Mais de 800 agências bancárias estão sendo fechadas e brasileiros ficam surpresos pelo motivo
Nos últimos anos, o setor bancário brasileiro tem passado por uma transformação radical. A digitalização dos serviços financeiros está levando ao encerramento de centenas de agências físicas em todo o país, marcando o início do fim de um modelo tradicional de atendimento.
Em 2024, esse movimento se intensificou, com 856 agências encerradas, um aumento em relação às 679 fechadas em 2023.
Os principais bancos privados, como Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil, estão liderando essa tendência, que reflete não apenas uma busca por eficiência operacional, mas também uma resposta direta à crescente competição com bancos digitais e à mudança no comportamento dos consumidores.
Por que os bancos estão fechando agências?
A principal razão por trás do fechamento das agências bancárias é a mudança nos hábitos dos clientes. Com o aumento do acesso à internet e a popularização dos smartphones, os brasileiros estão preferindo realizar transações bancárias online, utilizando aplicativos e plataformas digitais em vez de visitar agências físicas.
Além disso, a pressão por redução de custos e a busca por maior rentabilidade têm impulsionado os bancos a reavaliar sua presença física.
O Bradesco, por exemplo, encerrou 1.300 unidades em 2024, como parte de uma estratégia para atender de forma mais sustentável os clientes de baixa renda por meio de soluções digitais.
O Santander também anunciou planos ambiciosos: até 2025, pretende reduzir sua rede física em até 50%, priorizando investimentos em tecnologia e canais digitais.
O que a a digitalização pode causar nos bancos
A digitalização traz inúmeros benefícios para os bancos e para os clientes. Entre as vantagens estão a redução de custos operacionais, a agilidade no atendimento e a conveniência no acesso aos serviços. Por outro lado, essa transformação exige investimentos pesados em tecnologia e segurança.
Em 2024, o Banco do Brasil investiu R$ 2,2 bilhões em tecnologia, um aumento de 60% em relação ao ano anterior. Esses recursos são destinados à modernização de sistemas, proteção de dados e melhoria da experiência do cliente.
No entanto, a digitalização também apresenta desafios de inclusão, especialmente em regiões com infraestrutura limitada e entre clientes com menor familiaridade com tecnologia. Pensando nisso, o Banco do Brasil vem apostando em um modelo híbrido, que une o melhor do digital com o atendimento presencial.
Banco do Brasil segue na contramão dos privados
Enquanto os bancos privados reduzem drasticamente suas redes de atendimento, o Banco do Brasil mantém uma abordagem diferente. A instituição pública continua com sua rede física estável, reconhecendo a importância da presença presencial em comunidades onde o acesso digital é restrito.
Em 2024, o banco lançou o Ponto BB, um novo modelo de agência que integra serviços digitais e atendimento físico em um único espaço. Essa iniciativa visa garantir um atendimento mais eficiente e acessível, especialmente nas regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos.
Com um índice de eficiência de 25,6%, o Banco do Brasil demonstra que é possível conciliar inovação tecnológica com presença física.
O futuro dos bancos no Brasil
A tendência é clara: o futuro dos bancos no Brasil será cada vez mais digital, mas com foco em uma transição inclusiva e equilibrada. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) prevê que os investimentos em tecnologia devem atingir R$ 47,4 bilhões em 2025, reforçando a importância da transformação digital para o setor.
Contudo, o encerramento das agências físicas exige uma abordagem cuidadosa. Para garantir que ninguém fique para trás, os bancos precisam investir também em educação financeira, suporte ao cliente e acesso à internet, especialmente nas regiões mais vulneráveis.
A digitalização dos serviços bancários representa uma revolução no relacionamento entre bancos e clientes. Mas, para que essa revolução seja realmente positiva, ela precisa ser eficiente, acessível e humana.