A Caixa Econômica Federal, uma das principais instituições financeiras responsáveis pelo financiamento habitacional no Brasil, tem enfrentado uma escassez de recursos.
A saber, a notícia ruim confirmada neste fim de outubro é que muitos contratos de financiamento estão pendentes, com clientes aguardando a liberação de verbas.
A Realidade dos Contratos Pendentes
Diversos correspondentes bancários têm relatado que contratos já aprovados permanecem na fila de espera por longos períodos.
A saber, em algumas agências, é comum que contratos fiquem aguardando a liberação de recursos por mais de 50 dias. Isso gera frustração entre os compradores que já esperam ansiosamente pela assinatura.
- Contratos Aprovados: Muitos contratos estão prontos, mas sem a devida liberação de verba.
- Falta de Previsão: A Caixa não fornece uma previsão clara sobre quando os recursos estarão disponíveis, aumentando a incerteza no mercado.
Impacto na Demanda por Imóveis
Com a falta de recursos, a demanda por imóveis continua a crescer, mas as transações estão sendo prejudicadas. Compradores e vendedores estão presos em um ciclo de espera, o que pode levar a uma desaceleração no mercado imobiliário.
- Aumento da Demanda: Apesar da escassez de recursos, a procura por imóveis permanece alta.
- Transações Congeladas: Muitos negócios estão sendo afetados, com compradores incapazes de finalizar a compra.
Novas Regras de Financiamento
A partir de 1º de novembro, a Caixa Econômica Federal implementará novas diretrizes que afetarão diretamente o financiamento de imóveis. Essas mudanças visam controlar a concessão de crédito, mas também podem encarecer o processo para muitos compradores.
Alterações nas Condições de Financiamento
As novas regras incluem uma redução na cota máxima de financiamento e a imposição de restrições adicionais. Isso significa que os compradores poderão financiar menos do valor total do imóvel.
- Cota Máxima Reduzida: A cota de financiamento cairá de 80% para 70% na tabela SAC e de 70% para 50% com o sistema Price.
- Limitação de Financiamentos: Os clientes poderão ter apenas um financiamento ativo com a Caixa, o que pode dificultar a aquisição de novos imóveis.
Implicações para os Compradores
Essas novas regras podem ter um impacto significativo sobre aqueles que desejam adquirir sua casa própria. A diminuição da cota de financiamento pode tornar a compra mais difícil para muitos.
- Aumento do Valor de Entrada: Com a redução do financiamento, os compradores precisarão desembolsar uma quantia maior como entrada.
- Dificuldades no Planejamento: A nova estrutura pode complicar o planejamento financeiro para muitos compradores.
Diminuição das cotas de financiamento.
Além disso, o banco anunciou mudanças nas cotas de financiamento. A partir de novembro, a Caixa reduzirá o limite de financiamento para 70% do valor do imóvel no Sistema de Amortização Constante (SAC). Atualmente, esse limite é de 80% do valor do imóvel.
No sistema Price, o banco diminuirá o financiamento para até 50% do valor do imóvel. Hoje, essa cota é de 70%.
De acordo com o especialista Saulo Moreira, do Revista dos Benefícios, no SAC, o valor total das prestações diminui ao longo do tempo, devido à redução dos juros. No sistema Price, o valor total permanece constante durante todo o prazo do contrato.
Na prática, isso significa que os compradores terão que dar uma entrada maior ao adquirir um imóvel.
Confira os exemplos abaixo.
Sistema SAC
- Modelo atual: para um imóvel de R$ 800 mil, a Caixa financia até R$ 640 mil (80%). O comprador paga 20% de entrada, ou seja, R$ 160 mil.
- Novo modelo: a partir de novembro, para o mesmo imóvel de R$ 800 mil, o banco financiará até R$ 560 mil (70%). Os 30% restantes, R$ 240 mil, ficam por conta do comprador.
Sistema Price
- Modelo atual: para um imóvel de R$ 800 mil, a Caixa financia até R$ 560 mil (70%). O comprador paga 30% de entrada, ou seja, R$ 240 mil.
- Novo modelo: a partir de novembro, para o mesmo imóvel de R$ 800 mil, o banco financiará até R$ 400 mil (50%). Os outros 50%, R$ 400 mil, ficam sob responsabilidade do comprador.
A Caixa informou que essas alterações nas cotas de financiamento e o limite de R$ 1,5 milhão no valor do imóvel não se aplicam às unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pelo banco. Nesses casos, as condições atuais serão mantidas.