Brasileiros ficaram chocados ao descobrir a verdadeira razão por trás da cor verde e amarela dos ônibus urbanos e como isso revela um detalhe curioso sobre a história do transporte público no país

Quem anda pelas grandes cidades do Brasil já está acostumado: os ônibus urbanos, aqueles que levam milhões de pessoas todos os dias para o trabalho, escola e outros compromissos, normalmente têm as cores verde e amarela.

Mas, se você perguntar para a maioria dos passageiros o motivo dessa escolha, vai receber respostas como: “Ah, é para combinar com a bandeira do Brasil” ou “Deve ser para ficar mais bonito”.

A verdade é que a história por trás dessas cores vai muito além da estética — e envolve política, identidade nacional e até psicologia das cores.

Uma viagem no tempo: como tudo começou

Para entender essa história, precisamos voltar algumas décadas. O transporte público brasileiro passou por várias transformações ao longo do tempo.

No início, cada empresa pintava seus ônibus da cor que quisesse, sem um padrão definido. O resultado? Um verdadeiro arco-íris sobre rodas.

Foi só a partir da década de 1970, durante o período de forte centralização política no país, que o governo começou a incentivar a padronização das cores. E, adivinha? O verde e amarelo foram escolhidos como símbolos da identidade nacional.

O patriotismo como fator principal

Naquele período, a ideia era clara: reforçar o sentimento de orgulho e unidade entre os brasileiros. E nada melhor do que usar as cores da bandeira nacional para isso.

Os ônibus, que circulavam pelas cidades o dia inteiro, eram praticamente outdoors ambulantes do patriotismo. Verde e amarelo começaram a ser vistos não só como cores, mas como um lembrete diário da “brasilidade” em meio ao crescimento urbano.

Mas tem também um toque de psicologia na história

Estudos de psicologia das cores mostram que cada cor desperta sensações diferentes nas pessoas:

  • O verde está associado à tranquilidade, equilíbrio e segurança. É uma cor que acalma e transmite confiança.

  • O amarelo remete à energia, otimismo e atenção. É vibrante, chamativa e difícil de ignorar.

Ao unir as duas cores, a ideia era criar uma imagem positiva do transporte coletivo: algo seguro, eficiente e, ao mesmo tempo, alegre e acolhedor.

Um padrão que não é exclusivo do Brasil

Pode parecer que só aqui seguimos essa lógica, mas outros países também adotam padrões de cores para o transporte público.

Na Inglaterra, por exemplo, os famosos ônibus de dois andares são vermelhos desde 1907, criando uma identidade visual que até hoje é símbolo de Londres.

Nos Estados Unidos, os ônibus escolares são amarelos justamente para serem facilmente identificados no trânsito, garantindo segurança para as crianças.

No caso brasileiro, a escolha pelo verde e amarelo tinha um componente extra: reforçar a ideia de que o transporte coletivo é para todos, assim como a própria nação.

O impacto nas empresas de transporte

Quando o governo começou a incentivar a padronização, muitas empresas tiveram que adaptar a pintura de suas frotas.

Não era só uma questão estética: a ideia era criar unidade visual, para que qualquer pessoa reconhecesse facilmente os veículos de transporte coletivo, independentemente da empresa que operasse a linha.

Em algumas cidades, essa padronização foi além das cores e chegou até aos designs dos ônibus, que passaram a seguir normas semelhantes para facilitar manutenção e operação.

Nem tudo são flores: as mudanças ao longo dos anos

Com o passar do tempo, algumas cidades decidiram abandonar o verde e amarelo e adotar outros padrões.

São Paulo, por exemplo, passou a usar cores diferentes para cada tipo de linha:

  • Azul para linhas expressas;

  • Verde para linhas locais;

  • Vermelho para linhas troncais;

  • E assim por diante.

A ideia era ajudar os passageiros a identificarem o tipo de serviço só de bater o olho no ônibus.

Mas, mesmo com essas mudanças, em muitas regiões do Brasil o verde e amarelo continuaram firmes e fortes, mantendo a tradição original.

Um símbolo que ficou no imaginário popular

Mesmo nas cidades que mudaram as cores dos ônibus, o padrão verde e amarelo continua associado à imagem clássica do transporte coletivo brasileiro.

Para muita gente, especialmente as gerações mais antigas, essas cores trazem memórias de uma época em que os ônibus eram a principal — e, muitas vezes, a única — opção de transporte para ir ao trabalho ou visitar a família.

E a eficiência? A cor influencia na prática?

Do ponto de vista funcional, a cor dos ônibus não interfere diretamente na velocidade ou qualidade do serviço.

No entanto, especialistas em design urbano afirmam que a padronização visual ajuda a criar uma sensação de organização e pertencimento nas cidades.

Ver os mesmos tons circulando por avenidas movimentadas transmite a ideia de um sistema integrado e confiável, mesmo que, na prática, os problemas de trânsito e superlotação continuem existindo.

O futuro do transporte e as cores dos ônibus

Com a chegada dos ônibus elétricos e outras tecnologias sustentáveis, algumas cidades brasileiras estão aproveitando para repensar o visual da frota.

Em vez do verde e amarelo tradicional, aparecem cores como o azul e o branco, que remetem à ideia de energia limpa e inovação.

Mas, seja qual for a mudança, o verde e amarelo já têm seu lugar garantido na história do transporte público nacional.

Curiosidades rápidas sobre os ônibus no Brasil

  1. O Brasil tem uma das maiores frotas de ônibus urbanos do mundo.

  2. O primeiro ônibus elétrico do país começou a circular em 2019, em São Paulo.

  3. A cor verde e amarela já foi até usada em campanhas publicitárias para promover o transporte coletivo.

Cada detalhe, do motor à pintura, conta um pouco da nossa história sobre rodas.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.