Pix Parcelado vai estrear ainda em 2025 e promete mudar tudo no jeito de comprar e vender no Brasil

O Banco Central (BC) confirmou que o lançamento do Pix Parcelado seguirá dentro do calendário previsto, mesmo diante do aumento do volume de trabalho causado pelos recentes ataques hackers sofridos pela instituição. A nova modalidade deve ser divulgada ainda neste mês, consolidando-se como um dos maiores avanços no sistema de pagamentos instantâneos criado em 2020.

A decisão derruba rumores de adiamento, levantados após reportagem do jornal Valor Econômico, e reforça o compromisso da autoridade monetária com a agenda de inovações financeiras que vem transformando a forma como brasileiros lidam com dinheiro.

Mais do que apenas uma atualização, o Pix Parcelado promete mudar a dinâmica do consumo, ampliar o acesso ao crédito e gerar impactos diretos no varejo, no setor bancário e no orçamento de milhões de famílias.

O que é o Pix Parcelado e por que ele é importante

O Pix Parcelado foi criado para padronizar um serviço que já existe em alguns bancos, mas de forma limitada: a possibilidade de parcelar pagamentos via Pix, funcionando como uma espécie de “Pix no crédito”.

Na prática, o cliente que optar pelo parcelamento contrata um financiamento junto ao banco. O lojista ou recebedor do Pix recebe o valor integral na hora, enquanto o pagador quita a dívida em parcelas mensais, que podem ou não incluir juros.

A novidade é importante porque:

• amplia o acesso ao crédito para quem não tem cartão ou já está com o limite comprometido;

• oferece mais segurança e transparência ao consumidor, já que as regras serão padronizadas pelo Banco Central;

• pode fortalecer o caixa dos pequenos negócios, que terão os valores recebidos à vista, sem esperar por antecipações.

Histórico de atrasos no Pix: por que agora será diferente

O anúncio ganha relevância porque outras funcionalidades do Pix já sofreram adiamentos. É o caso do Pix Automático, pensado para funcionar como débito automático em contas de consumo.

Inicialmente previsto para abril de 2024, ele foi transferido para outubro do mesmo ano e, posteriormente, adiado novamente para junho de 2025. A experiência gerou desconfiança no mercado sobre a viabilidade de prazos estabelecidos pelo BC.

No entanto, no caso do Pix Parcelado, o próprio Banco Central fez questão de reforçar que o calendário não será alterado, mesmo com as dificuldades operacionais enfrentadas após ataques hackers recentes.

Como vai funcionar o Pix Parcelado

O processo é relativamente simples, mas envolve três partes:

1. O consumidor (pagador): é quem opta por parcelar o Pix.

2. A instituição financeira: oferece o crédito, definindo condições de juros e número de parcelas.

3. O recebedor (lojista ou pessoa física): recebe o valor total do Pix à vista, sem taxas adicionais.

📌 Passo a passo da operação:

• No momento do pagamento via Pix, o usuário escolhe se deseja pagar à vista ou parcelar.

• Caso opte pelo parcelamento, o banco realiza uma análise de crédito.

• O valor integral é creditado imediatamente na conta do recebedor.

• O consumidor passa a pagar o valor em parcelas mensais, debitadas diretamente da sua conta.

Essa lógica é diferente do cartão de crédito, em que o lojista arca com taxas ou espera semanas para receber os valores parcelados.

Quem poderá usar o Pix Parcelado

O Pix Parcelado estará disponível para praticamente todos os tipos de transações, incluindo:

• pagamentos entre pessoas físicas (como dividir despesas ou pagar serviços informais);

• compras em estabelecimentos comerciais, tanto físicos quanto online;

• transferências diversas, inclusive entre contas de mesma titularidade.

Contudo, há um detalhe importante: a liberação do parcelamento depende da análise de crédito feita pelo banco. Ou seja, nem todos terão acesso automático, e os critérios variam de acordo com as políticas internas de cada instituição.

Vantagens para consumidores e lojistas

O Banco Central e a Febraban apontam que o Pix Parcelado traz benefícios claros para diferentes públicos.

Para os consumidores:

• Maior flexibilidade de pagamento em situações emergenciais.

• Alternativa para quem não tem cartão de crédito.

• Possibilidade de negociar melhores taxas diante da padronização nacional.

Para os lojistas e empresas:

• Recebimento integral e imediato, sem arcar com custos de antecipação.

• Melhoria do fluxo de caixa, especialmente para micro e pequenas empresas.

• Potencial para aumentar as vendas, já que o parcelamento costuma estimular o consumo.

Riscos e desafios do Pix Parcelado

Apesar dos benefícios, especialistas alertam para os riscos de endividamento. A cobrança de juros, que varia conforme cada instituição, pode transformar a facilidade em armadilha para consumidores despreparados financeiramente.

Entre os principais pontos de atenção:

• Endividamento de jovens e famílias de baixa renda, com menor educação financeira.

• Possibilidade de juros elevados, caso não haja competição efetiva entre bancos.

• Risco de que a modalidade seja usada de forma irresponsável, como complemento de renda.

Nesse contexto, o Banco Central reforça que a novidade será acompanhada de princípios de educação financeira, visando incentivar o uso consciente.

O impacto esperado no mercado financeiro

Desde a criação do Pix, o Banco Central deixou claro que o sistema não é apenas um meio de transferência, mas sim uma plataforma de múltiplas funcionalidades.

Com a chegada do Pix Parcelado, o mercado espera:

• Maior competição entre bancos e fintechs, que precisarão oferecer taxas atraentes.

• Expansão do crédito digital, beneficiando consumidores antes excluídos.

• Mudança no comportamento de compra, já que pagar via Pix pode substituir parte das transações feitas no cartão de crédito.

Para a Febraban, trata-se de uma evolução natural do Pix, consolidando-o como um dos principais meios de pagamento do país.

Comparação com o parcelamento no cartão de crédito

Uma dúvida comum é: o Pix Parcelado vai substituir o cartão de crédito?

A resposta é não completamente, mas ele será um concorrente direto em muitas situações.

Diferenças principais:

• No cartão de crédito, o lojista precisa arcar com taxas ou esperar pelo repasse.

• No Pix Parcelado, o comerciante recebe o valor total imediatamente.

• O consumidor, por outro lado, pode encontrar taxas de juros mais baixas no Pix, dependendo da instituição.

Essa diferença pode ser decisiva para pequenos negócios, que sofrem com o custo das vendas parceladas no cartão.

Educação financeira: ponto-chave do sucesso

Um dos pilares do lançamento será a educação financeira. O Banco Central pretende estimular campanhas de conscientização para evitar que o Pix Parcelado se torne um novo foco de endividamento em massa.

Especialistas defendem que o consumidor avalie antes de usar:

• Taxas de juros aplicadas.

• Número de parcelas e valor final pago.

• Orçamento familiar, para não comprometer despesas essenciais.

Se bem utilizado, o Pix Parcelado pode ser um aliado do planejamento financeiro. Mas, sem controle, o risco é repetir os problemas já vistos no uso excessivo do cartão de crédito.

O futuro do Pix no Brasil

O Pix revolucionou o sistema de pagamentos no Brasil e hoje já é utilizado por mais de 160 milhões de pessoas. O lançamento do Pix Parcelado é apenas mais um passo em uma agenda que ainda inclui:

• Pix Automático, previsto para 2025.

• Pix Internacional, que deve facilitar transferências entre países.

• Novas integrações com aplicativos e serviços digitais.

Com isso, o Brasil se consolida como referência mundial em inovação em meios de pagamento, atraindo olhares de outros países que buscam replicar o modelo.