Novo salário de R$ 1.927,02 decretado. Quem pode receber esse valor ainda em 2025?

O estado do Paraná continua se destacando no cenário trabalhista brasileiro. Para 2025, o governo estadual decretou um salário mínimo regional de R$ 1.927,02, valor que supera o piso nacional de R$ 1.518,00 e se consolida como o mais alto do país.
Mas calma: nem todos os trabalhadores paranaenses têm direito a esse valor. O salário mínimo regional é dividido em quatro faixas salariais, e o R$ 1.927,02 se aplica apenas a determinadas categorias profissionais.
Para entender como isso funciona e descobrir se você faz parte desse grupo privilegiado, vamos destrinchar tudo de forma leve e fácil — porque falar de salário pode até ser um tema sério, mas não precisa ser complicado.
Quem pode receber o salário de R$ 1.927,02 em 2025
Essa faixa salarial corresponde à segunda faixa do salário mínimo regional do Paraná, que contempla trabalhadores de setores como:
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Serviços administrativos,
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Vendedores do comércio varejista,
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Empregados de reparação e manutenção.
Ou seja, se você trabalha em um escritório, loja ou oficina, há grandes chances de se enquadrar nesse valor. É importante, porém, confirmar em qual categoria profissional você se encaixa, pois a diferença entre as faixas pode mudar significativamente o salário mensal.
As quatro faixas salariais do Paraná para 2025
O salário mínimo regional paranaense é dividido em quatro níveis. Cada um atende a um grupo profissional diferente, de acordo com a complexidade e as exigências da função.
Veja como ficou o reajuste de 2025:
Faixa | Categoria Profissional | Valor 2025 |
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1ª faixa | Trabalhadores da agricultura, silvicultura e pesca | R$ 1.856,94 |
2ª faixa | Serviços administrativos, comércio e reparos | R$ 1.927,02 |
3ª faixa | Produção de bens e serviços industriais | R$ 1.989,86 |
4ª faixa | Técnicos de nível médio | R$ 2.134,88 |
Esses valores foram definidos com base no decreto estadual publicado no início de 2025, após discussões entre sindicatos, federações patronais e o governo do estado.
Quem não recebe o salário regional
Nem todo trabalhador paranaense é beneficiado pelo piso regional. Há duas exceções principais:
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Empregados com piso definido por acordo coletivo:
Se a categoria profissional já possui um acordo ou convenção coletiva que define um piso salarial maior, esse valor prevalece. -
Servidores públicos:
Funcionários públicos estaduais e municipais seguem regras próprias e não são regidos pelo salário mínimo regional.
Portanto, antes de comemorar o reajuste, vale checar se a sua profissão se enquadra nas faixas regionais.
Como saber em qual faixa o seu salário se enquadra
A maneira mais prática de descobrir o valor correto é seguir três passos simples:
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Identifique sua categoria profissional
Verifique a descrição da sua função na carteira de trabalho ou no contrato. -
Consulte a tabela oficial
O governo do Paraná publica anualmente o decreto com todas as faixas e categorias correspondentes. -
Converse com o sindicato da sua área
O sindicato de classe pode informar o valor atualizado e confirmar se há acordos específicos para sua categoria.
Essa verificação é essencial, pois receber abaixo do piso regional é uma irregularidade trabalhista.
Por que o Paraná tem o maior salário mínimo do Brasil
Enquanto o salário mínimo nacional é definido pelo governo federal, os estados podem, por lei, criar pisos regionais mais altos, desde que respeitem o valor mínimo nacional.
O Paraná lidera essa lista há anos porque possui uma economia diversificada e custo de vida relativamente alto em algumas regiões, especialmente Curitiba e o entorno metropolitano.
Além disso, o estado tem uma política de valorização do trabalhador, com negociações anuais entre o poder público e representantes sindicais para garantir aumento real acima da inflação.
Outros estados com salário mínimo regional em 2025
Atualmente, apenas cinco estados brasileiros mantêm pisos salariais regionais: Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
Vamos ver como cada um se posiciona neste cenário de 2025:
São Paulo
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Valor: R$ 1.804,00.
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Vigência: desde 1º de julho de 2025.
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Aplica-se a várias categorias, como trabalhadores do comércio, serviços e empregados domésticos.
São Paulo mantém o segundo maior piso do país e é referência em acordos sindicais mais abrangentes.
Santa Catarina
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Valor entre R$ 1.730,00 e R$ 1.982,00, conforme a categoria.
