O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) intensificou o controle sobre pagamentos parados e movimentações suspeitas. A partir de uma regra pouco conhecida, benefícios podem ser suspensos automaticamente quando o aposentado ou pensionista deixa de movimentar o valor por mais de 60 dias.
Antes de mais nada, é importante entender que essa norma não é nova — mas o INSS vem reforçando sua aplicação desde o início de 2025, como parte do pacote de medidas para combater fraudes e pagamentos indevidos.
Por que o INSS suspende o benefício após 60 dias sem movimentação
A princípio, o objetivo do bloqueio é proteger o dinheiro do segurado e evitar que terceiros realizem saques indevidos. Quando um benefício fica parado por mais de dois meses, o sistema identifica a inatividade e o banco devolve o valor à Previdência Social.
Ou seja, a conta é automaticamente considerada inativa. Com isso, os próximos pagamentos deixam de ser realizados até que o titular comprove estar vivo e solicite a reativação.
Esse mecanismo tem sido essencial para evitar que benefícios continuem sendo pagos após o falecimento de um segurado — situação que ainda gera milhares de fraudes todos os anos. Além disso, a medida garante que o dinheiro público retorne aos cofres do INSS, reduzindo prejuízos e facilitando a redistribuição de recursos.
Quem está sujeito à suspensão automática
De acordo com informações oficiais da autarquia, a suspensão afeta principalmente os beneficiários que recebem por cartão magnético, ou seja, aqueles que não possuem conta bancária vinculada.
Nesses casos, o valor fica disponível em uma conta de pagamento simples, aberta pelo próprio INSS no banco pagador (geralmente, a Caixa Econômica Federal ou o Banco do Brasil).
Se o beneficiário não realiza o saque ou não movimenta o saldo em até 60 dias, o sistema entende que a conta está inativa e a suspensão é aplicada de forma automática.
Por outro lado, quem recebe o benefício diretamente em conta-corrente ou poupança não precisa se preocupar: nesses casos, o valor é considerado movimentado assim que entra na conta, mesmo que o titular não saque o dinheiro imediatamente.
Como reverter o bloqueio e recuperar os valores
Em primeiro lugar, se o pagamento foi bloqueado por inatividade, o segurado pode solicitar a reativação do benefício de forma rápida pelos canais oficiais do INSS.
As opções disponíveis são:
- Aplicativo ou site Meu INSS: basta acessar a opção “Reativar benefício” e seguir as instruções;
- Telefone 135: atendimento de segunda a sábado, das 7h às 22h.
Durante o processo, o aposentado ou pensionista precisa confirmar dados pessoais e, se necessário, apresentar documentos que comprovem que está vivo.
Após a regularização, os pagamentos voltam a ser liberados normalmente, e o beneficiário tem direito aos valores retroativos que estavam suspensos, desde que o benefício não tenha sido cancelado definitivamente.
Quando o benefício é cancelado de vez
Em alguns casos, o bloqueio pode evoluir para o cancelamento definitivo, especialmente quando o INSS não recebe resposta dentro de um determinado prazo.
Se o beneficiário não regularizar a situação por longos períodos, o sistema entende que há indícios de óbito ou irregularidade cadastral e extingue o benefício.
Por isso, é fundamental agir rapidamente após identificar qualquer bloqueio. O ideal é entrar em contato com o INSS logo nos primeiros dias para evitar perda de valores e burocracias maiores.
Como evitar o bloqueio do benefício do INSS
Antes de mais nada, a principal recomendação do INSS é manter o benefício em constante movimentação.
Isso inclui:
- Realizar saques, mesmo que de pequenos valores;
- Fazer transferências ou pagamentos;
- Consultar o saldo periodicamente;
- Garantir que o cartão magnético esteja ativo.
Além disso, é essencial manter os dados atualizados no sistema, como endereço, telefone e informações bancárias. Essa atualização evita falhas de comunicação e bloqueios por inconsistência cadastral.
Golpes e mensagens falsas
Outro alerta importante: o INSS nunca envia mensagens, e-mails ou links pedindo confirmação de dados pessoais ou bancários.
Qualquer contato fora dos canais oficiais deve ser tratado como tentativa de golpe.
Muitos criminosos aproveitam notícias sobre bloqueios e revisões para enganar aposentados, simulando mensagens do INSS e pedindo confirmações por telefone ou WhatsApp.
Portanto, o ideal é acessar apenas os canais oficiais:
- Site: meu.inss.gov.br
- Aplicativo Meu INSS (Android e iOS)
- Telefone 135
Calendário de pagamentos do INSS – novembro de 2025
A seguir, confira as datas atualizadas de pagamento dos benefícios neste mês. Os depósitos seguem o número final do NIS (Número de Identificação Social) de cada segurado.
Para quem recebe até um salário mínimo (R$ 1.518)
| Final do NIS | Data de pagamento |
|---|---|
| 1 | 24/11 |
| 2 | 25/11 |
| 3 | 26/11 |
| 4 | 27/11 |
| 5 | 28/11 |
| 6 | 01/12 |
| 7 | 02/12 |
| 8 | 03/12 |
| 9 | 04/12 |
| 0 | 05/12 |
Para quem recebe acima de um salário mínimo
| Finais do NIS | Data de pagamento |
|---|---|
| 1 e 6 | 01/12 |
| 2 e 7 | 02/12 |
| 3 e 8 | 03/12 |
| 4 e 9 | 04/12 |
| 5 e 0 | 05/12 |
Os valores são creditados automaticamente na conta informada no cadastro, e o extrato pode ser consultado no Meu INSS, na aba “Extrato de Pagamento de Benefício”.
Por que o INSS reforçou o controle sobre inatividade
A ampliação dessa regra faz parte do programa de integridade e combate a fraudes adotado pelo Ministério da Previdência Social. Segundo dados oficiais, cerca de R$ 3,7 bilhões são recuperados todos os anos por meio de revisões e auditorias.
Além disso, as novas medidas buscam aumentar a transparência e garantir que o dinheiro chegue realmente a quem tem direito.
Com o envelhecimento da população e a digitalização dos serviços, o INSS tem enfrentado novos desafios de segurança, especialmente em casos de falsificação de procurações e fraudes com cartões magnéticos.
O que fazer se o valor não cair na data prevista
Se o aposentado verificar que não recebeu o depósito na data prevista, é importante agir com rapidez. O primeiro passo é conferir o extrato de pagamento no Meu INSS. Caso o benefício apareça como “suspenso” ou “inativo”, o titular deve entrar em contato pelos canais de atendimento ou ir até a agência bancária.
Também é possível agendar atendimento presencial pelo próprio aplicativo ou site, evitando filas e deslocamentos desnecessários.
