Lei em vigor confirma essas 2 situações que podem suspender a CNH de idosos 60+

Antes de mais nada, é importante destacar que dirigir não é apenas um hábito. Para milhões de brasileiros, trata-se de independência, mobilidade e até sustento financeiro. Por isso, qualquer mudança na legislação que envolve a CNH costuma gerar dúvidas, especialmente entre idosos 60+, que precisam lidar com exigências médicas mais rígidas.

A princípio, a legislação brasileira não estabelece idade máxima para dirigir. Ou seja, qualquer pessoa, independentemente do ano de nascimento, pode manter sua carteira ativa — desde que seja considerada apta nos exames obrigatórios. No entanto, a lei também deixa claro que essa aptidão depende de plena capacidade física, cognitiva e emocional.

É justamente nesse ponto que surgem duas situações específicas previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) capazes de impedir permanentemente a renovação da CNH para idosos. A seguir, você entende como a regra funciona, por que a avaliação médica é tão rigorosa e quais condições de saúde podem levar a essa suspensão.

A exigência médica se torna mais rigorosa a partir dos 60 anos

Antes de mais nada, a lei determina que todos os motoristas realizem exames médicos e psicológicos periódicos. No entanto, quando falamos de condutores com 60 anos ou mais, essa avaliação ganha ainda mais relevância. Isso ocorre porque, com o avanço da idade, as chances de desenvolver doenças que afetam reflexo, raciocínio rápido e coordenação aumentam significativamente.

Em resumo, a Junta Médica do Detran pode negar a renovação da CNH sempre que identificar risco à segurança pública. E quando esse risco é considerado permanente ou irreversível, a proibição deixa de ser temporária.

A seguir, você verá quais doenças se enquadram nessa categoria.

1. Doenças degenerativas que comprometem reflexos e cognição

Em primeiro lugar, estão as doenças degenerativas. Entre elas, duas condições muito comuns entre idosos 60+ representam impedimento definitivo para a renovação da CNH: Parkinson e Alzheimer.

Essas doenças atingem diretamente áreas responsáveis pela coordenação, memória, equilíbrio e tomada de decisão. Assim, tornam o ato de dirigir não apenas arriscado, mas imprevisível.

Riscos envolvidos:
Essas condições reduzem gradualmente o tempo de reação, dificultam manobras simples e prejudicam a capacidade de avaliar distância, velocidade e situações de risco. Como resultado, o motorista passa a depender de reflexos que o corpo já não consegue garantir.

Ou seja, mesmo que o condutor ainda consiga realizar algumas atividades do dia a dia, o risco no trânsito se torna elevado demais.

Por isso, quando há diagnóstico formal de Alzheimer ou Parkinson em estágio que compromete funções essenciais, a legislação determina a inaptidão permanente.

2. Crises hipoglicêmicas graves em pessoas com diabetes

A seguir, aparece outra situação que muitos idosos desconhecem: crises graves de hipoglicemia em diabéticos podem impedir a renovação da CNH.

Vale reforçar que a diabetes, por si só, não impede ninguém de dirigir. O problema surge quando o motorista sofre episódios de queda brusca de glicose, situação que leva a:

  • perda momentânea de consciência;

  • visão turva;

  • confusão mental;

  • tremores;

  • tontura intensa.

Em conclusão, uma crise hipoglicêmica ao volante pode fazer o motorista perder completamente o controle do veículo, o que coloca em risco sua vida e a de terceiros.

Nesses casos, o Detran exige laudo atualizado, controle rigoroso da glicemia e relatório médico especializado comprovando estabilidade. Caso contrário, a CNH pode ser negada.

Por que a lei é tão rígida com idosos 60+?

A princípio, pode parecer que existe uma pressão maior sobre motoristas idosos. Contudo, o objetivo central da legislação é garantir segurança, não restringir direitos.

Ao atingir 60 anos, muitos condutores mantêm plena autonomia e excelente saúde. Ainda assim, a incidência de doenças degenerativas ou metabólicas cresce significativamente nessa faixa etária. Por isso, o exame médico periódico se torna uma ferramenta fundamental para prevenir acidentes e avaliar, caso a caso, a capacidade real de dirigir.

Ou seja, a lei não suspende automaticamente a CNH de idosos, mas exige atenção maior para situações que representem risco comprovado.

Com que frequência o idoso precisa renovar a CNH?

Outro ponto que costuma gerar dúvidas é o prazo de renovação. Desde a atualização recente do CTB, as regras passaram a considerar diretamente a idade do motorista:

Abaixo de 50 anos: validade de 10 anos
Entre 50 e 70 anos: validade de 5 anos
Acima de 70 anos: validade de 3 anos

Além disso, o perito médico pode reduzir esse prazo sempre que identificar alguma condição que exija acompanhamento constante — prática muito comum para idosos em acompanhamento clínico.

Como funcionam os exames obrigatórios para renovação?

Antes de mais nada, todos os motoristas precisam passar por exames clínicos e de visão. Para idosos, a avaliação inclui mais critérios, como reflexo, mobilidade, cognição e histórico de saúde.

Veja os principais pontos:

Exame médico do Detran

O profissional analisa reflexos, força, coordenação, visão e possíveis limitações motoras. Caso encontre indícios de risco, pode solicitar exames complementares.

Exame oftalmológico

Os testes medem acuidade visual, percepção de profundidade, visão periférica e sensibilidade à luz — aspectos fundamentais para uma direção segura.

Exame prático (quando solicitado)

Normalmente dispensado, mas pode ser exigido quando o médico observar sinais de comprometimento motor ou cognitivo.

Exame toxicológico

Obrigatório para condutores das categorias C, D e E, mas somente até os 70 anos. Depois disso, só precisa ser realizado no momento da renovação.

A idade não impede, mas a aptidão determina quem dirige

A saber: no Brasil, não existe idade máxima para conduzir veículos. A renovação da CNH sempre depende da avaliação individual do motorista. Portanto, idosos 60+, 70+ ou até 90+ podem dirigir normalmente, desde que sejam considerados aptos.

Em contrapartida, quando uma doença incapacitante é identificada, a lei prioriza a segurança pública. Por isso, condições degenerativas e crises hipoglicêmicas graves entram na lista de situações que podem suspender o direito de dirigir.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.