Cidade turística do litoral quer cobrar até R$ 143 por dia de cada carro que entrar e só quem ficar menos de 2 horas escaparia da taxa; entenda tudo sobre a proposta que já chegou à Câmara

São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, quer mudar a forma como recebe os turistas. O prefeito Reinaldinho (Republicanos) enviou para a Câmara Municipal um projeto que cria a Taxa de Preservação Ambiental (TPA).
A ideia é simples, mas polêmica: todo veículo que entrar na cidade para turismo pagaria uma taxa por dia.

E os valores? Eles variam conforme o tipo de veículo. Olha só:

  • R$ 5,25 para motocicletas

  • R$ 20 para automóveis de passeio

  • R$ 24,80 para caminhonetes

  • R$ 64,40 para vans e micro-ônibus

  • R$ 119,25 para ônibus

  • R$ 143,10 para caminhões

A cobrança seria por dia de permanência, com uma única isenção: veículos que fiquem menos de 2 horas na cidade não pagariam nada.

Ou seja, parou rapidinho para almoçar ou resolver algo? Escapou da taxa. Mas ficou mais tempo? Vai ter que pagar.

Por que a prefeitura quer essa taxa?

Segundo o prefeito, a cidade recebe um número enorme de turistas, principalmente em feriados e nas férias.
Esse movimento traz alegria para o comércio, para o setor de hospedagem e para o turismo em geral.

Mas também traz lixo, trânsito, desgaste da infraestrutura e aumento dos custos da limpeza urbana.

A prefeitura acredita que a TPA ajudaria a compensar esses impactos e ainda geraria uma grana para investir em ações ambientais, coleta de lixo e preservação das praias.

A expectativa é arrecadar cerca de R$ 45 milhões por ano. Dinheiro que, segundo a gestão, seria totalmente aplicado em serviços ambientais e urbanos.

Quem ficaria isento da taxa além das 2 horas grátis?

O projeto de lei prevê isenção para:

  • Veículos com placas de São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Bertioga.

  • Ambulâncias, carros de polícia e veículos de órgãos públicos.

  • Transporte de pessoas com deficiência.

Assim, quem mora na região não pagaria nada para circular normalmente.

Como seria a cobrança na prática?

Esse é um ponto que ainda não está 100% claro. O texto enviado para a Câmara fala na possibilidade de contratar uma empresa privada para gerenciar a taxa.

Essa empresa ficaria responsável por:

  • Montar o sistema de cobrança;

  • Cuidar da fiscalização;

  • Criar pontos de controle para verificar quem entrou e saiu;

  • Fazer o atendimento aos motoristas.

Mas o projeto não detalha onde seriam os pontos de cobrança, se haveria câmeras automáticas, aplicativos ou guichês físicos.
Tudo isso ficaria para a regulamentação, caso a proposta seja aprovada pelos vereadores.

O que vai mudar a forma de visitar a cidade e como impacta o turismo

Segundo a prefeitura, a ideia não é espantar os visitantes, mas organizar o turismo.

Com a taxa, a administração espera que as pessoas planejem melhor as viagens e evitem os bate-voltas de fim de semana que sobrecarregam a cidade sem trazer tanta receita para o comércio local.

Além disso, a cobrança diária poderia diminuir o trânsito e melhorar a limpeza das praias.

Mas, claro, nem todo mundo está gostando da proposta.

Nas redes sociais, já tem gente reclamando que isso pode afastar turistas e aumentar os custos de quem gosta de ir ao litoral com frequência.

Como está a tramitação do projeto na Câmara

Por enquanto, o projeto foi apenas apresentado.

O próximo passo é a análise pelas comissões temáticas da Câmara Municipal.

Depois disso, pode receber emendas e só então vai para a votação em plenário.

Se for aprovado, ainda precisa da sanção do prefeito e da regulamentação, que define todos os detalhes práticos:

  • Quando a taxa começa a valer;

  • Como será a cobrança;

  • Onde serão os pontos de fiscalização;

  • Qual empresa fará o controle, caso seja terceirizado.

Ou seja: ainda tem um bom caminho pela frente.

Comparação com cidades vizinhas: São Sebastião não é a primeira

A proposta é inspirada no modelo de Ilhabela, cidade vizinha que já criou uma taxa ambiental parecida.
Por lá, a ideia foi justamente a mesma: controlar o excesso de turistas e cuidar melhor da cidade.

Além disso, outras cidades brasileiras também discutem medidas semelhantes, como Campos do Jordão e Aparecida, que recebem milhares de visitantes em feriados e eventos religiosos.

Pelo jeito, a moda está pegando.

Quanto cada tipo de veículo pagaria se ficasse mais dias?

Como a taxa seria por dia, quem ficar vários dias pagaria o valor multiplicado pelo número de diárias.

Por exemplo:

  • Um carro de passeio ficaria R$ 20 por dia.

  • Se passar 5 dias, o total seria R$ 100.

  • Para uma van, seriam R$ 64,40 por dia. Em uma semana, daria mais de R$ 450.

Para os ônibus e caminhões, a conta ficaria bem mais pesada, passando facilmente dos R$ 1.000 em alguns dias.

Críticas e elogios: a polêmica está só começando

Defensores da taxa dizem que os turistas ajudam a degradar o ambiente e devem contribuir para os custos da cidade.
Já os críticos afirmam que isso pode espantar visitantes, reduzir o turismo e prejudicar os comerciantes locais.

Tem ainda quem questione a falta de detalhes sobre como seria feita a cobrança e se o dinheiro seria mesmo aplicado em ações ambientais.

Por isso, a discussão promete ser longa e acalorada na Câmara Municipal.

Quanto a cidade espera arrecadar e onde vai usar o dinheiro

A Prefeitura de São Sebastião acredita que pode levantar R$ 45 milhões por ano com a TPA.
Segundo a proposta, essa grana seria destinada a:

  • Coleta e tratamento de lixo;

  • Preservação de ecossistemas;

  • Limpeza urbana;

  • Projetos ambientais para reduzir o impacto do turismo.

Mas, como sempre, a aplicação correta dos recursos dependeria de fiscalização e transparência.

Turismo x preservação: o desafio das cidades litorâneas

O Litoral Norte de São Paulo enfrenta o mesmo dilema de outros destinos turísticos do Brasil: Como atrair visitantes sem destruir o ambiente e sem sobrecarregar a infraestrutura local?

As taxas ambientais surgem como uma possível solução, mas sempre geram polêmica. Afinal, ninguém gosta de pagar mais, e os comerciantes temem perder clientes.

Por outro lado, prefeitos e secretários de meio ambiente defendem que é justo cobrar de quem usa os serviços públicos sem ser morador da cidade.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.