A Taxa Selic, conhecida como a taxa básica de juros da economia brasileira, exerce um impacto significativo no bolso dos brasileiros. Quando a Selic sobe, os juros de empréstimos e financiamentos tendem a aumentar, encarecendo o crédito e reduzindo o consumo.
Por outro lado, quando a Selic é reduzida, como ocorreu nesta semana, os custos do crédito diminuem, o que pode estimular o consumo e facilitar o acesso ao crédito para investimentos e financiamentos.
Casa própria fica mais distante após queda na SELIC
Para quem está considerando financiar a casa própria, a sugestão é aguardar, pois há expectativas de novas reduções na taxa básica de juros nos próximos meses, com previsões de encerramento do ano entre 9% e 9,5%. Uma vez que as taxas de juros em financiamentos imobiliários são contratadas, quem fechar um financiamento com a taxa atual não se beneficiará de futuras reduções.
Em uma simulação rápida, um financiamento de R$ 200 mil em 30 anos, com taxa de 10% ao ano, resulta em parcelas de R$ 1.696,32 mensais, totalizando R$ 610.675,20. Contudo, se o consumidor esperar alguns meses e houver uma queda de 0,5 ponto percentual na Selic, a prestação pode diminuir para R$ 1.626,54, resultando em um total de financiamento reduzido para R$ 585.554,40, representando uma economia de pelo menos R$ 25 mil.
Por isso, a recomendação é adiar o financiamento para aproveitar taxas mais baixas no futuro, proporcionando uma economia significativa a longo prazo.
Poupança fica menos atrativa após queda da SELIC
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, fixando a Selic em 10,75% ao ano. Essa decisão impacta diretamente nas opções de investimento para os brasileiros.
De acordo com levantamento realizado por Michael Viriato, estrategista da Casa do Investidor, aplicações como a poupança apresentam os menores rendimentos, enquanto os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de bancos médios se destacam, oferecendo uma remuneração média de 110% do CDI.
Veja a seguir uma simulação que te mostra na prática como você pode estar perdendo dinheiro deixando seu dinheiro na poupança!
Quanto rende R$1000,00 após a queda da SELIC
Os dados indicam que a poupança continua apresentando os menores rendimentos tanto a curto quanto a longo prazo. Por exemplo, considerando um aporte inicial de R$1000,00, após seis meses, o investimento alcança R$ 1.037,16 e, em 30 meses, chega a R$ 1.200,13.
Em contrapartica, uma alternativa mais vantajosa reside nos Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de instituições financeiras de porte médio, que oferecem uma média de retorno de 110% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
Sob essas condições, um investimento inicial de R$ 1.000 poderia aumentar para R$ 1.044,41 após seis meses e para R$ 1.267,84 em 30 meses. Dessa maneira, o investimento em CBDs teve um rendimento de mais de R$60,00 a mais em relação à poupança. Agora, imagine essa mesma conta, agora multiplicada no longo prazo, a diferença ficaria ainda mais abrupta! Pense nisso na próxima vez em que for guardar o seu dinheiro.
Redução na SELIC ajuda endividados
As sucessivas reduções na taxa básica de juros estão facilitando a renegociação de dívidas de forma mais acessível e favorável aos consumidores, como aponta Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. Ele destaca que pessoas que contraíram empréstimos quando a Selic estava em patamares mais altos agora podem renegociar suas dívidas com taxas de juros menores e prazos mais longos, aliviando sua situação financeira.
No entanto, o impacto da Selic sobre o crédito encontra limitações devido ao elevado nível de inadimplência no país, com cerca de 72 milhões de brasileiros com contas em atraso, conforme dados da Serasa.