PIS/PASEP 2026 tem previsão de pagar valores inéditos de R$ 135,90 a R$1.631

Novo salário mínimo de R$ 1.631 vai redefinir o PIS/PASEP 2026
Prepare-se, trabalhador: o ano de 2026 chegará com uma nova rodada de mudanças no bolso. O governo federal estima que o salário mínimo nacional subirá para R$ 1.631, e isso impacta diretamente um dos benefícios mais aguardados pelos brasileiros — o Abono Salarial PIS/PASEP.
Mas atenção: o aumento do mínimo vem acompanhado de novas regras que devem reduzir o número de beneficiários. Ou seja, quem hoje recebe, talvez fique de fora no futuro.
Valor do PIS/PASEP 2026 — entenda quanto você pode receber
O PIS/PASEP 2026 será pago aos trabalhadores que exerceram atividade formal em 2024. O cálculo segue uma regra simples: cada mês trabalhado equivale a 1/12 do salário mínimo vigente no ano do pagamento.
Assim, com o mínimo projetado em R$ 1.631, o valor máximo do abono será R$ 1.631 — para quem trabalhou os 12 meses.
Veja exemplos práticos:
Meses trabalhados em 2024 | Valor aproximado do abono (2026) |
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1 mês | R$ 135,90 |
3 meses | R$ 407,75 |
6 meses | R$ 815,50 |
9 meses | R$ 1.223,25 |
12 meses | R$ 1.631,00 |
Esses valores são aproximados, pois dependem do salário mínimo oficial aprovado para 2026. A definição final virá com o Orçamento da União.
Novas regras: o que muda na elegibilidade
A partir de 2026, o governo começará uma mudança gradual nas faixas de renda que dão direito ao benefício. Hoje, quem ganha até dois salários mínimos tem direito ao abono.
Mas essa realidade vai mudar.
Teto de renda reduzido
Uma norma aprovada em 2025 prevê que o limite passará de dois salários mínimos para 1,5 salário mínimo, com transição até 2028.
Em outras palavras: menos gente se encaixará nos critérios.
Por exemplo:
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Em 2024, o teto era R$ 2.640 (dois mínimos de R$ 1.320).
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Para 2026, mesmo com o reajuste do mínimo para R$ 1.631, o governo aplicará apenas a correção inflacionária sobre o teto antigo — sem aumento real.
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Isso cria um estreitamento gradual: quem ganhar um pouco acima de R$ 2.700 já ficará de fora.
Essa redução é justificada, segundo o Ministério do Trabalho, como uma forma de “focalizar o benefício nos trabalhadores de menor renda”.
Na prática, porém, muitos profissionais de baixa renda podem perder o direito.
Quem deve continuar recebendo o PIS/PASEP 2026
Para ter direito ao abono salarial em 2026 (referente a 2024), o trabalhador precisa cumprir todos os requisitos abaixo:
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Ter inscrição no PIS ou PASEP há pelo menos cinco anos.
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Ter trabalhado com carteira assinada por pelo menos 30 dias em 2024.
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Receber remuneração média de até dois salários mínimos (em transição para 1,5 salário).
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Ter seus dados informados corretamente pela empresa na RAIS ou eSocial.
Se qualquer um desses critérios falhar — por exemplo, erro no envio das informações — o benefício é bloqueado.
Por isso, vale a pena confirmar com a empresa se ela enviou corretamente suas informações trabalhistas.
Calendário do PIS/PASEP 2026: quando começa o pagamento
Embora o calendário oficial ainda não tenha sido divulgado, o histórico dos últimos anos dá boas pistas.
Normalmente, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulga as datas em dezembro, e os depósitos começam em fevereiro do ano seguinte.
O pagamento ocorre conforme o mês de nascimento (para trabalhadores do setor privado) e termina geralmente em julho.
Veja como costuma ser a ordem:
Nascimento | Mês de pagamento (estimado 2026) |
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Janeiro | Fevereiro |
Fevereiro | Março |
Março | Abril |
Abril | Maio |
Maio | Junho |
Junho | Julho |
Julho | Julho |
Agosto | Julho |
Setembro | Julho |
Outubro | Julho |
Novembro | Julho |
Dezembro | Julho |
A cada ano, pequenas alterações podem ocorrer, mas a estrutura segue esse padrão.
Onde consultar se você tem direito
O governo oferece diversos canais oficiais para consulta do abono salarial.
Você pode verificar se será beneficiado em 2026 de três formas principais:
1. Aplicativo Carteira de Trabalho Digital
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Baixe o app (disponível para Android e iOS).
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Faça login com sua conta Gov.br.
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Na tela inicial, toque em “Benefícios” → “Abono Salarial”.
Ali aparece se você está habilitado e o valor estimado.
2. Portal Gov.br
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Acesse gov.br/abonosalarial.
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Informe CPF e senha Gov.br.
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O sistema mostra o status, valor e calendário.
3. Caixa Econômica Federal (PIS) ou Banco do Brasil (PASEP)
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Clientes da Caixa podem consultar pelo Caixa Tem ou terminais de autoatendimento.
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Servidores públicos (PASEP) verificam no app BB PASEP ou diretamente nas agências do Banco do Brasil.
Essas consultas são gratuitas e podem ser feitas a qualquer momento, inclusive antes da liberação oficial.
