Milhares de brasileiros podem perder o Benefício de Prestação Continuada (BPC) em 2025 por um erro simples no CadÚnico que muita gente ainda comete e não sabe que leva à suspensão imediata do pagamento
O Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago mensalmente a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade, é considerado um dos pilares da assistência social no Brasil. Em 2025, o valor corresponde a um salário mínimo (R$ 1.518) e garante a sobrevivência de mais de 5 milhões de beneficiários.
Apesar de ser um direito assegurado pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), milhares de famílias estão prestes a perder esse benefício por um detalhe simples: a não atualização do Cadastro Único (CadÚnico). Esse descuido, muitas vezes causado por desinformação, já resultou em suspensões, bloqueios e até cancelamentos definitivos.
O que é o BPC e quem tem direito?
O BPC está previsto na Lei nº 8.742/1993 (LOAS) e garante um salário mínimo mensal a:
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Idosos com 65 anos ou mais, cuja renda familiar per capita seja inferior a 1/4 do salário mínimo.
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Pessoas com deficiência, de qualquer idade, desde que comprovem impedimentos de longo prazo e estejam na mesma condição de renda.
Diferente da aposentadoria, o BPC não exige contribuição ao INSS. Porém, há uma exigência central: estar inscrito e manter os dados sempre atualizados no CadÚnico, sistema usado pelo governo para selecionar famílias em situação de vulnerabilidade.
O erro mais comum: não atualizar o CadÚnico
O governo federal recomenda que os beneficiários atualizem o CadÚnico a cada dois anos ou sempre que houver mudanças significativas, como alteração de renda, composição familiar, endereço ou até mesmo telefone de contato.
Quando o cadastro não é atualizado, o sistema pode entender que a família deixou de atender aos critérios de vulnerabilidade, suspendendo automaticamente o pagamento.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, cerca de 800 mil famílias estão em risco de perder o BPC e até mesmo o Bolsa Família em 2025 por esse motivo.
Como atualizar o Cadastro Único para manter o BPC ativo
A atualização do CadÚnico deve ser feita presencialmente em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
Os documentos exigidos geralmente são:
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RG ou CNH;
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CPF de todos os membros da família;
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Comprovante de residência atualizado;
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Certidão de nascimento ou casamento;
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Comprovante de renda, quando houver.
Caso o beneficiário não possa comparecer ao CRAS por motivo de saúde ou deficiência, um familiar pode fazer a atualização, apresentando toda a documentação.
O que fazer se o BPC for suspenso
Mesmo após a suspensão, ainda é possível reativar o benefício. Para isso, o beneficiário deve:
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Regularizar a situação no CRAS, atualizando os dados.
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Solicitar a reativação pelo aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135.
Se houver recusa ou demora injustificada, também é possível abrir um recurso administrativo no INSS ou procurar a Defensoria Pública, que oferece apoio jurídico gratuito.
Outras situações que podem levar ao cancelamento do BPC
Além da desatualização cadastral, o benefício pode ser perdido por:
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Mudança na renda familiar per capita acima do limite;
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Recebimento de aposentadoria ou pensão;
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Falecimento do beneficiário;
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Não comprovação da deficiência ou do impedimento de longo prazo.
Por isso, acompanhar regularmente as informações é fundamental para evitar surpresas desagradáveis.
Como se prevenir e garantir a continuidade do benefício
Para não correr o risco de perder o BPC, os especialistas recomendam:
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Atualizar o CadÚnico a cada dois anos ou sempre que houver mudanças;
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Consultar o extrato do benefício no Meu INSS para verificar pendências ou bloqueios;
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Ativar notificações no aplicativo Meu INSS e conferir mensagens recebidas por SMS ou carta;
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Baixar o aplicativo do CadÚnico, que mostra possíveis inconsistências;
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Buscar apoio no CRAS em caso de dúvidas.
Importância do BPC para as famílias
O BPC não é apenas um auxílio financeiro: ele representa a diferença entre a sobrevivência e a miséria para milhões de brasileiros. Idosos que dependem do benefício para pagar medicamentos, alimentação e contas básicas, além de famílias que cuidam de pessoas com deficiência, podem ser gravemente prejudicados por um erro simples de cadastro.
Especialistas em políticas sociais reforçam que a responsabilidade não deve recair apenas sobre os beneficiários. O poder público também precisa ampliar campanhas de conscientização e melhorar a comunicação, garantindo que todos saibam da obrigatoriedade da atualização.
Resumo do que você viu até aqui
O Benefício de Prestação Continuada é um direito assegurado por lei, mas pode ser interrompido se os dados do CadÚnico não forem mantidos em dia. Com mais de 800 mil famílias em risco, a recomendação é clara: verificar imediatamente a situação cadastral e atualizá-la no CRAS.
Em tempos de vulnerabilidade social e econômica, perder o BPC por falta de informação é um erro que pode custar caro. Por isso, manter os dados atualizados, acompanhar notificações e buscar ajuda quando necessário são passos fundamentais para não ver o benefício suspenso ou cancelado.