Fim do Imposto de Renda foi confirmado no Brasil para esses brasileiros com CPFs selecionados
Você já imaginou abrir o extrato bancário e ver que o Imposto de Renda desapareceu da sua conta? Pois é exatamente esse cenário que está em jogo no Brasil. A Câmara dos Deputados deve votar nesta semana uma proposta que isenta do IR quem ganha até R$ 5 mil por mês — algo que pode atingir cerca de 10 milhões de pessoas.
Mas atenção: esse “fim do IR” não é mágico, tem regras, cálculos e até “quem paga mais” para compensar. Vamos juntos entender, de forma simples, como tudo isso pode se desenrolar e como pode impactar seu bolso (ou o bolso de quem você conhece).
O que está em votação na proposta que vai beneficiar brasileiros com o Fim do Imposto de Renda
Atualmente, a faixa de isenção do Imposto de Renda para pessoa física está restrita a rendimentos até dois salários mínimos, o que equivale hoje a cerca de R$ 3.036 mensais.
Com o PL 1.087/2025 — enviado pelo Executivo e relatado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL) — a proposta é dar um salto nessa faixa até R$ 5.000 mensais, com aplicação prevista a partir de 2026.
Para os que ganham entre R$ 5.000 e R$ 7.350, o projeto propõe reduções proporcionais no imposto, conforme a renda aumenta.
Quem ganha acima desse limite seguirá sujeito às alíquotas atuais (7,5 %, 15 %, 22,5 % e 27,5 %) — mas há mudanças previstas também para os mais ricos.
O tempo todo, é importante notar: a aprovação final depende do Congresso, que pode ajustar prazos, valores ou vetar partes da proposta.
As faixas previstas de isenção/desconto
Se a proposta for aprovada como está, veja como ficariam os descontos ou isenções:
Faixa de renda mensal | Redução de IR | Economia anual estimada* |
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Até R$ 5.000 | 100 % (isenção total) | até ~R$ 4.356,89 |
Até R$ 5.500 | 75 % de isenção | até ~R$ 3.367,68 |
Até R$ 6.000 | 50 % de isenção | até ~R$ 2.350,79 |
Até R$ 6.500 | 25 % de isenção | até ~R$ 1.333,90 |
Até R$ 7.000 | sem isenção, mas redução | até ~R$ 605,86 |
Acima de R$ 7.350 | sem alteração nas alíquotas atuais | — |
* Valores estimados pelo governo com base nos atuais pagamentos de IR. Já incluem isenção sobre o décimo terceiro salário.
Se hoje quem ganha até R$ 3.036 já está isento, isso significa que grande parte da população passará a se livrar do tributo.
Projetos em disputa: duas ideias parecidas, rivalidades políticas diferentes
Não há apenas um projeto na jogada — há dois. E o Brasil adora um duelo político.
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PL 1.087/2025 (Arthur Lira / governo): é o texto oficial, que amplia a isenção até R$ 5 mil e cria faixas de redução para até R$ 7.350.
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PL 1.952/2019 (senador Eduardo Braga): já aprovado no Senado (lay out ou “paisagem” aprovado), com relatoria de Renan Calheiros. Também propõe faixa de isenção até R$ 5 mil.
Tecnicamente, os dois são muito parecidos, e para quem ganha até R$ 7.350 pouco mudaria de um para outro. Mas politicamente, aliados de Arthur Lira e de Renan Calheiros — adversários históricos — podem provocar atrasos, disputas de emendas e pancadas estratégicas.
O interessado em acompanhar de perto: qual texto vai a plenário primeiro e que emendas serão aceitas.
O que já aconteceu até setembro de 2025
Para brasileiros leigos (como eu e você), é importante ver o que já foi aprovado e o que ainda está no meio do caminho:
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Em março de 2025, o governo mandou o PL 1.087 ao Congresso para elevar a isenção do IR até R$ 5 mil.
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Em comissão da Câmara, o projeto já passou com parecer favorável, ampliando a redução até a faixa de R$ 7.350.
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Em 24 de setembro, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou o texto que zera o imposto para quem recebe até R$ 5 mil.
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A Câmara aprovou por unanimidade o regime de urgência para o projeto — o que significa que ele será pautado no plenário mais rápido.
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Também já tramita uma Medida Provisória (MP 1.294/2025) que reajusta a tabela do IR — porém apenas para corrigir índices, não para estender isenções.
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No Senado, o PL aprovado em comissão é tratado de forma simbólica, com apoio político para seguir adiante.
Ou seja: ainda há etapas a serem vencidas. As votações em plenário nas duas Casas são decisivas.
Impactos no bolso: exemplos práticos (simples assim)
Para quem nunca viu as minúcias das leis, aqui vão situações que ajudam a visualizar o efeito:
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Pessoa que ganha R$ 5.000 por mês: deixará de pagar qualquer IR. Estima-se que ela terá cerca de R$ 4.356,89 a mais no ano no bolso.
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Quem ganha R$ 5.500: terá 75 % de isenção, ou seja, paga apenas 25 % do imposto que pagaria hoje nessa faixa.
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Receita familiar: imagine um casal com renda somada de R$ 10.000 — ambos isentos (se cada um ganhar até R$ 5 mil). Isso pode aumentar a renda familiar disponível para gastos.
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Quem ganha muito mais: não será “premiado” — continua pagando alíquotas completas e pode até pagar mais se for contemplado pelas novas regras para lucros elevados.
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O décimo terceiro salário: também entra na conta da isenção. Ou seja, quem for beneficiado, não terá IR retido no 13º se estiver dentro da faixa de isenção.
Em resumo: para milhões, será como receber um “salário extra” durante o ano. Para os mais ricos, haverá ajustes para que contribuam mais.
Algumas pegadinhas que merecem atenção
Mesmo sendo uma boa notícia para muitos, há detalhes que podem confundir — por isso é bom se ligar:
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A isenção entra em vigor a partir de 2026. Ou seja, para declarar o IR de 2025 (em 2026) ainda valerão as regras antigas.
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O benefício vale para IRPF (pessoa física). Empresas, tributos municipais, estaduais, ou outras taxas seguem à parte.
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Quem recebe rendimentos elevados ou distribui lucros pode entrar em novas regras, como tributação extra ou “Imposto de Renda Mínimo” para altos rendimentos.
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O governo precisa compensar a perda de arrecadação: parte disso vem de tributos para quem ganha muito mais — não dos que ganham pouco.
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A disputa política pode alterar valores ou datas. Mesmo um “100 % isenção até R$ 5 mil” pode ganhar emendas ou restrições.
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Nem todo mundo vai ver o “zero” instantaneamente: ajustes na Receita, sistemas novos, processos — tudo isso leva tempo.