O Bolsa Família em 2026 continuará sendo um dos principais programas sociais do Brasil, mantendo o valor base de R$ 600 por família. Entretanto, o valor final pode variar conforme o número de filhos e a idade de cada integrante.
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA 2026), enviado pelo Governo Federal ao Congresso, não prevê reajuste no benefício. Ou seja, a estrutura atual do programa será mantida, sem aumento acima da inflação.
Como funciona o cálculo do Bolsa Família
Antes de mais nada, é importante entender que o valor pago a cada família é composto por diferentes tipos de benefícios. O cálculo depende da renda per capita e da composição familiar. A seguir, confira cada um deles:
Benefício de Renda de Cidadania (BRC): garante R$ 142 por pessoa da família.
Benefício Complementar (BCO): assegura que nenhuma família receba menos de R$ 600 mensais.
Benefício Primeira Infância (BPI): adiciona R$ 150 por criança de 0 a 6 anos (até 6 anos, 11 meses e 29 dias).
Benefício Variável Familiar (BVF): adiciona R$ 50 por gestante, nutriz ou criança/adolescente entre 7 e 18 anos incompletos.
Ou seja, o valor final do Bolsa Família é a soma de todas essas parcelas, de acordo com a idade dos filhos e a renda declarada no CadÚnico (Cadastro Único).
Exemplos práticos para famílias com 3 filhos
Para facilitar a compreensão, veja exemplos de valores que uma família com três filhos poderá receber em 2026, conforme as faixas etárias:
Cenário 1: três filhos pequenos (1, 3 e 5 anos)
R$ 600 (mínimo garantido)
R$ 150 + R$ 150 + R$ 150 (benefício da primeira infância)
Total: R$ 1.050 por mês
Esse é o cenário mais vantajoso, pois o adicional por criança de até 6 anos eleva o benefício total acima de mil reais mensais.
Cenário 2: três filhos entre 7 e 18 anos (8, 10 e 15 anos)
R$ 600 (mínimo garantido)
R$ 50 + R$ 50 + R$ 50 (benefício variável)
Total: R$ 750 por mês
Aqui, o valor adicional é menor, mas ainda representa um complemento importante na renda familiar.
Cenário 3: composição mista (filhos de 5, 10 e 12 anos)
R$ 600 (mínimo garantido)
R$ 150 (criança de 5 anos) + R$ 50 + R$ 50 (filhos de 10 e 12 anos)
Total: R$ 850 por mês
Essa é a realidade de boa parte das famílias beneficiárias, que possuem filhos em idades diferentes.
Valor médio e número de beneficiários em 2026
De acordo com o PLOA 2026, o valor médio do Bolsa Família deverá permanecer em torno de R$ 671 mensais por família. Esse número é calculado com base em dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) e reflete a soma entre o valor mínimo e os adicionais.
Atualmente, o programa atende mais de 21 milhões de famílias em todos os estados brasileiros. A manutenção dos valores indica que o governo deve priorizar a estabilidade do programa, sem cortes significativos, mas também sem aumentos expressivos no curto prazo.
Critérios para receber o benefício
Em primeiro lugar, é fundamental que a família esteja inscrita no Cadastro Único e mantenha os dados atualizados. A renda per capita — ou seja, a renda total dividida pelo número de moradores — deve ser de até R$ 218 por pessoa.
Além disso, o governo exige o cumprimento de condicionalidades, como:
Manter as crianças e adolescentes na escola com frequência mínima exigida;
Atualizar o calendário de vacinação;
Fazer acompanhamento de saúde das gestantes e crianças;
Comparecer às convocações do CRAS ou do MDS quando solicitado.
O descumprimento dessas regras pode resultar na suspensão ou bloqueio temporário do benefício.
Regra de proteção: quem consegue emprego não perde tudo
Outro ponto importante é a chamada Regra de Proteção. Ela permite que famílias que consigam emprego formal ou aumento de renda continuem recebendo parte do benefício.
A saber, se a renda per capita subir para até meio salário mínimo — valor que ficará entre R$ 706 e R$ 759 em 2026 —, a família ainda pode permanecer no programa por até 12 meses, recebendo 50% do valor original.
Essa regra foi ajustada recentemente, reduzindo o prazo anterior de 24 meses. A medida busca equilibrar o incentivo ao trabalho com a manutenção de uma rede mínima de proteção.
Ausência de reajuste no orçamento de 2026
O orçamento federal para 2026 não prevê aumento no valor do Bolsa Família. O montante total destinado ao programa foi calculado com base nos valores atuais, corrigidos apenas pela inflação estimada, sem ganho real.
Na prática, isso significa que o benefício de R$ 600 continuará sendo o mínimo garantido por lei. Mesmo assim, há discussões no campo político sobre a possibilidade de um reajuste extra, especialmente por ser um ano eleitoral, quando o governo tende a ampliar políticas sociais para fortalecer a base de apoio popular.
Até o momento, porém, não há decisão oficial sobre elevação do valor para R$ 700 ou mais.
Por que o valor pode variar entre as famílias
Muitos beneficiários acreditam que todas as famílias recebem o mesmo valor, mas isso não é verdade. O sistema do Bolsa Família calcula o total individualmente, conforme os seguintes fatores:
Número de pessoas da família;
Idade dos filhos (crianças pequenas geram adicionais maiores);
Situação da gestante ou nutriz;
Renda declarada no CadÚnico;
Cumprimento das condicionalidades.
Assim, famílias com três filhos pequenos podem receber até R$ 1.050, enquanto aquelas com filhos adolescentes ficam em torno de R$ 750, mantendo-se dentro dos critérios de renda exigidos.
Expectativas e pressão por reajuste
Mesmo sem previsão oficial de aumento, o tema deve voltar à pauta em 2026. O motivo é simples: o ano eleitoralcostuma trazer debates sobre fortalecimento dos programas sociais.
Integrantes da base governista já defendem uma revisão do valor base para R$ 700, com possibilidade de ampliação dos adicionais para a primeira infância. Contudo, o Ministério do Desenvolvimento Social tem adotado postura cautelosa, citando a necessidade de responsabilidade fiscal.
A princípio, qualquer reajuste dependerá da aprovação do Congresso e do espaço disponível no Orçamento da União.
Enquanto isso, o governo segue priorizando a manutenção do benefício e o reforço da fiscalização sobre o Cadastro Único, a fim de evitar fraudes e garantir que o dinheiro chegue a quem realmente precisa.
Resumo rápido dos valores previstos para 2026:
| Tipo de benefício | Valor (R$) | Faixa etária ou condição |
|---|---|---|
| Benefício de Renda de Cidadania | 142 por pessoa | Todos os integrantes |
| Benefício Complementar | até completar 600 | Todas as famílias |
| Benefício Primeira Infância | +150 por criança | 0 a 6 anos |
| Benefício Variável Familiar | +50 por pessoa | 7 a 18 anos, gestantes e nutrizes |
| Regra de Proteção | 50% do valor total | Até 12 meses após aumento de renda |
Com essa estrutura, o Bolsa Família em 2026 seguirá sendo o principal instrumento de transferência de renda do país, com valores que variam conforme o tamanho e a composição de cada família.
