Bolsa Família confirma regra oficial para quem recebe R$ 1.518 por mês: veja quando o benefício pode ser cancelado
O Governo Federal confirmou que receber um salário mínimo de R$ 1.518,00 em 2025 não resulta, por si só, no cancelamento automático do Bolsa Família. O principal critério de permanência no programa é a renda per capita, ou seja, o valor da renda dividido entre todos os membros da família.
Essa regra garante que famílias numerosas continuem recebendo o benefício mesmo com um integrante empregado formalmente, desde que a renda por pessoa permaneça dentro dos limites definidos pela legislação.
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Como funciona a regra da renda per capita
A renda per capita é o elemento central na análise da elegibilidade. Para calculá-la, é necessário somar a renda de todas as pessoas da família e dividir pelo número total de integrantes do domicílio.
Exemplo prático: Uma família composta por 7 pessoas na mesma casa, onde apenas uma delas recebe o salário mínimo de R$ 1.518,00, terá o seguinte cálculo:
R$ 1.518,00 ÷ 7 = R$ 216,85 por pessoa
Como o resultado é menor que o limite de elegibilidade do Bolsa Família (R$ 218,00 por pessoa), a família permanece apta a receber o benefício integralmente.
Esse cálculo é aplicado individualmente em cada avaliação de renda feita pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS).
Qual é o limite de renda para continuar no Bolsa Família
Em 2025, o limite de renda per capita estabelecido pelo governo é de:
Até R$ 218,00 por pessoa – a família tem direito integral ao benefício.
Entre R$ 219,00 e R$ 706,00 por pessoa – a família entra na Regra de Proteção, recebendo 50% do valor do Bolsa Família por até 12 meses.
Após o término desse período, se a renda continuar acima do limite, o benefício é encerrado. No entanto, o cancelamento só ocorre depois de nova análise cadastral e cruzamento de informações com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS).
Entenda o que é a Regra de Proteção
A Regra de Proteção é uma medida criada para incentivar o emprego formal e o aumento de renda, sem que as famílias percam o Bolsa Família de forma imediata.
O objetivo é evitar que as famílias recusem oportunidades de trabalho por medo de perder o benefício. Dessa forma, quando a renda sobe temporariamente — por exemplo, com um novo emprego ou hora extra —, o programa mantém metade do valor do benefício por até 12 meses.
Durante esse período, o governo monitora os dados de renda e atualização cadastral. Se, após um ano, a renda se estabilizar acima do limite, o benefício é encerrado. Caso contrário, ele pode ser restabelecido integralmente.
O que acontece se a renda aumentar dentro da família
O aumento de renda não significa automaticamente a exclusão do programa. O Bolsa Família considera a estabilidade da renda e o perfil social da família.
Quando o MDS identifica que a renda per capita ultrapassou o limite apenas por um curto período — devido, por exemplo, a trabalhos temporários, horas extras ou pagamentos eventuais —, o benefício não é cancelado imediatamente.
O cancelamento só é efetivado quando:
A renda per capita permanece acima de R$ 706,00 por mais de 12 meses;
A família não atualiza o Cadastro Único dentro do prazo;
São encontradas inconsistências nos dados declarados.
Principais motivos que levam ao cancelamento do Bolsa Família
O governo destaca que o cancelamento do Bolsa Família ocorre por motivos diretamente relacionados às regras do programa. Entre os principais, estão:
1. Desatualização do Cadastro Único
O CadÚnico precisa ser atualizado a cada dois anos ou sempre que houver mudanças na composição familiar, renda, endereço ou escola dos filhos.
Quando a atualização não ocorre dentro do prazo, o sistema pode bloquear temporariamente o benefício até que as informações sejam regularizadas.
2. Descumprimento das condicionalidades
As famílias devem cumprir condicionalidades nas áreas de saúde e educação, como:
Garantir frequência escolar mínima de 85% para crianças e adolescentes;
Manter o acompanhamento de saúde e vacinação em dia;
Fazer o pré-natal corretamente em caso de gestantes.
O não cumprimento dessas regras pode levar à suspensão ou ao cancelamento do benefício.
3. Irregularidades ou fraudes
O cruzamento de informações com bancos de dados federais, como o CNIS e a Receita Federal, permite identificar fraudes, duplicidade de cadastros ou renda não declarada.
Quando confirmadas irregularidades, o benefício é cancelado definitivamente, e o titular pode ser obrigado a devolver os valores recebidos indevidamente.
Importância de manter o Cadastro Único atualizado
A atualização do Cadastro Único é essencial para garantir a continuidade dos pagamentos. Sempre que houver mudança de renda, endereço, escola ou número de membros, a família deve comparecer ao CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) ou à Prefeitura para atualizar os dados.
A falta de atualização impede o governo de verificar a real situação econômica da família, podendo causar:
Bloqueio temporário do Bolsa Família;
Suspensão por até 60 dias;
Cancelamento definitivo, em casos de reincidência.
Renda formal e Bolsa Família: é possível conciliar
Trabalhar com carteira assinada não impede o recebimento do Bolsa Família. O programa foi desenhado justamente para acompanhar famílias em transição econômica, oferecendo suporte até que atinjam estabilidade financeira.
Com a Regra de Proteção, mesmo quem consegue um emprego formal pode continuar recebendo metade do valor do benefício por até um ano. Esse mecanismo reduz o impacto da saída imediata do programa e contribui para uma inclusão produtiva mais sustentável.
Canais oficiais para tirar dúvidas e consultar o benefício
Os beneficiários podem consultar informações sobre valores e situação cadastral pelos canais oficiais do governo:
Aplicativo Bolsa Família, disponível para Android e iOS;
Aplicativo Caixa Tem, onde é possível visualizar o saldo e as datas de pagamento;
Site ou aplicativo do Cadastro Único (https://cadunico.dataprev.gov.br);
Central 111 (Caixa Econômica Federal);
Telefone 121 (Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social).
Esses canais oferecem suporte direto para verificação de bloqueios, atualizações e agendamentos de atendimento nos CRAS municipais.
Resumo: quem recebe R$ 1.518,00 continua no programa
O Bolsa Família não é cancelado automaticamente para quem recebe um salário mínimo;
O fator determinante é a renda per capita da família;
Famílias grandes continuam elegíveis, mesmo com um salário mínimo;
A Regra de Proteção garante 50% do valor por até 12 meses se a renda ultrapassar o limite;
Manter o Cadastro Único atualizado é essencial para não perder o benefício.