Confirmado: PIX vai mudar a partir de 01/12

Pegando todos de surpresa, o Banco Central anunciou mudanças profundas que alteram a forma como os bancos identificam movimentações suspeitas no Pix. A partir de 1º de dezembro, todas as instituições financeiras deverão analisar cada operação com base no comportamento real do usuário.

Ou seja, o histórico de uso, os valores geralmente movimentados e até a rotina financeira passam a compor um “perfil esperado” para cada cliente.

A princípio, essa exigência cria um filtro muito mais fino, projetado para impedir transferências fraudulentas antes mesmo que elas sejam concluídas. A nova resolução, assinada pelo diretor de Política Monetária do BC, Nilton José Schneider David, detalha como os bancos devem monitorar as chamadas Contas PI dentro do SPI, o sistema que processa e liquida todos os pagamentos instantâneos do Pix.

Novos critérios para o uso do PIX

O Banco Central determinou que as instituições cruzem dados históricos e padrões recentes para identificar qualquer movimentação fora do normal. Em outras palavras, se uma conta costuma enviar valores pequenos e, repentinamente, dispara uma transferência alta ou muito frequente, a instituição poderá interromper a operação imediatamente.

Essa ruptura automática só ocorre quando o sistema identifica risco concreto. Entretanto, o BC obriga que tudo aconteça em tempo real, sem atrasar o funcionamento natural do Pix.

Além disso, os bancos ganharam permissão para ajustar limites internos, criar regras próprias de alerta e estabelecer faixas de bloqueio personalizadas. Esses mecanismos deixam o monitoramento mais alinhado ao perfil de cada pessoa.

De modo geral, quanto mais personalizado for o comportamento analisado, menor o risco de golpe.

Bloqueios manuais também entram na lista

Outra mudança importante envolve os bloqueios manuais. Sempre que surgirem dúvidas sobre a legitimidade de uma operação, a instituição poderá interromper o Pix para avaliação.

A saber: essa pausa preventiva tem como objetivo impedir perdas financeiras que, muitas vezes, acontecem em questão de minutos.

Por fim, o Banco Central deixa claro que esses bloqueios não podem ser arbitrários. Eles precisam seguir critérios objetivos, documentados e definidos antes da aplicação. Assim, evita-se que bancos abusem desse tipo de ferramenta.

BC exige ferramenta robusta de gerenciamento de risco

O Banco Central também determinou que todos os participantes mantenham uma solução tecnológica avançada para identificar, rejeitar ou suspender operações suspeitas.

Essa ferramenta deve se basear em:

  • Dados internos do cliente

  • Histórico de movimentação

  • Informações do DICT, a base oficial que reúne todas as chaves Pix cadastradas no Brasil

Esse cruzamento cria uma camada adicional de segurança e reduz brechas que golpistas costumam explorar.

Além disso, as instituições precisarão atualizar, a cada semestre, uma base interna com registros de segurança. Isso garante que alterações lentas de comportamento, como aumento gradual no valor das transferências — também entrem no radar.

Bancos terão de alertar clientes em tempo real

O Banco Central também incluiu uma regra voltada à comunicação com o público. A partir de agora, os bancos deverão:

  • disponibilizar orientações claras sobre golpes nos canais digitais;

  • enviar avisos quando detectarem movimentações fora do padrão;

  • emitir alertas instantâneos em qualquer situação enquadrada nos critérios internos de risco.

Essas notificações chegam ao usuário quase imediatamente. Assim, aumenta a chance de identificar um golpe antes que o dinheiro saia da conta.

Em conclusão, os avisos funcionam como uma última barreira de proteção, especialmente em tentativas de fraude por engenharia social.

Por que o BC decidiu mudar as regras?

O Pix se tornou o meio de pagamento mais utilizado do Brasil — e também o principal alvo de golpistas. O crescimento acelerado das tentativas de fraude fez o Banco Central reforçar a segurança do sistema.

Segundo o BC, a combinação de: análise comportamental, bloqueios preventivos e alertas imediatos, aumenta significativamente a capacidade de deter crimes digitais sem atrapalhar o uso cotidiano do Pix.

A princípio, os ajustes criam um ambiente mais rígido. No entanto, o objetivo é garantir a confiança do sistema e preservar a rapidez das operações.

O que é o Pix e por que ele exige tanta segurança?

O Pix é um sistema de pagamentos instantâneos criado e gerido pelo Banco Central. Ele permite transferências e pagamentos em tempo real, disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive feriados.

Principais características:

  • Disponibilidade total: funciona todos os dias, a qualquer horário.

  • Alta velocidade: o dinheiro cai em segundos.

  • Gratuito para pessoas físicas: empresas podem pagar taxas, dependendo do banco.

  • Acessibilidade: pode ser usado por meio de contas correntes, poupanças ou contas de pagamento.

  • Segurança reforçada: o BC e os bancos realizam monitoramento contínuo para evitar fraude.

Como usar o Pix de forma prática

Antes de mais nada, o Pix funciona por meio de chaves que identificam a conta do usuário. Elas substituem informações longas como agência, conta e CPF.

Tipos de chaves

  • CPF ou CNPJ

  • E-mail

  • Telefone celular

  • Chave aleatória (sequência gerada pelo sistema)

  • QR Code

Em primeiro lugar, a chave facilita operações rápidas. Em segundo, reduz erros de digitação — um dos fatores que aumentam risco de golpe.

Modalidades adicionais do Pix

O sistema evoluiu desde 2020 e ganhou funcionalidades extras:

  • Pix Saque: permite sacar dinheiro em estabelecimentos comerciais.

  • Pix Troco: permite receber o troco em espécie após pagar com Pix.

  • Pix Automático: previsto para contas recorrentes como água e luz.

  • Pix no Crédito: algumas instituições permitem usar o limite do cartão para fazer Pix, com possibilidade de parcelamento.

Esses recursos ampliam a utilidade do sistema, mas também exigem fiscalização robusta — justificando as novas regras.

Ester Farias

Ester Farias

Ester Santos Farias, 24 anos, é uma profissional apaixonada pela escrita e pelo universo jurídico. Graduanda em Direito, ela combina sua formação acadêmica com uma sólida experiência como redatora web.Com mais de seis anos de atuação no mercado digital, Ester se especializou na produção de conteúdos sobre benefícios sociais, direitos trabalhistas e direito previdenciário, tornando temas como INSS e BPC mais acessíveis e compreensíveis. Sua dedicação à escrita se reflete na precisão e qualidade dos textos, consolidando sua reputação como referência na produção e revisão de materiais voltados para o público online.Sempre em busca de aprimoramento, Ester alia sua expertise em redação à base jurídica adquirida na graduação. Seu trabalho é guiado pelo compromisso de informar e esclarecer, garantindo que o acesso à informação seja um direito de todos.