RG antigo vale até 2032: entenda o prazo e os benefícios da nova Carteira de Identidade Nacional (CIN)

RG antigo vale até quando? Veja prazo e benefícios da nova Identidade

O Brasil vive uma das maiores transformações de sua história civil com a implementação da Nova Carteira de Identidade Nacional (CIN). O novo documento marca o fim gradual do antigo Registro Geral (RG) e traz o CPF como número único de identificação, mudando a forma como os cidadãos se reconhecem oficialmente.

A princípio, essa mudança não é apenas estética. O governo busca unificar informações, reduzir fraudes e facilitar o acesso aos serviços públicos. No entanto, a dúvida que mais circula é: até quando o RG antigo continua valendo?

Por que o Brasil criou a nova Carteira de Identidade Nacional

Antes de mais nada, é importante entender que o país conviveu por décadas com sistemas de identificação descentralizados. Cada estado emitia um RG diferente, com numeração própria. Isso permitia que uma mesma pessoa tivesse vários números de identidade, o que favorecia fraudes e inconsistências em cadastros públicos.

Em resposta, o governo federal lançou a CIN, um documento que adota o CPF como identificador único em todo o território nacional. Ou seja, o número que já serve para Receita Federal, bancos e programas sociais passa a ser também a base da identificação civil.

Além disso, a nova identidade integra bancos de dados estaduais e federais, permitindo que informações como nome, endereço e estado civil sejam atualizadas automaticamente em diferentes órgãos públicos.

Até quando o RG antigo continua valendo

Em primeiro lugar, é essencial saber que o RG antigo continua válido até 28 de fevereiro de 2032, conforme o Decreto nº 10.977/2022.

Esse prazo longo, de quase dez anos, foi criado justamente para garantir uma transição tranquila. O cidadão pode continuar usando o documento antigo enquanto o novo modelo é gradualmente implementado em todo o país.

Ou seja, não há necessidade de pressa. Quem ainda tem o RG tradicional pode seguir utilizando-o normalmente para abrir conta bancária, votar ou viajar dentro do Brasil. Entretanto, quem precisar atualizar dados pessoais, como nome de casado, mudança de foto ou endereço, já receberá automaticamente a nova CIN.

Como tirar a nova Carteira de Identidade Nacional

A substituição para o novo modelo é simples. Para solicitar a CIN, o cidadão deve agendar o atendimento no Instituto de Identificação do seu estado — órgão responsável pela emissão do documento.

Durante o atendimento, é necessário apresentar:

  • Certidão de nascimento ou certidão de casamento;

  • CPF regularizado (base do novo documento);

  • Comprovante de residência, em alguns estados.

A primeira via é gratuita, conforme a Lei nº 7.116/1983. Já o modelo em cartão de policarbonato (mais resistente e durável) pode ter taxa de emissão, que varia de R$ 30 a R$ 50, dependendo da unidade da federação.

Em seguida, o cidadão pode acessar a versão digital do documento pelo aplicativo gov.br, na seção “Carteira de Documentos”. Essa versão tem a mesma validade jurídica da física.

Principais inovações e benefícios da nova identidade

A CIN representa muito mais que um novo formato: ela simboliza segurança, tecnologia e praticidade. Entre as novidades, destacam-se recursos que colocam o Brasil em sintonia com padrões internacionais de identificação.

1. CPF como número único

O primeiro avanço é o uso exclusivo do CPF como número de registro. Com isso, desaparecem as múltiplas numerações estaduais. A partir de agora, cada brasileiro terá apenas um número válido em todo o território nacional.

Essa unificação traz ganhos diretos à segurança, pois elimina duplicidades e reduz fraudes em cadastros públicos e privados.

2. Documento válido em todos os estados

Em segundo lugar, a nova identidade tem validade nacional imediata. Diferente do antigo RG, que variava conforme o estado emissor, a CIN segue um modelo único reconhecido em qualquer parte do país.

Essa uniformidade facilita a vida de quem muda de estado ou precisa apresentar documentos em diferentes órgãos públicos.

3. Versão digital integrada ao gov.br

Outra inovação importante é a integração com o aplicativo gov.br. O cidadão pode acessar a CIN digital diretamente pelo celular, junto da CNH, Título de Eleitor e CPF.

Essa funcionalidade oferece mais praticidade e segurança, além de reduzir a necessidade de portar vários documentos físicos.

4. QR Code e autenticação instantânea

A nova identidade traz um QR Code único que permite validar o documento de forma imediata. Com um simples leitor digital, autoridades ou empresas podem confirmar a autenticidade da CIN em segundos, reduzindo drasticamente as chances de falsificação.

5. Padrão internacional e validade no Mercosul

A CIN também possui uma Zona Legível por Máquina (MRZ), semelhante à dos passaportes. Isso permite o uso do documento como identificação de viagem dentro dos países do Mercosul, como Argentina, Paraguai e Uruguai.

Ou seja, para destinos dentro do bloco, o brasileiro não precisará de passaporte, desde que apresente a nova identidade.

6. Acessibilidade e inclusão

Por fim, a CIN amplia a acessibilidade e garante mais inclusão. O novo modelo permite incluir informações adicionais, como tipo sanguíneo, fator RH e até condições de saúde relevantes, como alergias ou deficiências.

Esses dados, embora opcionais, podem salvar vidas em emergências médicas e facilitar o atendimento prioritário de pessoas com deficiência.

Validade da CIN e cronograma de substituição até 2032

Cada estado brasileiro segue um cronograma próprio para implantar a nova tecnologia, mas todos devem finalizar a substituição até 2032.

Estados como Rio Grande do Sul, Acre, Goiás e Minas Gerais já emitem o documento em larga escala. Outros, como São Paulo e Rio de Janeiro, expandem gradualmente o atendimento.

Em relação à validade, o governo definiu prazos de acordo com a faixa etária:

  • Crianças até 12 anos: validade de 5 anos;

  • Adultos de 12 a 59 anos: validade de 10 anos;

  • Idosos com mais de 60 anos: validade indeterminada.

Essa regra garante que os dados e fotos estejam sempre atualizados, reforçando a segurança contra fraudes e uso indevido.

Vantagens diretas para o cidadão

Em resumo, a nova Carteira de Identidade Nacional simplifica a vida dos brasileiros. A saber, o documento reduz a burocracia, facilita a comprovação de identidade e melhora o acesso a serviços públicos.

Com o CPF como base única, sistemas como INSS, CadÚnico e Receita Federal passam a funcionar de forma mais integrada. Dessa forma, o cidadão evita erros de cadastro e tem menos dificuldades em receber benefícios sociais.

Além disso, o novo modelo fortalece a proteção de dados pessoais, pois utiliza criptografia e certificação digital — mecanismos que impedem o uso indevido da identidade.

Cidadania digital e o futuro da identificação no Brasil

Em conclusão, a Nova Carteira de Identidade Nacional representa mais do que um novo documento: ela simboliza a entrada definitiva do Brasil na era da cidadania digital.

Com a CIN, o país dá um passo importante rumo à modernização dos serviços públicos, reduzindo a burocracia e ampliando a confiança nos sistemas eletrônicos.

A transição até 2032 promete ser gradual, mas inevitável. Por isso, os brasileiros devem se preparar para esse novo cenário, no qual o CPF será a chave única da identidade — simples, segura e reconhecida em todo o território nacional.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.