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O piso mais baixo é destinado a trabalhadores de setores básicos, enquanto o mais alto vale para empregados do comércio e indústrias específicas.
Em 2025, o estado fixou um reajuste especial para novos empregados do comércio admitidos a partir de setembro.
Rio Grande do Sul
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Piso atualizado em junho de 2025, com valores que variam conforme a profissão:
Faixa | Valor 2025 |
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1ª | R$ 1.656,52 |
2ª | R$ 1.694,66 |
3ª | R$ 1.733,10 |
4ª | R$ 1.801,55 |
5ª | R$ 2.099,27 |
O estado gaúcho adota cinco faixas salariais, um modelo mais detalhado, que garante ajustes mais justos conforme a qualificação.
Rio de Janeiro
O caso do Rio é peculiar: o estado mantém um salário mínimo regional, mas não o atualiza desde 2019.
Na prática, as empresas fluminenses seguem o salário mínimo nacional de R$ 1.518,00, embora algumas categorias ainda tenham pisos maiores definidos em convenções coletivas.
Diferença entre salário mínimo nacional e regional
A grande confusão para muitos trabalhadores é entender essa diferença.
Em resumo:
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Salário mínimo nacional:
É o valor-base válido em todo o país, definido pelo governo federal. Em 2025, ele está fixado em R$ 1.518,00. -
Salário mínimo regional:
É definido por cada estado, podendo ser maior que o nacional, mas nunca menor.
Ele serve como piso local para categorias sem acordo coletivo próprio.
Portanto, se você mora em um dos cinco estados com piso regional e não tem convenção coletiva, o valor a receber deve seguir a tabela do seu estado.
Impacto do salário mínimo regional na economia
O aumento do piso regional provoca efeitos em cadeia:
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Fortalece o consumo interno, já que mais dinheiro circula no comércio local;
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Aumenta a arrecadação tributária, pois há mais circulação financeira;
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Pressiona as pequenas empresas, que precisam ajustar a folha de pagamento.
No Paraná, o impacto é positivo para o trabalhador, mas também gera debate entre empresários, que pedem políticas de compensação tributária para evitar aumento no custo de produção.
Salário mínimo nacional para 2026: o que já se sabe
Pensando no próximo ano, o governo federal apresentou no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) a previsão de R$ 1.631,00 para o salário mínimo em 2026.
Esse valor representa um aumento de R$ 113,00 em relação a 2025 e segue a nova política de valorização do mínimo, criada em 2023.
Como o governo calcula o reajuste
Desde 2023, o cálculo considera dois fatores principais:
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Inflação (INPC) do ano anterior,
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Ganho real equivalente ao crescimento do PIB de dois anos antes, com um adicional de 2,5%.
Assim, o aumento do mínimo não depende apenas da inflação, mas também do desempenho da economia. Quando o PIB cresce, o trabalhador sente esse avanço no bolso.
Linha do tempo para aprovação
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Agosto de 2025: O governo envia o PLOA ao Congresso Nacional com a proposta do novo salário.
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Dezembro de 2025: O Congresso analisa e vota o projeto.
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1º de janeiro de 2026: O novo valor entra em vigor após a sanção presidencial.
Essa aprovação impacta milhões de brasileiros, especialmente os que recebem benefícios do INSS e o Abono Salarial PIS/PASEP, que são reajustados com base no mínimo nacional.
Quem é diretamente afetado pelo aumento do salário mínimo
O reajuste beneficia três grandes grupos:
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Trabalhadores CLT – que têm o salário atrelado ao piso nacional.
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Aposentados e pensionistas do INSS – que recebem o valor mínimo.
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Beneficiários do seguro-desemprego e do abono salarial – ambos calculados com base no piso vigente.
Cada aumento reflete, portanto, em mais de 25 milhões de pessoas em todo o país.
Salários regionais continuarão acima do nacional
Mesmo com o reajuste federal para 2026, estados como Paraná, Santa Catarina e São Paulo devem continuar com valores superiores ao piso nacional.
Essa diferença é considerada saudável para a economia, pois estimula o poder de compra local e reconhece as disparidades regionais no custo de vida.
Por que o salário regional é importante
O salário regional existe para corrigir desigualdades e valorizar a mão de obra local.
Estados com economia mais forte ou custo de vida elevado utilizam esse instrumento para garantir uma remuneração mais justa, especialmente em setores com grande presença de pequenas empresas e comércio.
No caso do Paraná, essa política se transformou em um símbolo de valorização do trabalhador — e também em um modelo que outros estados estudam adotar.