Economia

PIX Parcelado chegou ao Brasil! Saiba como 60 milhões de pessoas sem cartão de crédito poderão parcelar compras instantaneamente, os impactos para lojistas, consumidores e bancos, e como a nova regulamentação do Banco Central promete tornar o crédito mais transparente e competitivo

O Banco Central confirmou que, ainda em setembro de 2025, irá publicar as regras de padronização do PIX Parcelado, modalidade que promete revolucionar o acesso ao crédito no país. A novidade será uma alternativa para cerca de 60 milhões de brasileiros que, atualmente, não possuem cartão de crédito.

O principal objetivo do BC é estabelecer uma padronização mínima de experiência, incorporando princípios de educação financeira e maior transparência na contratação de crédito. Segundo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, o PIX Parcelado deve estimular o uso do PIX para compras de bens e serviços de maior valor, oferecendo uma linha de crédito formal mais acessível.

Como funciona o parcelamento pelo PIX

O PIX Parcelado permitirá que o comprador parcele o pagamento de uma transação diretamente pela instituição financeira com a qual mantém relacionamento, enquanto o lojista recebe o valor integral instantaneamente.

Ou seja, o recebedor da transação não precisa esperar o parcelamento ser quitado para ter acesso ao dinheiro, diferente do modelo tradicional de cartão de crédito.

Isso significa que o lojista recebe a venda à vista, sem precisar pagar taxas de antecipação ou juros aos bancos, tornando a operação mais vantajosa. No modelo do cartão de crédito, o valor pago pelo consumidor pode ser recebido de forma parcelada ou antecipada, mediante cobrança de juros.

O Banco Central destacou que a expectativa é de que a modalidade seja competitiva, com taxas de juros que, mesmo cobradas, resultem em um valor final igual ou menor do que o parcelamento pelo cartão de crédito sem juros.

Diferenças entre cartão de crédito e PIX Parcelado

Embora o cartão de crédito seja amplamente utilizado, ele apresenta algumas limitações. Em compras parceladas, podem ser cobrados juros embutidos no valor do produto ou serviço, mesmo quando não há aparente taxa de parcelamento. Além disso, no crédito rotativo, os juros podem ultrapassar 15% ao mês, tornando essa linha a mais cara do mercado.

O PIX Parcelado surge como uma alternativa mais transparente. O consumidor terá acesso a condições claras, e os juros cobrados em caso de atraso serão definidos pela instituição financeira, considerando o perfil do cliente, seu histórico de crédito e procedimentos internos de gerenciamento de risco.

Impactos para lojistas

Uma das principais vantagens do PIX Parcelado está no recebimento imediato pelo lojista, independentemente de o cliente parcelar a compra. Essa diferenciação traz mais previsibilidade para o fluxo de caixa das empresas e elimina a necessidade de pagar taxas de antecipação aos bancos, tornando a operação menos custosa em comparação ao cartão de crédito.

No modelo tradicional de cartão, o lojista recebe os valores parcelados apenas se não optar pela antecipação, e ainda assim precisa pagar taxas para ter acesso imediato ao dinheiro. No PIX Parcelado, essa cobrança desaparece, o que deve representar uma economia significativa para pequenos e grandes negócios.

Posição dos bancos e da Febraban

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o PIX Parcelado é uma evolução natural do sistema de pagamentos e complementa as opções já existentes. A federação ressalta que o cliente continuará escolhendo a forma de pagamento que melhor se adapte à sua necessidade no momento da compra.

Hoje, o PIX é o meio de pagamento mais utilizado e preferido pelos brasileiros bancarizados. A adição do parcelamento como recurso pode aumentar ainda mais o uso da ferramenta e se tornar uma nova alavanca de crescimento para o produto.

A oferta da linha de crédito e a precificação das taxas serão de responsabilidade exclusiva de cada instituição financeira. Ou seja, cada banco terá autonomia para definir condições de parcelamento e juros, respeitando, entretanto, os parâmetros de transparência estabelecidos pelo Banco Central.

Educação financeira e transparência

Um dos pilares da padronização do PIX Parcelado será a educação financeira. A regulamentação prevê que o consumidor tenha acesso a informações claras sobre taxas, juros e prazos antes de confirmar o parcelamento. Isso deve reduzir surpresas e estimular decisões de consumo mais conscientes.

Além disso, espera-se que o modelo fomente a concorrência entre instituições financeiras, oferecendo opções mais competitivas e ampliando o acesso ao crédito para pessoas que, hoje, dependem de alternativas mais caras, como o rotativo do cartão de crédito.

Expansão do PIX e inclusão financeira

A padronização do PIX Parcelado também reflete um movimento de inclusão financeira. Ao oferecer crédito para quem não possui cartão, o Banco Central busca democratizar o acesso a transações de maior valor e facilitar a realização de compras que, até então, poderiam estar fora do alcance de milhões de brasileiros.

Para o consumidor, isso significa mais liberdade para planejar compras e administrar o orçamento. Para os lojistas, representa maior liquidez e redução de custos operacionais. Para os bancos, é uma oportunidade de ampliar a base de clientes e oferecer produtos de crédito mais ajustados ao perfil do usuário.

Desafios e expectativas

Apesar das vantagens, especialistas apontam alguns desafios. A definição das taxas de juros e a gestão do risco de inadimplência serão determinantes para o sucesso da modalidade. Além disso, a aceitação do PIX Parcelado dependerá da confiança dos consumidores na nova forma de crédito e da capacidade das instituições financeiras de oferecer experiências simples e transparentes.

O Banco Central, no entanto, acredita que a padronização das regras contribuirá para aumentar a confiança e estimular a adoção do produto, tornando o PIX Parcelado uma ferramenta viável e competitiva frente ao cartão de crédito.

Resumo de tudo o que você viu até aqui

O PIX Parcelado promete transformar o cenário de pagamentos no Brasil, oferecendo uma alternativa de crédito mais acessível, transparente e competitiva. Com recebimento à vista para os lojistas, educação financeira para os consumidores e liberdade de precificação para os bancos, a expectativa é que a modalidade amplie o uso do PIX e gere mais opções de crédito para milhões de brasileiros sem cartão de crédito.

Com a regulamentação oficial prevista para setembro de 2025, o mercado financeiro se prepara para um novo capítulo na democratização do crédito, estimulando inovação e inclusão financeira no país.

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos, 29 anos, é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Salvador, descobriu sua verdadeira vocação na escrita e na criação de conteúdo digital. Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol. Sua busca por precisão e relevância fez dele uma referência nesses segmentos, ajudando milhares de leitores a se manterem informados e atualizados.… Mais »
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