Governo proíbe todos os lotes de azeite super conhecido e mais 20 marcas: entenda os riscos, veja a lista completa e saiba como escolher um produto seguro

Se você costuma dar aquele toque especial nas saladas com um fio de azeite achando que está investindo em saúde, atenção: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de jogar um balde de água fria — ou melhor, de óleo — na confiança de muitos consumidores.

Nesta terça-feira (16), foi publicada no Diário Oficial da União a decisão que proíbe a comercialização, distribuição, importação e até mesmo a propaganda do azeite da marca Los Nobles. O motivo? Simples e grave: o produto é considerado clandestino e não possui registro na Anmat, a agência sanitária da Argentina.

E não para por aí. A Anvisa ainda revelou que o CNPJ da empresa responsável nem sequer é conhecido, o que acendeu um alerta vermelho sobre a procedência e segurança do produto.

Azeite proibido não é caso isolado: mais de 20 marcas já foram barradas

Se você achou que só a Los Nobles caiu na mira da fiscalização, prepare-se: mais de 20 marcas já foram vetadas desde o início do ano. E os motivos vão de adulteração com óleos vegetais baratos até falsificação pura e simples.

Entre as marcas proibidas em 2025, estão:

  • Los Nobles – setembro

  • Vale dos Vinhedos – julho

  • Serrano – junho

  • Málaga – junho

  • Campo Ourique – junho

  • Santa Lucía – junho

  • Villa Glória – junho

  • Alcobaça – junho

  • Terra de Olivos – junho

  • Casa do Azeite – junho

  • Terrasa – junho

  • Castelo de Viana – junho

  • San Martín – junho

  • Grego Santorini – maio

  • La Ventosa – maio

  • Escarpas das Oliveiras – maio

  • Almazara – maio

  • Quintas D’Oliveira – maio

  • Alonso – maio

  • Doma – fevereiro

  • Azapa – fevereiro

Isso sem contar os lotes barrados em anos anteriores. Só em 2024, o governo já tinha proibido mais de 70 lotes em diferentes momentos, o que mostra que o problema é recorrente.

O que a fiscalização encontrou nesses azeites

A lista de irregularidades é de arrepiar qualquer consumidor que preze pela saúde e qualidade do alimento que leva para a mesa. Segundo a Anvisa e o Ministério da Agricultura, os problemas mais comuns incluem:

  • Produtos sem registro no Brasil ou até mesmo no país de origem.

  • Adulteração e falsificação, com adição de óleos vegetais baratos, como soja e canola.

  • Falta de padrões de higiene nas fábricas e armazéns.

  • Rotulagem enganosa, que tenta passar o produto como extra virgem sem ser.

  • Empresas sem CNPJ ou autorização para funcionar.

Em outras palavras, você pode achar que está comprando azeite premium, mas na prática está levando para casa algo de procedência duvidosa e qualidade questionável.

Por que isso é tão perigoso para a saúde

Um azeite adulterado pode causar mais do que decepção no sabor: pode trazer riscos reais à saúde.

Ao misturar óleos vegetais não declarados, existe a possibilidade de o produto conter gorduras de baixa qualidade e até mesmo resíduos inadequados para consumo humano. Para quem tem alergias alimentares, o risco é ainda maior, já que os rótulos não informam corretamente a composição.

Além disso, sem a devida fiscalização sanitária, não há garantia de que o produto foi processado em condições higiênicas adequadas, abrindo espaço para contaminações diversas.

Como escolher um azeite seguro e de qualidade

Depois de tantas proibições, você deve estar se perguntando: como garantir que o azeite que eu compro é confiável?Aqui vão dicas valiosas para não cair em ciladas:

1. Verifique o registro da empresa

O Cadastro Geral de Classificação (CGC) do Ministério da Agricultura permite consultar se a empresa produtora ou importadora tem registro oficial. Basta acessar este link oficial e pesquisar pelo nome da empresa no campo “Estabelecimento”.

Se não estiver registrada, fuja.

2. Consulte a lista da Anvisa

Antes de comprar, vale a pena verificar se a marca está na lista de produtos proibidos ou falsificados da Anvisa. A ferramenta está disponível neste link.

Basta digitar o nome do azeite em “Produto” e ver se há alguma restrição.

3. Desconfie de preços muito baixos

Se o preço está muito abaixo do mercado, é sinal de alerta. Um azeite extravirgem de qualidade envolve custos de produção elevados, e valores muito baixos podem indicar adulteração.

4. Confira a data de envase

O azeite perde qualidade com o tempo. Dê preferência a produtos com envase recente e prazo de validade bem claro no rótulo.

5. Evite azeite a granel

Por mais tentador que pareça comprar azeite em garrafões sem marca, a prática é arriscada. Sem rótulo, não há como garantir a origem, a data de envase nem a qualidade do produto.

Como saber se o azeite é mesmo extravirgem

Uma das maiores fraudes no setor é vender óleo comum como se fosse azeite extravirgem, que tem maior valor agregado. Para não ser enganado, preste atenção a alguns detalhes:

  • Cor e sabor: o extravirgem costuma ser mais verde e com sabor levemente picante.

  • Acidez: o verdadeiro extravirgem tem acidez inferior a 0,8%.

  • Rótulo completo: deve informar tipo, origem, data de envase e validade.

O impacto econômico e na confiança do consumidor

Cada novo lote proibido gera desconfiança no consumidor e prejuízo para os produtores sérios. Afinal, existem muitas marcas brasileiras e estrangeiras que seguem à risca as normas sanitárias, mas acabam sofrendo pela má fama causada pelos produtos irregulares.

Além disso, o setor de azeites é um dos que mais crescem no Brasil, impulsionado pelo consumo em alta e pela busca por alimentos saudáveis. Escândalos como esse podem desacelerar o mercado e prejudicar exportações futuras.

O que diz a Los Nobles sobre a proibição

Até o momento, a empresa responsável pelo Los Nobles não foi localizada para comentar o caso. Segundo a Anvisa, nem mesmo o CNPJ da distribuidora foi identificado, o que reforça a gravidade da situação.

Sem registro e sem responsável legal conhecido, a marca segue proibida de circular em território nacional.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.