INSS libera 3 passos para saque de dinheiro atrasado com valores de até R$ 91 mil
Milhares de aposentados, pensionistas e demais beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão prestes a receber uma quantia significativa em dinheiro atrasado.
Trata-se do pagamento das Requisições de Pequeno Valor (RPVs), que chegam a até R$ 91 mil por beneficiário e totalizam mais de R$ 2,3 bilhões liberados para quem venceu ações judiciais contra o órgão.
O anúncio foi feito pelo Conselho da Justiça Federal (CJF), que autorizou os Tribunais Regionais Federais (TRFs) a efetuarem os pagamentos relativos ao mês de abril de 2025.
Ao todo, mais de 144 mil segurados devem ser contemplados, em decorrência de 109.405 processos autuados e julgados favoravelmente em todo o país.
O que são RPVs e por que elas são tão importantes?
As Requisições de Pequeno Valor (RPVs) são mecanismos legais utilizados para que a União e autarquias como o INSS paguem dívidas judiciais de até 60 salários mínimos. Em 2025, esse valor equivale a aproximadamente R$ 91.000,00.
Diferentemente dos precatórios — que envolvem valores mais altos e são pagos apenas uma vez por ano, após inclusão no orçamento da União — as RPVs são quitadas em um prazo curto, geralmente de até 60 dias após a autorização judicial.
Esse pagamento ágil é fundamental para milhares de brasileiros que, muitas vezes, esperam anos para obter uma correção ou reconhecimento de um direito negado.
A liberação é uma forma de reparação por falhas cometidas na análise de aposentadorias, pensões por morte, auxílios-doença e outros benefícios previdenciários.
Por que o INSS está sendo obrigado a pagar?
A liberação dos mais de R$ 2,3 bilhões em RPVs ocorre porque muitos segurados ingressaram com ações judiciais após se sentirem prejudicados com os valores ou decisões do INSS. Entre os principais motivos das revisões judiciais estão:
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Erros de cálculo cometidos pelo próprio INSS no momento da concessão;
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Períodos de contribuição ignorados, principalmente por trabalho informal ou sem registro adequado;
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Mudanças na legislação, que ampliaram os direitos dos segurados;
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Falhas na análise de benefícios por incapacidade, como auxílios e aposentadorias por invalidez.
Quando o juiz reconhece que o segurado tem direito à correção, o INSS é obrigado a refazer os cálculos e pagar os valores retroativos, o que dá origem às RPVs.
Quem tem direito a receber as RPVs do INSS?
Têm direito ao saque das RPVs aqueles segurados que:
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Entraram com ação judicial contra o INSS;
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Obtiveram vitória definitiva na Justiça, com trânsito em julgado;
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Tiveram a RPV emitida e liberada pelo Tribunal Regional Federal da sua região.
O valor individual da RPV pode variar de acordo com o tempo da ação, o valor corrigido da diferença e o tipo de benefício envolvido.
Em alguns casos, o pagamento ultrapassa os R$ 80 mil, chegando ao teto atual de R$ 91 mil, correspondente a 60 salários mínimos.
Como consultar se você vai receber?
A consulta para saber se há uma RPV liberada deve ser feita diretamente no site do Tribunal Regional Federal (TRF) correspondente à sua região. Veja onde procurar:
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TRF1 – Região Norte e Centro-Oeste (exceto Tocantins): trf1.jus.br
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TRF2 – Rio de Janeiro e Espírito Santo: trf2.jus.br
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TRF3 – São Paulo e Mato Grosso do Sul: trf3.jus.br
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TRF4 – Sul do Brasil (PR, SC e RS): trf4.jus.br
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TRF5 – Nordeste (AL, PB, PE, RN, CE e SE): trf5.jus.br
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TRF6 – Minas Gerais: trf6.jus.br
Para fazer a consulta, geralmente é necessário informar:
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Número do processo;
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CPF do beneficiário;
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Nome do advogado ou número da OAB (em alguns casos).
INSS libera 3 passos para saque dos valores atrasados
Após confirmar a liberação da RPV no site do TRF, o segurado deve seguir os três passos abaixo para sacar o valor a que tem direito:
1. Confirmar a liberação no site do TRF
O primeiro passo é entrar no site do TRF correspondente e consultar o status da RPV. Se o pagamento já estiver autorizado, constará a data e o banco responsável pela liberação (Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal).
É essencial que a ação judicial já tenha transitado em julgado, ou seja, não caiba mais recurso.
2. Reunir a documentação necessária
Depois de confirmada a liberação, o próximo passo é separar os documentos exigidos para o saque:
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Documento de identidade com foto (RG ou CNH);
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CPF;
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Comprovante de residência recente;
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Número do processo judicial (disponível no site do TRF);
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Procuração (se o saque for feito por representante legal ou advogado).
3. Comparecer à agência bancária indicada
Com os documentos em mãos, o segurado deve se dirigir à agência do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal informada no site do TRF.
O valor é disponibilizado em uma conta judicial, e o saque pode ser feito diretamente no caixa ou transferido para uma conta pessoal, dependendo do procedimento adotado por cada tribunal e banco.
Calendário de pagamentos: quando os valores serão depositados?
Segundo o Conselho da Justiça Federal, os depósitos das RPVs liberadas em abril devem ser feitos até o final do mês, respeitando os prazos de cada TRF e dos bancos. Em geral, o pagamento ocorre em até 60 dias após a emissão da ordem de pagamento.
Beneficiários com processos já transitados em julgado até 15 de março de 2025 devem ser os primeiros a receber.