O calendário oficial dos feriados nacionais de 2025 já está disponível, mas, ao contrário do entusiasmo habitual, o que se vê é uma reação generalizada de frustração.
A ausência de datas que possibilitem folgas prolongadas, com possibilidade de “emendas” ou “pontes” com fins de semana, tem desanimado trabalhadores, estudantes e o setor de turismo.
O ano, que ainda está em seu primeiro semestre, já projeta um cenário sem muito alívio para quem esperava oportunidades para viajar, descansar ou se desligar da rotina intensa do dia a dia.
Embora o país continue celebrando datas cívicas e religiosas importantes, a combinação desfavorável dos dias da semana em que esses feriados caem em 2025 limita as chances de pausas prolongadas.
Para milhões de brasileiros que enfrentam jornadas exaustivas e um cotidiano marcado por estresse, essa escassez de folgas representa mais que uma simples questão de calendário: é um reflexo das dificuldades para conciliar vida pessoal e profissional.
Poucos feriados e poucas emendas: um ano “seco”
Entre os feriados nacionais confirmados para 2025, constam datas como a Independência do Brasil (7 de setembro), Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro), Finados (2 de novembro), Proclamação da República (15 de novembro) e o Natal (25 de dezembro).
No entanto, muitos desses feriados caem em fins de semana ou em dias que não favorecem a tradicional emenda com o final de semana.
Por exemplo, o Dia da Independência, celebrado em 7 de setembro, cairá em um domingo — anulando qualquer possibilidade de prolongamento do descanso.
A Proclamação da República, por sua vez, ocorrerá em um sábado, o que também reduz o impacto positivo do feriado para os trabalhadores.
Já o Natal, uma das datas mais importantes do ano, será celebrado em uma quinta-feira, o que até poderia permitir um recesso prolongado — desde que a empresa onde o trabalhador atua opte por liberar a sexta-feira. Caso contrário, a folga será isolada.
Em resumo, 2025 será um ano com poucas oportunidades reais de descanso estendido, o que frustra as expectativas de quem contava com as folgas para recarregar as energias ou realizar viagens em família.
Impactos econômicos: turismo e lazer podem sofrer perdas
A ausência de feriados prolongados tem efeitos que vão além do bem-estar do trabalhador. A economia de diversos setores, como turismo, gastronomia, hotelaria, transporte e comércio, tende a sentir os reflexos diretos desse calendário desfavorável.
Historicamente, feriados prolongados impulsionam o movimento nas estradas, nos aeroportos, nos hotéis e nos restaurantes de destinos turísticos.
Sem as tradicionais “pontes”, a tendência é de redução significativa no volume de viagens, principalmente as de curta duração — que geralmente ocorrem em feriados de três ou quatro dias.
Isso significa menos reservas em pousadas, menos consumo em bares e restaurantes e menos faturamento para agências de turismo e empresas de transporte rodoviário e aéreo.
De acordo com entidades do setor, um feriado prolongado pode representar até 30% do faturamento mensal de alguns estabelecimentos turísticos em cidades que dependem do turismo sazonal.
Com menos datas “vendáveis” em 2025, a previsão é de um impacto negativo, especialmente para o pequeno empreendedor.
Bem-estar comprometido: menos descanso, mais sobrecarga
O calendário apertado de 2025 também coloca em evidência um problema que se intensificou nos últimos anos: o cansaço acumulado da população.
Após os anos de pandemia, que trouxeram instabilidade emocional, insegurança no trabalho e desgaste físico, muitos brasileiros ainda não conseguiram restabelecer plenamente o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Nesse cenário, os feriados desempenham um papel importante ao oferecer pausas necessárias para o corpo e a mente. São momentos que permitem sair da rotina, passar tempo com a família, viajar, cuidar da saúde ou simplesmente descansar.
Quando esses períodos de alívio se tornam raros, como acontecerá em 2025, o risco de estafa, estresse e queda de produtividade aumenta.
Estudos indicam que trabalhadores que não conseguem pausas adequadas apresentam maior índice de absenteísmo, menor capacidade de concentração e aumento de problemas de saúde mental.
Logo, a ausência de feriados prolongados, ainda que possa parecer positiva do ponto de vista produtivo no curto prazo, pode se transformar em um prejuízo maior para empresas e funcionários ao longo do ano.
Frustração com o segundo semestre
As expectativas estavam especialmente voltadas para o segundo semestre de 2025, período tradicionalmente mais rico em feriados no Brasil.
No entanto, ao observar o calendário, nota-se que as datas significativas não favorecerão a chamada “emenda”, reduzindo o potencial de viagens e encontros familiares.
Com isso, estudantes, famílias e profissionais que contavam com esse período para programar atividades de lazer ou mesmo férias curtas terão que se contentar com opções mais restritas ou aguardar o período tradicional de recesso escolar no final do ano.
Esse fator dificulta a organização antecipada de viagens, encarece passagens e hospedagens nas poucas datas realmente viáveis e limita o tempo de convívio social em família.
A falta de flexibilidade no calendário e o desalinhamento dos feriados com os fins de semana também dificultam a vida de quem depende de transporte coletivo, creches ou escolas para planejar momentos de descanso, gerando uma sensação de que o ano se tornará ainda mais desgastante.