O recente anúncio do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a aprovação de um novo decreto do Banco Central (BC) tem causado grande comoção entre os brasileiros que utilizam a poupança como forma de investimento.
Essa medida, que visa impactar diretamente as instituições financeiras como a Caixa, Bradesco e o Itaú, representa uma mudança significativa no cenário econômico do país.
A saber, durante a coletiva de imprensa, o Ministro Haddad revelou que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu reduzir a velocidade de redução da taxa básica de juros, a Selic, de 0,5 ponto percentual para 0,25 ponto percentual.
Essa decisão, tomada por uma estreita margem de 5 votos a 4, mantém a taxa de juros em 10,5% ao ano, interrompendo uma sequência de seis reduções consecutivas.
Vale destacar que essa mudança no decreto do BC terá um grande impacto nos ganhos das poupanças, que atualmente geram 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), resultando em um retorno de 7,71% ao ano.
Em comparação, outras opções de investimento, como Tesouro Selic e CDBs, têm rendimentos mais altos, variando de 8,32% a 9,57% ao ano.
Fórmula de Cálculo da Poupança
- Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), resultando em um rendimento anual de aproximadamente 6,17% + TR.
- Porém, quando a Selic está em 8,5% ao ano ou abaixo, a poupança rende 70% da Selic mais a TR.
- Com a decisão recente do Copom de reduzir o ritmo de queda da Selic, a taxa foi mantida em 10,5% ao ano.
- Caso a Selic continuasse a cair rapidamente e ficasse abaixo de 8,5%, o rendimento da poupança seria ainda menor, pois a fórmula de cálculo mudaria para 70% da Selic mais a TR.
Decreto do Banco Central e decisão de Haddad
- Essa mudança no decreto do BC coloca as poupanças em desvantagem, especialmente para investidores em busca de maior rentabilidade.
- Isso gera preocupação entre os brasileiros que utilizam a poupança como forma de investimento, pois o rendimento dessa modalidade ficará ainda menos atraente.
- O Ministro Haddad também criticou a gestão inflacionária do governo anterior, apontando a desoneração dos combustíveis como um artifício para reduzir artificialmente a inflação.
- Segundo ele, agora a inflação está menor que a do ano passado, indicando uma melhora na condução econômica.
- Haddad buscou minimizar possíveis conflitos entre o governo do presidente Lula (PT) e o Banco Central, ao informar que foi acordado reduzir a velocidade de redução da taxa Selic.
- Ele afirmou que a ata do Copom foi “muito técnica, muito adequada e está em linha com o que eu esperava”.
Juros da Poupança em 2024
Começamos com uma análise detalhada dos juros da poupança mês a mês em 2024. A tabela a seguir apresenta o rendimento no mês, o rendimento acumulado em 12 meses e o rendimento acumulado no ano:
| Mês de Referência | Rendimento no Mês | Rendimento Acumulado 12 Meses | Rendimento Acumulado 2024 |
|---|---|---|---|
| Janeiro | 0,58% | 7,90% | 0,58% |
| Fevereiro | 0,50% | 7,82% | 1,08% |
| Março | 0,53% | 7,60% | 1,64% |
| Abril | 0,59% | 7,62% | 2,25% |
| Maio | 0,58% | 7,48% | 2,83% |
| Junho | 0,53% | 7,33% | 3,36% |
| Julho | 0,57% | 7,24% | 3,90% |
Fonte: Banco Central
Observa-se que o rendimento da poupança em 2024 apresenta uma leve queda em relação aos anos anteriores, acompanhando a tendência de redução gradual das taxas de juros no país. No entanto, ainda se mantém em patamar atrativo para os investidores.
Rendimento Anual da Poupança
Para ter uma visão mais ampla, vamos analisar o rendimento anual da poupança na última década:
| Ano | Rendimento da Poupança (a.a) |
|---|---|
| 2024 (até junho) | 3,36% |
| 2023 | 8,03% |
| 2022 | 7,90% |
| 2021 | 2,99% |
| 2020 | 2,11% |
| 2019 | 4,26% |
| 2018 | 4,62% |
| 2017 | 6,61% |
| 2016 | 8,30% |
| 2015 | 8,07% |
| 2014 | 7,08% |
| 2013 | 6,37% |
A especialista do site Revista dos Benefícios, Abquesia Farias, explica que essa tabela nos permite observar que o rendimento da poupança tem oscilado ao longo dos anos, com picos de alta e períodos de queda, acompanhando as variações na taxa Selic e na inflação.
