Os brasileiros agora utilizam o sistema de pagamento instantâneo Pix com mais frequência do que o dinheiro físico para suas transações.
De acordo com dados do Banco Central, o Pix é utilizado por 76,4% da população, superando tanto o cartão de débito (69,1%) quanto o dinheiro em espécie (68%). No entanto, este cenário pode estar prestes a mudar.
Com a implementação das novas diretrizes da Receita Federal para monitoramento de transferências financeiras desde o primeiro dia do mês, diversos microempreendedores estão reconsiderando suas estratégias de recebimento.
Mesmo com os esclarecimentos da Receita Federal de que as mudanças não resultarão em elevação da carga tributária ou criação de novos impostos, o próprio órgão revelou sua intenção: ampliar a arrecadação através de uma identificação mais eficiente de casos de evasão fiscal.
A principal alteração implementada pela Receita foi a ampliação do monitoramento das transações financeiras via Pix que totalizarem mensalmente 5 mil reais para pessoas físicas e 15 mil para empresas.
A falta de compreensão sobre as novas regras do Pix é um fenômeno generalizado entre os pequenos comerciantes.
O proprietário de um estabelecimento automotivo em Brasília revelou que mais de 90% de suas operações financeiras são realizadas via Pix.
“Eu vou dar grande desconto para quem pagar em dinheiro, vou tentar evitar ao máximo negociar com Pix”.
Na feira do produtor de Sobradinho, Distrito Federal, as transferências via Pix dominaram as conversas entre os comerciantes na manhã de domingo. Um comerciante de folhagens buscava esclarecimentos junto aos clientes, mas a desinformação era predominante.
A realidade é que a Receita Federal está intensificando a fiscalização contra sonegadores. As instituições financeiras, empresas de pagamento e operadoras de cartão de crédito deverão encaminhar informações semestralmente.
A partir de agora, será monitorado o excedente do limite estabelecido para pessoas físicas e jurídicas em operações via Pix, cartões de crédito e débito, além de outras modalidades de pagamentos eletrônicos.
Diversos microempreendedores afirmam que privilegiarão o uso de dinheiro em espécie daqui em diante. Curiosamente, neste domingo, alguns caixas eletrônicos em Brasília apresentaram escassez de dinheiro físico.
Em determinada agência do Itaú, um terminal estava sem cédulas disponíveis, enquanto outro dispunha apenas de notas de 200 reais.
Outra notícia
O Governo Federal descarta a tributação de transações financeiras realizadas via Pix. A desinformação se espalhou nas redes sociais após o anúncio do monitoramento de transferências mensais superiores a R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas.
E se eu receber uma cobrança pelo Pix?
De acordo com o Banco Central, sua transferência pode ser tarifada, mas isso está relacionado aos serviços oferecidos pela instituição financeira, não ao Governo.
Para pessoas físicas:
- Ao realizar um Pix através de canais de atendimento presencial ou pessoal da instituição, incluindo telefone, quando houver disponibilidade por meios eletrônicos;
- Ao receber um Pix relacionado a atividades comerciais (Por exemplo: pessoa física que recebe pagamento via Pix pela comercialização de produtos ou serviços).
Para pessoas jurídicas: