Economia

Toda atenção ainda é pouca: novo golpe do Pix preocupa usuários e exige cuidado redobrado

Nos últimos anos, o Pix se consolidou como o meio de pagamento favorito dos brasileiros. Lançado em 2020 pelo Banco Central, o sistema ganhou popularidade pela rapidez, gratuidade e disponibilidade 24 horas por dia.

No entanto, com o crescimento do uso, também aumentaram as tentativas de fraude. Agora, especialistas em segurança digital alertam: um novo golpe do Pix vem preocupando clientes de bancos e fintechs, exigindo ainda mais atenção.

O que é o novo golpe do Pix?

Esse novo esquema criminoso combina engenharia social e falsificação de interfaces bancárias para enganar as vítimas. Diferente de fraudes já conhecidas, como links falsos ou sequestro de contas de WhatsApp, a nova modalidade faz com que a pessoa acredite estar transferindo dinheiro para si mesma ou para uma instituição legítima, quando na verdade o valor é desviado para criminosos.

Segundo relatos recebidos por entidades de defesa do consumidor, os golpistas se passam por suporte técnico bancário e enviam instruções por e-mail, WhatsApp ou ligação. Eles afirmam que a conta do cliente sofreu uma tentativa de invasão e orientam a realizar um Pix de “verificação”. Essa transação, na verdade, é destinada a laranjas ou contas controladas pela quadrilha.

Como os criminosos enganam as vítimas?

Os especialistas apontam três estratégias principais nesse novo golpe:

  1. Aplicativos falsos – O usuário baixa um app que imita o oficial do banco. Ao tentar usar, todos os dados e transferências são desviados.

  2. Links de verificação – A vítima recebe um link para supostamente “atualizar a segurança do Pix”. Ao clicar, é redirecionada para um site que coleta dados pessoais.

  3. Transferência forçada – Em contato direto, o golpista convence a pessoa a fazer um Pix de teste. Como os criminosos usam nomes parecidos e CPFs falsificados, o destinatário parece confiável.

Essas práticas exploram a confiança das pessoas e a falta de familiaridade com táticas de cibersegurança.

Por que o golpe preocupa tanto?

O grande problema é que esse golpe não depende de falhas no sistema do Banco Central ou nos bancos. Ele se aproveita da pressa e da falta de atenção dos usuários. Como a transferência via Pix é instantânea, a recuperação do dinheiro se torna difícil.

De acordo com dados divulgados recentemente pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), mais de 2 milhões de brasileiros já foram vítimas de algum tipo de fraude envolvendo o Pix desde a sua criação. Embora o mecanismo de devolução de valores — o chamado MED (Mecanismo Especial de Devolução) — tenha sido criado para ajudar, nem sempre é possível reaver o montante transferido, especialmente quando os golpistas sacam ou movimentam os recursos imediatamente.

Isso faz com que a recomendação seja clara: a prevenção é a melhor arma.

Como se proteger desse novo golpe do Pix?

Especialistas em segurança financeira orientam os seguintes cuidados:

  • Desconfie de contatos inesperados: bancos nunca pedem que o cliente faça transferências de teste.

  • Cheque o destinatário com calma: antes de confirmar um Pix, veja o nome completo do favorecido e, se possível, confirme por outros meios.

  • Não clique em links recebidos por SMS, WhatsApp ou e-mail: sempre acesse o app oficial do banco.

  • Habilite autenticação em dois fatores: isso dificulta que terceiros acessem sua conta mesmo se tiverem sua senha.

  • Use canais oficiais de suporte: em caso de dúvida, procure diretamente o banco ou fintech.

Essas medidas podem parecer simples, mas são eficazes para reduzir o risco de cair em golpes.

Bancos e autoridades intensificam ações

A preocupação com fraudes tem levado bancos e autoridades a reforçarem medidas de segurança. O Banco Central anunciou que está acompanhando de perto a evolução dos crimes digitais e que novas camadas de proteção devem ser integradas ao Pix até o fim de 2025.

Entre as medidas em estudo estão:

  • alertas automáticos quando houver transações suspeitas;

  • limites dinâmicos de valores, que variam de acordo com o perfil do cliente;

  • maior integração entre o MED e a Polícia Federal, para acelerar o bloqueio de contas fraudulentas.

As instituições financeiras, por sua vez, têm investido em campanhas educativas para conscientizar clientes. Grandes bancos passaram a incluir mensagens de alerta dentro dos aplicativos, reforçando que nunca pedem Pix de teste ou atualização de cadastro por links externos.

Impacto psicológico e financeiro nas vítimas

Além da perda financeira, esse tipo de fraude causa forte impacto psicológico. Muitas vítimas relatam sentimentos de vergonha, culpa e medo de voltar a usar serviços digitais. Esse fator preocupa especialistas, já que o Pix é fundamental para a inclusão financeira no Brasil, permitindo que milhões de pessoas tenham acesso rápido e gratuito a pagamentos e transferências.

Organizações de defesa do consumidor pedem mais apoio psicológico e jurídico para vítimas de golpes digitais. Algumas fintechs já oferecem atendimento especializado para orientar clientes que sofreram fraudes, auxiliando no registro de boletins de ocorrência e pedidos de devolução de valores.

O que fazer se cair no golpe?

Caso alguém seja vítima do novo golpe do Pix, a recomendação é agir rapidamente:

  1. Registrar ocorrência policial imediatamente.

  2. Acionar o banco e solicitar o uso do Mecanismo Especial de Devolução.

  3. Bloquear cartões e senhas se houver suspeita de vazamento de dados.

  4. Guardar provas: prints de conversas, links recebidos e comprovantes de transferência ajudam na investigação.

Embora nem sempre seja possível recuperar o valor, a denúncia ajuda a rastrear quadrilhas e evitar que outras pessoas sejam prejudicadas.

Resumo do que você viu até aqui

O Pix trouxe praticidade e transformou a forma como os brasileiros lidam com dinheiro, mas também se tornou alvo constante de criminosos. Esse novo golpe mostra que toda atenção ainda é pouca. A prevenção continua sendo a principal forma de proteção, e os usuários precisam se manter atentos a qualquer abordagem suspeita.

No cenário atual, a combinação entre educação digital, vigilância das instituições financeiras e novas medidas do Banco Central será crucial para reduzir o impacto das fraudes. Enquanto isso, cada pessoa deve adotar boas práticas de segurança para continuar usando o Pix com tranquilidade e sem surpresas desagradáveis.

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos, 29 anos, é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Salvador, descobriu sua verdadeira vocação na escrita e na criação de conteúdo digital. Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol. Sua busca por precisão e relevância fez dele uma referência nesses segmentos, ajudando milhares de leitores a se manterem informados e atualizados.… Mais »
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