Em setembro de 2023, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar) registrou uma queda significativa, sendo a mais forte em mais de três anos. De acordo com o economista Paulo Picchetti, responsável pelo indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV), a perspectiva é de que os preços se mantenham relativamente estáveis até o final do ano. Essa avaliação é baseada na queda de 1,74% no Ivar em setembro.
A queda nos preços de aluguel impactou diretamente a variação em 12 meses do índice, que passou de 7,49% em agosto para 5,64% em setembro. Esse é o menor valor registrado desde fevereiro de 2022, quando o índice estava em 4,76%.
Ao analisar a evolução mensal do indicador, é possível observar que todas as cidades componentes do Ivar tiveram uma desaceleração em suas taxas de variação. Em São Paulo, por exemplo, a taxa passou de 1,46% para -0,34%. No Rio de Janeiro, a variação foi de 1,09% para 1,08%. Em Belo Horizonte, a taxa caiu de 2,84% para -0,02%. Já em Porto Alegre, a queda foi ainda mais expressiva, passando de 2,50% para -6,83%.
Tendência de queda nos preços de aluguel
A desaceleração nos preços de aluguel também foi observada na evolução em 12 meses nas taxas de setembro de 2022 a setembro de 2023. Porto Alegre teve uma queda de 5,62% para -1,23%, São Paulo passou de 6,42% para 6,24% e Belo Horizonte registrou uma redução de 10,45% para 10,15%. No entanto, o Rio de Janeiro foi a única cidade que apresentou um aumento na taxa acumulada em 12 meses, passando de 9,42% para 9,76%.
Durante a pandemia Covid-19, iniciada em 2020, os proprietários de imóveis enfrentaram dificuldades para promover reajustes nos preços de aluguel devido à crise econômica causada pela emergência sanitária. No entanto, com a normalização do cenário no início de 2023, os senhorios começaram a reajustar os preços de forma mais expressiva.
No entanto, segundo o economista Paulo Picchetti, o processo de retomada dos preços de aluguel parece estar se esgotando. Ele ressalta que os dados indicam que os preços estão se alinhando aos indexadores, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE e o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) da FGV. Os proprietários de imóveis já não estão mais conseguindo recuperar as perdas sofridas durante a pandemia.
Perspectivas para o mercado de aluguel
Para os próximos meses, espera-se que o Ivar em 12 meses se mantenha em um patamar relativamente estável, com possibilidade de encerrar o ano em torno de 6%. Paulo Picchetti destaca que, mesmo com possíveis acelerações nos índices de inflação, como o IPCA e o IGP-M, há indícios de uma desaceleração na atividade econômica no final deste ano.
É importante ressaltar que o Ivar é um indicador que permite compreender a tendência na variação dos preços de aluguel. Com base nos dados, é possível concluir que o movimento de recuperação dos preços parece estar chegando ao fim, e os proprietários de imóveis estão ajustando os valores de acordo com os indexadores e não mais buscando recuperar as perdas ocorridas durante a pandemia.
A queda nos preços de aluguel em setembro de 2023, registrada pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar), foi a mais forte em mais de três anos. Essa queda impactou a variação em 12 meses do índice, que registrou seu menor valor desde fevereiro de 2022.
Os preços de aluguel estão se alinhando aos indexadores, indicando que o movimento de recuperação dos preços está se esgotando. A perspectiva é que o Ivar em 12 meses se mantenha relativamente estável nos próximos meses, encerrando o ano em torno de 6%.
Por fim, é importante acompanhar de perto as tendências do mercado de aluguel, principalmente levando em consideração os impactos econômicos e as oscilações nos índices de inflação. Essas informações são essenciais tanto para proprietários de imóveis quanto para inquilinos, que buscam encontrar as melhores oportunidades dentro desse cenário.