Informe Banco Central revela o que acontece com quem tem R$5 mil na poupança Caixa, Banco do Brasil e mais

A decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 15% ao ano, anunciada no início de novembro pelo Copom, reacendeu uma preocupação importante entre os brasileiros: o impacto direto no rendimento da poupança. A modalidade segue como uma das aplicações mais utilizadas no país, especialmente por quem busca segurança e simplicidade, mas o cenário atual força uma nova análise sobre suas vantagens.

A taxa básica de juros começou 2025 em 13,25% e foi subindo ao longo do ano até atingir o patamar atual. Trata-se de um dos níveis mais altos desde 2022, e isso influencia empréstimos, financiamentos, o consumo e, principalmente, os investimentos mais populares entre os brasileiros.

Antes de mais nada, é importante entender que a Selic é usada pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando os preços sobem demais, ela sobe para desestimular o consumo; quando a inflação está mais controlada, ela pode cair para aquecer a economia. Esse movimento afeta praticamente tudo, da fatura do cartão de crédito ao rendimento da caderneta de poupança.

Como a poupança funciona quando a Selic está acima de 8,5%

A princípio, o rendimento da poupança segue uma regra clara:
Quando a Selic ultrapassa 8,5% ao ano, o retorno passa a ser 0,5% ao mês + TR (Taxa Referencial).

Como a TR está praticamente zerada há anos, o que realmente faz a poupança render hoje é apenas o percentual fixo de 0,5% ao mês. Em termos anuais, isso significa algo próximo de 6,17% ao ano, um valor que fica muito abaixo da própria Selic.

Ou seja, mesmo com a Selic tão elevada, a poupança não aumenta seus ganhos. Ela fica limitada ao teto estabelecido pela regra. É exatamente por isso que tantos especialistas enxergam perda de competitividade da modalidade em momentos de juros altos.

Por que a Selic alta não torna a poupança mais vantajosa

Antes de mais nada, é fundamental destacar um ponto: a poupança não acompanha a Selic. Mesmo em um cenário de juros elevados, seu rendimento continua preso ao limite máximo determinado pela legislação.

Além disso, existe um fator que sempre pesa no bolso do investidor: a inflação. Mesmo que o saldo da poupança cresça mês a mês, é possível perder poder de compra se a variação de preços for maior que o rendimento.

Em conclusão, a poupança até oferece segurança e liquidez, mas perde atratividade em épocas de juros elevados — exatamente o que o país vive em 2025.

Quanto rende R$ 5 mil na poupança com a Selic em 15%

A seguir, veja quanto um valor simples e comum para muitos brasileiros — R$ 5 mil — rende hoje na poupança, considerando a regra vigente. Os números foram divulgados pelo portal Extra.

Poupança (isenta de IR)

  • 1 mês: R$ 5.025

  • 6 meses: R$ 5.152

  • 1 ano: R$ 5.309

Com TR próxima de zero, todo o ganho vem dos 0,5% ao mês, que seguem sendo pagos mesmo com a Selic em seu maior patamar dos últimos anos.

Porém, quando colocamos esse resultado ao lado de aplicações igualmente seguras, mas que acompanham melhor a taxa básica de juros, a diferença chama a atenção.

Comparação: Poupança x Tesouro Selic x CDB 105% CDI

Para facilitar a leitura e aumentar o engajamento, veja um comparativo direto entre três modalidades populares:

Tesouro Selic (com IR)

  • 1 mês: R$ 5.045

  • 6 meses: R$ 5.290

  • 1 ano: R$ 5.619

O Tesouro Selic acompanha quase integralmente a taxa básica. Mesmo pagando imposto de renda, ele entrega um rendimento bastante superior ao da poupança ao longo do tempo.

CDB 105% do CDI (com IR)

  • 1 mês: R$ 5.048

  • 6 meses: R$ 5.303

  • 1 ano: R$ 5.650

Em primeiro lugar no ranking de rentabilidade entre as três opções, o CDB atrelado ao CDI mostra o quanto os juros altos favorecem investimentos que acompanham a Selic de forma mais direta.

Análise: o que esse cenário significa para o investidor comum

Ao observar os números, fica evidente que a poupança entrega apenas o mínimo possível em um cenário de juros em alta. Ainda que ofereça liquidez imediata e isenção de IR, ela não acompanha o ritmo de retorno de outras modalidades igualmente seguras e simples.

O investidor que deixa R$ 5 mil parados por um ano na poupança vê seu valor subir para cerca de R$ 5.309.

No Tesouro Selic, esse mesmo dinheiro chega a R$ 5.619.

No CDB de 105% do CDI, alcança R$ 5.650.

Em outras palavras, o brasileiro que mantém o dinheiro na poupança deixa de ganhar mais de R$ 300 em comparação com investimentos básicos. Para quem tem valores maiores ou guarda dinheiro por longos períodos, a diferença se torna ainda mais significativa.

Por que muitos continuam na poupança mesmo ganhando menos

Mesmo com juros altos e opções mais rentáveis disponíveis, a poupança segue firme e forte no Brasil. Existem alguns motivos para isso:

  • É simples de usar

  • Não tem imposto de renda

  • Oferece liquidez imediata

  • O brasileiro já está acostumado com ela há décadas

  • Não exige abertura de conta em instituições diferentes

Contudo, especialistas destacam que a busca por simplicidade pode custar caro em épocas de Selic elevada. Investimentos como Tesouro Selic e CDBs de bancos tradicionais já estão amplamente acessíveis em plataformas digitais, muitas vezes sem taxa de custódia.

Em primeiro lugar: entender seu perfil e seus objetivos é essencial

Antes de escolher qualquer investimento, é importante analisar o horizonte de tempo, a necessidade de liquidez e o perfil de risco. A poupança continua sendo uma opção válida para reservas imediatas ou para quem não deseja lidar com oscilações.

Por fim, com a Selic no maior patamar dos últimos anos, quem busca rendimento real precisa avaliar alternativas mais rentáveis. A poupança não deixa de ser segura — mas deixa de ser vantajosa quando comparada a outras opções igualmente simples e muito mais lucrativas.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.