Nos últimos meses, milhares de brasileiros foram surpreendidos ao descobrir que o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS) havia sido suspenso sem aviso prévio.
O INSS intensificou as revisões de benefícios e, em muitos casos, o cancelamento ocorreu por motivos simples, como a falta de atualização de dados ou ausência em perícias médicas.
O que poucos sabem é que existem situações específicas e pouco divulgadas que podem causar o bloqueio imediato do benefício. A seguir, veja quais são e como se proteger para continuar recebendo o valor mensal garantido por lei.
13º INSS 2025: pagamento antecipado confirmado e chance de liberação da 14ª parcela
1. Dados desatualizados no Cadastro Único (CadÚnico)
O CadÚnico é a base de dados que comprova a situação social e econômica dos beneficiários de programas sociais. Ele precisa estar sempre atualizado.
Por que causa o cancelamento: O INSS utiliza essas informações para confirmar se a pessoa ainda atende aos requisitos do BPC. Quando os dados estão desatualizados por mais de dois anos, o sistema entende que não há comprovação recente da situação de vulnerabilidade, levando à suspensão automática do pagamento.
Como evitar: Basta comparecer a um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) com documento de identificação, comprovante de residência e CPF de todos os membros da família. Após a atualização, o repasse do benefício é normalizado.
2. Superação do limite de renda familiar
O BPC é destinado a famílias cuja renda mensal por pessoa não ultrapassa um quarto do salário mínimo vigente. Em 2025, o limite é de R$ 353,00.
Por que leva à suspensão: Quando algum membro da família consegue emprego formal ou começa a receber outro benefício, o cálculo da renda pode ultrapassar o limite. Assim, o sistema do INSS identifica a mudança e inicia uma revisão. Se confirmado o aumento, o benefício é cancelado automaticamente.
Como evitar: Mantenha o CadÚnico sempre atualizado e comunique ao CRAS qualquer alteração de renda. Caso o aumento seja temporário, como no caso de trabalho intermitente, é possível solicitar a aplicação da Regra de Proteção, que garante a continuidade do benefício por até dois anos.
3. Falta à perícia médica ou avaliação social
Todos os beneficiários com deficiência precisam passar periodicamente por perícias médicas e avaliações sociaisrealizadas pelo INSS.
Por que leva ao cancelamento: A ausência injustificada a uma convocação pode causar a suspensão imediata do pagamento. Se o beneficiário não reagendar a avaliação dentro do prazo, o benefício é encerrado definitivamente.
Como evitar: Fique atento às convocações enviadas pelo Meu INSS, por SMS ou carta. Caso não possa comparecer, reagende a perícia pelo próprio aplicativo ou ligando para a Central 135.
4. Falha na prova de vida
Desde 2023, o INSS faz a prova de vida de forma automática, cruzando dados biométricos com bases públicas. No entanto, nem sempre esse processo ocorre corretamente.
Por que pode suspender o benefício: Se o sistema não conseguir confirmar a existência do beneficiário, o pagamento é bloqueado até que a situação seja regularizada.
Como evitar: Acompanhe a situação da prova de vida pelo aplicativo Meu INSS. Caso o sistema aponte pendência, realize o procedimento presencialmente em uma agência bancária onde o benefício é pago ou em uma unidade do INSS.
5. Denúncia de fraude ou irregularidade
O INSS e o Ministério Público Federal têm intensificado o combate a fraudes nos programas assistenciais.
Por que pode causar cancelamento: Quando há denúncia de irregularidade — como uso de documentos falsos, informações incorretas ou acúmulo indevido de benefícios — o INSS abre processo administrativo. Se confirmada a fraude, o benefício é cancelado, e o titular pode ter que devolver os valores recebidos indevidamente.
Como evitar: Sempre forneça informações verdadeiras ao INSS e mantenha os dados do CadÚnico atualizados. Caso suspeite que alguém utilizou seus dados para solicitar o benefício, registre uma denúncia imediata pela Ouvidoria Geral da União ou pelo site gov.br.
Como verificar se o BPC foi suspenso ou está sob revisão
O beneficiário pode consultar a situação do BPC/LOAS de forma rápida pelo site ou aplicativo Meu INSS e também pela Central 135.
Pelo aplicativo ou site Meu INSS
Acesse meu.inss.gov.br ou abra o app Meu INSS.
Faça login com seu CPF e senha do Gov.br.
Clique em “Meus Pedidos” ou “Consultar Pedidos” para verificar o status do benefício.
Caso já receba o BPC, vá até “Extrato de Pagamentos” para conferir valores, datas e possíveis bloqueios.
Pela Central 135
Ligue para o número 135 (ligação gratuita).
Informe seu CPF e confirme seus dados pessoais.
Solicite ao atendente a verificação da situação do benefício ou eventuais pendências cadastrais.
Prazo de análise e reativação
Após uma suspensão, o INSS pode levar até 45 dias úteis para concluir a reativação, caso o beneficiário regularize a pendência. Em situações com necessidade de nova perícia, o prazo pode se estender até 90 dias.
Durante esse período, o beneficiário deve acompanhar o processo no aplicativo Meu INSS e manter contato frequente com o CRAS da sua cidade.
Cuidado com golpes envolvendo o BPC
Com o aumento das revisões, também cresceu o número de golpes aplicados por criminosos se passando por servidores do INSS.