O impacto real do salário mínimo de R$ 1.631
O aumento do mínimo influencia uma série de benefícios — do INSS ao seguro-desemprego.
Mas o PIS/PASEP é o que mais reflete essa mudança, porque seu valor é diretamente proporcional ao piso nacional.
Em 2026, quem tiver direito ao abono completo receberá R$ 1.631, um aumento de R$ 113 em relação ao máximo pago em 2025 (R$ 1.518).
Pode parecer pouco, mas para milhões de trabalhadores de baixa renda, cada reajuste faz diferença no orçamento familiar.
Como o governo calcula o salário mínimo
O salário mínimo brasileiro segue uma política de valorização criada em 2023, que combina dois indicadores:
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Inflação (INPC) — reposição das perdas no poder de compra.
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Crescimento real do PIB de dois anos antes — ganho real de renda.
Assim, se o PIB cresceu 2,5 % em 2024 e a inflação acumulada foi 4,8 %, o reajuste para 2026 considerará esses percentuais.
Essa fórmula garante que o mínimo não apenas acompanhe os preços, mas também suba junto com o desenvolvimento econômico.
O salário mínimo ideal segundo o DIEESE
Enquanto o governo projeta R$ 1.631, o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) calcula todo mês quanto deveria ser o “salário mínimo necessário” para cobrir as despesas básicas de uma família de quatro pessoas — alimentação, moradia, saúde, educação, transporte e lazer.
Em agosto de 2025, o valor ideal estimado foi de R$ 7.147,91.
Isso significa que o salário ideal é 4,7 vezes maior que o mínimo vigente (R$ 1.518).
O número impressiona e revela o quanto o trabalhador brasileiro ainda precisa equilibrar o orçamento para dar conta das despesas básicas.
Projeções do governo para os próximos anos
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) prevê um crescimento gradual do salário mínimo:
Ano | Valor projetado |
---|---|
2026 | R$ 1.631 |
2027 | R$ 1.725 |
2028 | R$ 1.823 |
Esses valores ainda precisam ser aprovados pelo Congresso Nacional, e podem sofrer pequenas alterações se a inflação ou o PIB ficarem acima do previsto.
Como o novo mínimo afeta outros benefícios
O salário mínimo é a base de cálculo para diversos programas e direitos trabalhistas.
Quando ele sobe, tudo sobe junto — do valor do seguro-desemprego às aposentadorias mais baixas do INSS.
Veja os principais impactos:
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INSS: aposentadorias, pensões e auxílios não podem ser menores que o mínimo.
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Seguro-desemprego: o valor inicial acompanha o reajuste.
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BPC/LOAS: o benefício para idosos e pessoas com deficiência também equivale a um salário mínimo.
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PIS/PASEP: como vimos, o valor máximo é igual ao novo piso nacional.
Esse efeito cascata é o que faz o reajuste do mínimo ser tão aguardado — e também tão caro para os cofres públicos.
Salário mínimo regional: os estados que pagam mais
Nem todos os brasileiros recebem o mesmo piso.
Atualmente, cinco estados mantêm salários mínimos regionais, definidos por leis próprias:
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São Paulo
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Paraná
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Santa Catarina
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Rio Grande do Sul
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Rio de Janeiro
Esses valores costumam ser superiores ao nacional, variando conforme a categoria profissional.
Por exemplo, no Paraná em 2025, a faixa mais alta chegou a R$ 1.927,02 — quase R$ 400 acima do mínimo federal.
Em 2026, esses pisos regionais também devem ser atualizados, mantendo a diferença.
Por que o governo muda as regras do PIS/PASEP
O argumento oficial é de focalização de recursos: o abono salarial, que custou mais de R$ 30 bilhões em 2024, estaria beneficiando pessoas fora do público-alvo.
Com a redução do teto de renda, o governo pretende direcionar o benefício aos trabalhadores de renda mais baixa.
Entretanto, economistas apontam que a mudança reduz o poder redistributivo do programa.
Afinal, o abono tem caráter de complemento salarial, ajudando a equilibrar o orçamento de quem ganha pouco.
Como se preparar para não perder o benefício
Quem quer continuar recebendo o PIS/PASEP deve ficar atento à renda e ao vínculo formal.
Algumas dicas práticas ajudam:
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Mantenha o registro atualizado no eSocial.
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Confirme com a empresa se a RAIS foi enviada corretamente.
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Evite ultrapassar o teto de renda média.
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Verifique anualmente sua situação no Gov.br.
Um pequeno erro no cadastro pode deixar o benefício retido por meses — ou até cancelado.
Resumo do cenário para 2026
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Salário mínimo projetado: R$ 1.631
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Ano-base do PIS/PASEP: 2024
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Valor máximo do abono: R$ 1.631
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Critérios: mínimo de 30 dias trabalhados, 5 anos de inscrição, renda até 2 salários mínimos (em transição para 1,5)
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Início dos pagamentos: fevereiro de 2026 (estimado)
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Consulta: Carteira de Trabalho Digital, Gov.br ou Caixa/BB
O resultado prático dessa combinação é claro: quem mantiver renda e vínculo dentro do limite ainda poderá contar com um reforço no orçamento em 2026 — mas o círculo de beneficiários ficará cada vez menor.