O Bradesco, um dos maiores bancos do país, emitiu um alerta oficial sobre o uso das chaves CPF e número de celularno sistema PIX. Segundo o banco, muitos clientes ainda ignoram um detalhe importante de segurança: o uso de dados pessoais como chave pode aumentar o risco de golpes, clonagens e tentativas de fraude.
No comunicado, o Bradesco reforça que é possível realizar transferências via QR Code, código “copia e cola”, aproximação, ou ainda com chaves PIX que podem ser o CPF, celular, e-mail ou chave aleatória. Mas o banco chama atenção:
“Se não quiser compartilhar seu CPF ou celular, cadastre uma chave aleatória pra receber um PIX”, alerta o Bradesco em seu portal oficial.
Por que o CPF e o celular como chaves PIX são um risco
Desde o lançamento do PIX em 2020, milhões de brasileiros cadastraram suas chaves usando dados pessoais por praticidade. No entanto, o Bradesco explica que essas informações são públicas durante a transação, podendo ser visualizadas por quem faz ou recebe o pagamento.
Quando um usuário usa o CPF como chave, por exemplo, esse dado aparece automaticamente no comprovante de pagamento. Isso significa que golpistas podem obter seu CPF ou número de telefone com facilidade, abrindo brechas para fraudes como:
Phishing financeiro: criminosos entram em contato fingindo ser o banco, pedindo confirmação de dados.
Clonagem de WhatsApp: com o número do celular, golpistas aplicam golpes pedindo transferências a contatos da vítima.
Criação de contas falsas: CPF e telefone podem ser usados para abrir cadastros fraudulentos em aplicativos de crédito ou bancos digitais.
A solução do Bradesco: usar a chave PIX aleatória
O banco recomenda fortemente o uso da chave PIX aleatória, também chamada de EVP (Endereço Virtual de Pagamento). Essa chave é uma sequência gerada automaticamente pelo sistema do Banco Central, composta por letras e números sem qualquer vínculo direto com dados pessoais.
Dessa forma, ao receber um PIX usando uma chave aleatória, o pagador não visualiza seu CPF, telefone ou e-mail — apenas o identificador aleatório. É uma forma simples e eficiente de garantir privacidade e segurança nas transações.
Segundo o Bradesco, a criação é rápida:
Acesse o aplicativo Bradesco.
Vá em “PIX > Minhas Chaves”.
Escolha “Cadastrar nova chave”.
Selecione “Chave aleatória”.
Em segundos, o código é gerado e vinculado à conta. A partir daí, você pode compartilhar apenas a chave aleatóriacom quem for te enviar dinheiro, sem expor dados sensíveis.
Como funciona o PIX dentro do Bradesco
O sistema do PIX no Bradesco é totalmente integrado ao aplicativo e ao Internet Banking. Ele permite transferências instantâneas em segundos, a qualquer hora do dia, inclusive em finais de semana e feriados.
Cadastro e envio de chaves: Para começar, basta cadastrar uma ou mais chaves no aplicativo: CPF, e-mail, celular ou chave aleatória. Cada uma delas se associa automaticamente à conta bancária do cliente.
Envio e recebimento: Ao enviar um PIX, o cliente pode digitar a chave do destinatário, escanear o QR Code ou usar o PIX por aproximação (para quem já tem a função habilitada). As transações são gratuitas para pessoas físicas e confirmadas em segundos.
Acesso 24 horas: O PIX do Bradesco está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive em feriados. Os canais principais são o app Bradesco e o Bradesco Net Empresa, no caso de contas jurídicas.
Novas funções: PIX Automático e PIX por Aproximação
O Bradesco foi um dos primeiros bancos a adotar novidades do sistema PIX. Em abril de 2025, lançou o PIX Automático, que permite programar pagamentos recorrentes — como contas de energia, telefone ou assinaturas — de forma instantânea.
Já o PIX por Aproximação, liberado em fevereiro de 2025, é uma função disponível em maquininhas Cielo. Basta encostar o celular ou smartwatch para fazer o pagamento sem digitar nada.
Essas inovações aumentam a conveniência, mas o banco alerta que é essencial revisar os limites e configurações de segurança antes de ativá-las.
PIX via Open Finance e uso com cartão de crédito
Desde 2022, o Bradesco também oferece a opção de fazer PIX via Open Finance, o que permite enviar dinheiro de contas de outros bancos diretamente pelo aplicativo Bradesco — sem precisar sair dele.
Já o PIX com cartão de crédito não é nativo do app, mas pode ser feito por meio de carteiras digitais parceiras, como PicPay, Mercado Pago e RecargaPay. Nesses casos, o valor é cobrado como uma compra no limite do cartão e pode ter juros, dependendo da plataforma.
Limites de valor e segurança nas transações
O Bradesco adota limites variáveis para o PIX conforme o horário:
Das 6h às 20h: limite de até R$ 60 mil para pessoas físicas, configurável pelo cliente.
Das 20h às 6h: limite reduzido para R$ 1.000, como medida de proteção noturna.
Os valores podem ser ajustados dentro do próprio app, em “Configurações de segurança > Limites PIX”.
O banco também utiliza o Mecanismo Especial de Devolução (MED), que permite bloquear uma transação suspeita por até 72 horas caso o sistema identifique possível fraude. Durante esse período, a equipe de segurança analisa a movimentação antes de liberar o valor.
PIX em análise ou que não caiu: o que fazer
Em alguns casos, o PIX pode entrar em análise se o sistema detectar instabilidade, seja no Bradesco, no banco recebedor ou no Banco Central. Isso é comum quando há picos de acesso ou tentativas suspeitas.
Segundo o banco, se a transferência não for concluída em até 1 hora, o usuário deve:
Verificar se o valor foi debitado da conta;
Conferir se a transação aparece como “em análise” no extrato;
Evitar refazer o PIX imediatamente, para não duplicar o envio;
Entrar em contato com o suporte do Bradesco caso o problema persista.
O suporte pode ser acessado diretamente no aplicativo ou pelo SAC Bradesco (0800 704 8383).
Falhas recentes e recuperação do serviço
Em fevereiro de 2025, o Bradesco enfrentou uma breve instabilidade no sistema PIX, que deixou o serviço indisponível por cerca de 30 minutos. O problema ocorreu durante uma atualização de segurança e foi regularizado rapidamente, sem prejuízo aos clientes.
O banco aproveitou o episódio para reforçar a importância de manter o aplicativo atualizado e ativar as notificações de movimentação financeira, que ajudam a detectar tentativas de acesso não autorizado em tempo real.
Como reforçar a segurança das suas transações PIX
O Bradesco recomenda algumas medidas simples para aumentar a proteção digital:
Prefira a chave aleatória em vez de CPF ou celular.
Nunca compartilhe códigos de autenticação enviados por SMS ou e-mail.
Evite clicar em links recebidos por mensagens supostamente do banco.
Ative a autenticação em dois fatores no aplicativo.
Mantenha o app sempre atualizado, com as versões mais recentes de segurança.
Além disso, é possível configurar alertas de movimentação via notificação ou SMS, o que permite saber instantaneamente quando qualquer valor sai da conta.
O PIX segue seguro — desde que usado com cautela
O Bradesco reforça que o PIX é um dos meios de pagamento mais seguros e eficientes do país, com camadas de proteção supervisionadas pelo Banco Central. Porém, o uso consciente é essencial.
Usar CPF ou celular como chave facilita o dia a dia, mas expõe informações sensíveis. Por isso, o uso da chave aleatória é a forma mais recomendada para quem quer praticidade sem abrir mão da segurança.