ser ajustado, mas já se sabe que o salário mínimo terá valorização real e continuará sendo um dos principais instrumentos de combate à desigualdade no país.

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos, 29 anos, é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Salvador, descobriu sua verdadeira vocação na escrita e na criação de conteúdo digital. Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol. Sua busca por precisão e relevância fez dele uma referência nesses segmentos, ajudando milhares de leitores a se manterem informados e atualizados.… Mais »
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