FGTS aprova orçamento recorde e amplia descontos para o Minha Casa, Minha Vida
O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aprovou um orçamento recorde de R$ 144,5 bilhões para habitação. A decisão, divulgada nesta terça-feira (11), atendeu a um pedido do ministro das Cidades, Jader Filho, e vai beneficiar famílias de todas as faixas de renda do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Antes de mais nada, é importante destacar que esse é o maior orçamento já destinado ao setor habitacional pelo FGTS. O objetivo principal é tornar o crédito imobiliário mais acessível e reduzir as desigualdades regionais.
Famílias da Região Norte terão aumento de até 25% nos descontos
Em primeiro lugar, o Conselho aprovou uma medida inédita: a ampliação dos subsídios para famílias da Região Norte. O valor máximo do desconto subiu de R$ 55 mil para R$ 65 mil por família, representando um aumento significativo de poder de compra.
Ou seja, as famílias nortistas agora terão acesso a condições mais vantajosas para financiar imóveis. Além disso, o Conselho alterou o método de concessão dos descontos, o que elevará em até 25% o valor final do benefício em comparação ao modelo anterior.
A princípio, essa mudança busca corrigir uma distorção histórica no acesso ao crédito. A título de exemplo, uma família de Belém (PA), com renda mensal de R$ 2.100, que deseje comprar um imóvel de R$ 210 mil, antes tinha direito a um subsídio de cerca de R$ 38 mil. Agora, o valor pode chegar a R$ 57 mil, um aumento de quase R$ 20 mil.
Esse incremento reduz expressivamente as parcelas mensais e o valor da entrada exigida, tornando o sonho da casa própria mais próximo da realidade para milhares de famílias.
Medida reduz desigualdades e combate o déficit habitacional
De acordo com a Fundação João Pinheiro, a Região Norte respondeu por 9,7% do déficit habitacional nacional em 2023, mas recebeu apenas 3% dos recursos aplicados em moradia.
Diante disso, o Ministério das Cidades decidiu agir. O ministro Jader Filho afirmou que a medida busca corrigir desigualdades regionais e garantir o acesso à moradia digna para famílias com menor renda e maiores custos logísticos.
Em outras palavras, o governo quer tornar o acesso à casa própria mais justo e equilibrado em todo o território nacional, fortalecendo a política de habitação social.
Por fim, a iniciativa demonstra o compromisso do Ministério das Cidades com o desenvolvimento equilibrado do país, ao priorizar regiões que historicamente receberam menos investimentos habitacionais.
Orçamento total do FGTS ultrapassa R$ 160 bilhões
O Conselho Curador também aprovou o orçamento total do FGTS para 2026, que chega a R$ 160,5 bilhões. Deste total, R$ 144,5 bilhões serão aplicados exclusivamente em habitação — ou seja, 90% do orçamento total.
Esse volume é mais do que o dobro do registrado em 2022, quando o fundo destinou R$ 66 bilhões para a área habitacional.
O novo orçamento será direcionado à aquisição de imóveis de até R$ 500 mil e à construção de novos empreendimentos, com foco em famílias de menor renda.
Além disso, o Conselho destinou R$ 12,5 bilhões apenas para subsídios na Faixa 1 do MCMV, voltada para quem tem renda de até R$ 2.160. O objetivo é diminuir o valor da entrada e reduzir o custo das prestações mensais, ampliando o número de famílias atendidas.
Exemplos mostram impacto direto no bolso das famílias
Para entender melhor o efeito das novas regras, vale citar outro exemplo. Uma família de Sorocaba (SP), com renda mensal de R$ 2.100 e interessada em um imóvel de R$ 220 mil, antes recebia um subsídio de cerca de R$ 33 mil.
Com as novas condições, o valor sobe para R$ 40 mil, o que representa um acréscimo de 20%.
Em conclusão, esse aumento reduz o valor da entrada e deixa o financiamento mais acessível, beneficiando diretamente as famílias das faixas 1 e 2, com renda de até R$ 4,7 mil mensais.
Além disso, o Conselho também ampliou o limite de valor dos imóveis financiáveis, que agora pode variar entre R$ 210 mil e R$ 275 mil, dependendo da localidade. Essa atualização é especialmente relevante para cidades médias, com população entre 100 mil e 300 mil habitantes, onde o preço dos imóveis estava muito próximo do teto anterior.
Novas regras entram em vigor em 2026
As novas condições do programa entram em vigor em 1º de janeiro de 2026. Até lá, o Ministério das Cidades, as construtoras e os bancos terão tempo para se adaptar às novas regras e preparar a implementação dos novos parâmetros.
Antes de mais nada, o governo quer garantir que nenhuma família seja deixada de fora por falta de informação ou de acesso ao crédito.
Em termos práticos, a medida vai estimular o mercado da construção civil, gerar empregos diretos e indiretos e movimentar a economia em todo o país.
Ou seja, o investimento do FGTS não apenas facilita o acesso à moradia, mas também atua como motor do crescimento econômico e social.
Como consultar seu saldo do FGTS pelo aplicativo da Caixa
Para acompanhar o saldo e os depósitos do FGTS, o trabalhador pode usar os canais oficiais da Caixa Econômica Federal, que oferecem acesso rápido e seguro.
1. Pelo Aplicativo FGTS (recomendado)
O aplicativo é a forma mais prática de verificar suas informações.
Passo a passo:
Baixe o aplicativo “FGTS” na Google Play ou App Store.
Cadastre-se com CPF, nome completo, data de nascimento, e-mail e senha.
Acesse sua conta informando o CPF e a senha cadastrada.
Na tela inicial, consulte o saldo total, verifique o extrato completo e acompanhe os depósitos mensais feitos pelo empregador.
Também é possível ver as condições de saque, como saque-aniversário, rescisão e calamidade.
2. Pelo site da Caixa
Outra alternativa é acessar o site fgts.caixa.gov.br.
Clique em “Consultar FGTS”.
Informe seu CPF ou NIS (PIS/PASEP) e a senha cadastrada.
Visualize os valores disponíveis e as modalidades de saque.
FGTS fortalece o acesso à moradia digna
Em síntese, o novo orçamento do FGTS e as mudanças no Minha Casa, Minha Vida representam um avanço histórico nas políticas de habitação do país.
Ao ampliar os subsídios e corrigir desigualdades regionais, o governo garante que mais brasileiros possam conquistar a casa própria, especialmente nas regiões que mais precisam.
Por fim, a iniciativa mostra que o FGTS segue sendo um instrumento essencial de desenvolvimento social e econômico, reafirmando seu papel como o principal financiador da habitação popular no Brasil.
