Horário de verão vai voltar em 2025? Governo confirma decisão e explica os motivos que podem surpreender os brasileiros
Todo ano é a mesma história. Chega outubro, o calor aumenta e começa a pergunta clássica: “O horário de verão vai voltar?”. Para 2025, a resposta oficial continua sendo não. O governo federal bateu o martelo e informou que não há previsão de retomada.
Pode soar estranho para quem ainda se lembra de adiantar os ponteiros e aproveitar o sol até mais tarde, mas o motivo da decisão é simples: a medida não gera mais economia de energia como antes.
Por que o horário de verão foi criado?
O horário de verão nasceu em 1931, quando o presidente Getúlio Vargas assinou um decreto para mudar os relógios. A lógica era clara: se as pessoas tivessem mais tempo de luz natural à noite, gastariam menos eletricidade.
Por décadas, funcionou bem. O famoso “pico de consumo” entre 18h e 21h diminuía porque muita gente não precisava acender as luzes de casa imediatamente ao anoitecer. Isso ajudava o sistema elétrico, que respirava aliviado diante da alta demanda.
Quem viveu essa época lembra: sair do trabalho e ainda ter sol era uma sensação de liberdade. Muitos aproveitavam para praticar esportes, passear ou simplesmente esticar a tarde.
Por que o Brasil não terá horário de verão em 2025?
A questão é que os tempos mudaram. O Ministério de Minas e Energia explica que o maior gasto de energia atualmente não acontece mais à noite, mas sim nas tardes quentes, quando ar-condicionados, ventiladores e refrigeradores trabalham sem descanso.
Ou seja, mesmo que os relógios fossem adiantados, o impacto seria quase nulo. Em alguns cenários, poderia até piorar a situação, já que o consumo pesado do ar-condicionado não depende da luz natural, mas da temperatura sufocante.
Para reforçar, o governo cita estudos recentes: o horário de verão deixou de gerar benefícios reais para o sistema elétrico. Além disso, o verão de 2024/2025 foi o mais quente desde 1961, resultado direto das mudanças climáticas, o que pressiona ainda mais a rede de energia em horários que a medida não resolveria.
Como funcionava o horário de verão no Brasil?
Durante décadas, o horário de verão seguiu praticamente o mesmo ritual.
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Quando começava: no primeiro domingo de novembro, à meia-noite, os relógios eram adiantados em uma hora.
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Quando terminava: no terceiro domingo de fevereiro, também à meia-noite.
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Onde valia: estados do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e o Distrito Federal.
Isso incluía Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A medida achatava a curva de consumo de energia, reduzindo riscos de apagões e evitando sobrecargas no sistema.
O fim do horário de verão em 2019
A última vez que os brasileiros mudaram os relógios foi em 2018/2019. Logo depois, em abril de 2019, o governo anunciou o fim da prática.
Na época, especialistas já apontavam que a economia era quase zero, enquanto os impactos negativos à saúde aumentavam.
Pesquisas mostraram que a mudança de horário afetava o sono, aumentava o risco de acidentes de trânsito e até elevava a incidência de problemas cardíacos em alguns grupos.
O futuro do horário de verão no Brasil
Muita gente ainda sente falta do costume. Afinal, quem não gostava de sair do trabalho e encontrar o sol brilhando no céu? Porém, a tendência oficial é clara: não haverá retorno em 2025 nem nos próximos anos.
Segundo o MME, o governo está mais focado em investimentos em eficiência energética e energias renováveis do que em soluções antigas que já não funcionam.
Com o aumento do uso de painéis solares, parques eólicos e programas de modernização do sistema elétrico, a aposta é garantir energia sem depender de ajustes artificiais no relógio.
O impacto das mudanças climáticas
Outro ponto importante é o clima. O Brasil está vivendo verões cada vez mais quentes e longos, com ondas de calor recordes. Em 2025, as temperaturas extremas já são vistas como um dos maiores desafios para o sistema elétrico.
Nesse contexto, o horário de verão não ajuda, porque o pico de demanda acontece exatamente durante a tarde, quando o calor é insuportável.
Assim, em vez de mexer nos ponteiros do relógio, a prioridade será criar políticas que incentivem o uso racional da energia e aumentem a capacidade de geração limpa.
Histórico do horário de verão no Brasil
O horário de verão já foi e voltou várias vezes ao longo da história. Confira os principais momentos:
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1931 a 1933: primeira experiência, com Getúlio Vargas.
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1949 a 1953: retorno da medida.
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1963 a 1968: nova adoção temporária.
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1985 a 2019: fase mais longa, aplicada quase todos os anos.
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2019: revogação oficial.
Ao longo desse tempo, o horário de verão foi visto como uma solução prática para crises de energia. Porém, à medida que a matriz elétrica brasileira mudou e os hábitos de consumo se transformaram, perdeu sua relevância.
A nostalgia dos dias mais longos
Mesmo sem eficácia comprovada hoje, o horário de verão deixou uma marca cultural. Para muitos, ele está associado a lembranças boas: praias cheias até tarde, encontros no fim de tarde, crianças brincando com luz natural depois da escola.
Esse fator emocional explica por que, ano após ano, o assunto volta ao debate público. Mas, entre nostalgia e realidade, prevalece a necessidade de adaptar o sistema elétrico aos desafios do século XXI.
Vai voltar algum dia?
Nunca diga nunca, mas as chances são pequenas. Para que o horário de verão volte, seria preciso que os padrões de consumo mudassem de novo ou que novas pesquisas mostrassem ganhos concretos.
Enquanto isso não acontece, a resposta continua firme: em 2025, o Brasil seguirá sem horário de verão.