Governo prorroga prazo e dá última chance para 177 mil devolverem Auxílio Emergencial: veja como regularizar hoje

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) decidiu prorrogar até 11 de janeiro o prazo para que cidadãos notificados por receber o Auxílio Emergencial de forma indevida devolvam os valores à União. A ampliação do prazo representa, antes de mais nada, uma última oportunidade para evitar medidas mais severas, como a inscrição na Dívida Ativa da União.

De acordo com os dados oficiais, 177,4 mil famílias foram notificadas desde março e o montante total a ser devolvido chega a R$ 478,8 milhões. O governo afirma que a medida busca dar mais tempo para que pessoas com capacidade financeira regularizem a pendência, principalmente aquelas que receberam valores mais altos ao longo do programa.

A seguir, você verá, de forma detalhada e com linguagem simples, quem precisa pagar, quem está isento, como fazer a regularização, como evitar golpes e por que o governo retomou essa cobrança.

Por que o governo prorrogou o prazo até 11 de janeiro

Em primeiro lugar, o MDS esclarece que a prorrogação não reabre o processo de contestação. Ou seja, não há possibilidade de apresentar defesa, novo recurso ou pedido de revisão. O prazo extra atende exclusivamente quem ainda não quitou o débito e deseja regularizar a situação voluntariamente.

Segundo a pasta, a decisão também busca evitar que milhares de notificações terminem em cobrança judicial, o que poderia gerar ainda mais transtornos aos envolvidos. Antes de mais nada, regularizar dentro do prazo impede:

  • Inclusão do nome na Dívida Ativa

  • Restrições de crédito

  • Multas adicionais

  • Encaminhamento para cobrança judicial pela PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional)

A princípio, a extensão apenas concede mais tempo para que o pagamento seja feito dentro da plataforma oficial. Por fim, após 11 de janeiro, o governo dará início às medidas administrativas previstas em lei.

Quem recebeu notificação para devolver o Auxílio Emergencial

As notificações foram enviadas desde março por SMS, WhatsApp, e-mail e pelo aplicativo Notifica, priorizando cidadãos que:

  • Têm maior capacidade de pagamento;

  • Receberam valores elevados do benefício;

  • Apresentam indícios de irregularidade após cruzamento de dados.

A saber, quem recebe a notificação não necessariamente cometeu fraude. Em muitos casos, o pagamento indevido ocorreu por alterações na renda, vínculo formal de emprego durante o período, acumulação com outro benefício ou até erro no processamento dos dados.

O governo explica que o cruzamento abrange informações sobre:

  • Emprego formal;

  • Benefícios previdenciários;

  • Renda familiar acima do limite legal;

  • Benefícios assistenciais incompatíveis;

  • Registros no CadÚnico atualizados após o pagamento.

Se a inconsistência for confirmada, o valor precisa ser devolvido.

Quem está isento da devolução nesta fase de cobrança

Antes de mais nada, é importante reforçar que nem todos receberam notificação. Estão fora da cobrança e isentos do processo:

  • Beneficiários do Bolsa Família;

  • Inscritos no CadÚnico;

  • Quem recebeu menos de R$ 1.800 no total;

  • Famílias com renda per capita de até dois salários mínimos;

  • Famílias com renda total de até três salários mínimos.

Em outras palavras, o governo não está cobrando quem se encontra em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica, mesmo que exista alguma inconsistência no histórico do benefício.

A medida também busca evitar que famílias de baixa renda sofram impacto financeiro significativo em um momento em que o país enfrenta instabilidade econômica.

Como consultar e regularizar pelo sistema Vejae

A regularização deve ser feita exclusivamente pelo Sistema Vejae, criado pelo MDS para facilitar a consulta e o pagamento da devolução. Antes de mais nada, o cidadão deve ter em mãos CPF, data de nascimento e outras informações básicas.

Passo a passo para consultar e pagar:

  1. Acesse o Sistema Vejae no portal oficial do MDS (não clique em links enviados por mensagem).

  2. Informe os dados solicitados.

  3. Confira o valor total da dívida.

  4. Escolha a forma de pagamento:

    • Pix

    • Cartão de crédito

    • Boleto/GRU simples (Banco do Brasil)

  5. Gere o comprovante e guarde para eventuais consultas futuras.

O Ministério ressalta que o pagamento via Pix é instantâneo e baixa a pendência automaticamente no sistema.

Atenção redobrada: golpes estão aumentando

O MDS reforça que não envia links, boletos ou mensagens de cobrança por e-mail, SMS ou WhatsApp. Portanto, qualquer link recebido deve ser considerado suspeito.

Os únicos canais oficiais para consulta são:

  • Site do MDS;

  • Plataforma Vejae;

  • Aplicativo Notifica;

  • Ouvidoria Social 121.

Antes de mais nada, nunca compartilhe dados pessoais, fotos de documentos ou códigos de pagamento em aplicativos de conversa.

Além disso, quem espalha fake news sobre a devolução pode ser responsabilizado civilmente. O MDS alerta que a disseminação de informações falsas gera confusão, provoca medo na população e prejudica o andamento do processo.

Como funcionava o Auxílio Emergencial e por que há devoluções

Criado em abril de 2020 pela Lei nº 13.982, o Auxílio Emergencial surgiu para oferecer proteção financeira às famílias durante a pandemia de Covid-19. A princípio, o benefício buscou amparar trabalhadores que perderam renda por causa das medidas de isolamento.

Quem tinha direito ao benefício

O público incluía:

  • Trabalhadores informais;

  • Autônomos e diaristas;

  • Microempreendedores Individuais (MEI);

  • Contribuintes individuais do INSS;

  • Inscritos no CadÚnico;

  • Famílias do Bolsa Família que poderiam migrar para o auxílio caso fosse mais vantajoso.

O programa atendia pessoas com:

  • Renda por pessoa de até meio salário mínimo (R$ 522,50 na época);

  • Ou renda familiar total de até três salários mínimos (R$ 3.135).

Valores pagos em 2020 e 2021

O benefício teve duas fases principais:

2020 — Fase inicial

  • R$ 600 por mês, valor padrão.

  • R$ 1.200 para mães chefes de família.

  • Extensão de R$ 300 (ou R$ 600 para mães).

2021 — Nova rodada com valores menores

  • R$ 150 (famílias unipessoais);

  • R$ 250 (valor padrão);

  • R$ 375 (mães chefes de família).

Em razão das revisões posteriores, milhares de cadastros passaram por reavaliação, gerando pedidos de devolução em 2022, 2023 e agora em 2024.

Por que algumas pessoas precisam devolver

As devoluções são solicitadas quando o governo identifica, após cruzamento de dados, que o beneficiário:

  • Tinha emprego formal durante o período;

  • Recebia benefício previdenciário (exceto Bolsa Família);

  • Tinha renda superior ao limite;

  • Apresentou dados inconsistentes no CadÚnico;

  • Recebeu valores em duplicidade;

  • Ou não se enquadrava nas regras legais.

Em muitos casos, o beneficiário não sabia que havia inconsistência. Entretanto, a irregularidade — mesmo que involuntária — gera a obrigação de ressarcir o valor.

Onde buscar ajuda confiável

Em primeiro lugar, quem tem dúvidas deve procurar a Ouvidoria Social, pelo telefone 121, das 7h às 19h. Também é possível obter orientações nos perfis oficiais do MDS nas redes sociais e no portal do governo federal.

Evite procurar orientações em grupos de WhatsApp, vídeos não oficiais ou páginas sem identificação. Por fim, lembre-se: somente os canais do governo têm autoridade para orientar sobre prazos, regras e pagamento.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.